Monitoramento Inteligente da Dengue começa a ser implantado em Itabira ainda neste mês para dar combate às arboviroses

 Foto: Reprodução

Antes mesmo do próximo período chuvoso, que espera não se atrase, pois a seca está severa e compromete ainda mais o já precário, historicamente, abastecimento de água em Itabira, a cidade contará com uma nova arma para combater os focos desses perigosos insetos, que tanto mal causam à saúde da população. É no período chuvoso que aumenta a proliferação de arboviroses (mosquito Aedes aegypti , principalmente),

Já em setembro, um programa de Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue), criado em parceria público-privada, firmada entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a empresa Ecovec, estará disponível em Itabira para acompanhar, em tempo real, como está a propagação do mosquito Aedes aegypti – especialmente as fêmeas grávidas.

Como funciona

O sistema de monitoramento é realizado por meio da instalação de armadilhas para a captura do vetor. A partir daí, detecta-se o vírus do mosquito, antecipando o resultado da circulação viral, qual seja, o nível de infestação.

Além disso, o monitoramento permite conferir a incidência, ou não, dos quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), além da Zica, Chikungunya e Febre amarela.

Com o monitoramento em toda a cidade, com a instalação de cerca de 320 armadilhas, será possível implementar medidas eficazes de prevenção e controle do vetor pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

O investimento da Prefeitura nesse novo sistema de monitoramento, o MI-Dengue é de R$ 286 mil, proveniente de repasse financeiro emergencial do Governo Federal, possibilitado pela Portaria nº 3.214/2024.

Esse recurso adicional é para que as Prefeituras adotem respostas eficazes para enfrentarem as emergências em saúde pública da Vigilância em Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), como se viu em todo o país com pior epidemia de dengue da história.

A tecnologia utilizada pelo MI-Dengue está sendo aplicada em várias cidades do Brasil e também já foram testadas e exportadas para países como a Alemanha, Austrália, Cingapura e Panamá.

Treinamento

Para cumprir as diretrizes de utilização do sistema, a equipe da SMS fará treinamento ainda neste mês, com participação dos Agentes de Combate a Endemias. Eles serão os responsáveis por coletar e enviar as amostras para a análise.

A partir da primeira semana da implantação das armadilhas, serão geradas informações em tempo real para que a Prefeitura possa elaborar estratégias de combate às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, é o que se espera e é projetado pelo MI-Dengue.

Armadilha simula as condições para proliferação dos mosquitos

Os produtos utilizados nas armadilhas – o MosquiTRAP e o AtrAedes – foram desenvolvidos por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.

O MosquiTRAP é um simulacro de vaso preto, com água ao fundo, simulando o criadouro do Aedes. Já o AtrAedes (fabricado em forma de pastilhas) é depositado no equipamento e libera um odor que atrai a fêmea adulta do mosquito.

Ao entrar na armadilha, o inseto fica preso a um cartão adesivo e não consegue depositar os ovos. Por meio da análise do cartão, é possível detectar a concentração do mosquito na região onde a armadilha foi instalada.

Sobre a Ecovec

A Ecovec é uma empresa que utiliza da biotecnologia e sistemas de atuação pioneira na aplicação de tecnologia para auxiliar gestores públicos na tomada de decisão e gestão dos municípios.

Criada na UFMG a partir do Fundo FINEP Verde Amarelo para cooperação universitária-empresa, utiliza da biotecnologia para auxiliar gestores públicos na tomada de decisão e gestão dos municípios.

As tecnologias da Ecovec são desenhadas para aplicação na saúde pública brasileira, estimulando a pesquisa na universidade e desenvolvendo suas aplicações em serviços para a população.

A empresa especializou-se na pesquisa e desenvolvimento de serviços de inteligência para monitoramento de vetores e gestão em saúde, com foco na dengue.

 

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