Mineração prejudica o turismo em Minas Gerais com a cumplicidade do governador Zema, afirmam parlamentares mineiros

Mineração na serra do Curral sem aval do IBAMA é ilegal, diz Ministério Público Federal

Foto: Bernardo Dias/Ascom/CMBH

Essa foi uma das críticas que o titular da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), Leônidas Oliveira, ouviu em depoimento no Assembleia Fiscaliza nessa quarta-feira (14), ao prestar contas das atividades da pasta em 2022 no Assembleia Fiscaliza.

Ele foi sabatinado por parlamentares das comissões de Cultura, de Desenvolvimento Econômico e Extraordinária de Turismo e Gastronomia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Para esses parlamentares, o governador Romeu Zema (Novo) tem sido conivente, e omisso, diante das inúmeras irregularidades e abuso de poder econômico cometido pelas mineradoras no estado de Minas Gerais.

As deputadas Beatriz Cequeira e Leninha criticaram duramente o governo de Minas por priorizar a mineração em detrimento do turismo, que é sustentável enquanto a atividade extrativista tem virado sinônimo de destruição (Foto: Clarissa Barçante/Ascom/ALMG)

Segundo a deputada Beatriz Cerqueira (PT), mesmo tendo o estado sido apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como o segundo destino nacional mais procurado para o turismo interno, o ano foi derrota no setor, diante do fato de a mineração ter vencido a batalha pela Serra do Curral, com o governo favorecendo a Taquaril Mineração (Tamisa).

“Desde 2017 já havia um termo de compromisso para a proteção da Serra, mas o governo permitiu que ficasse parado para dar tempo da Tamisa recorrer à Justiça”, afirmou Beatriz Cerqueira.

“Em Brumadinho, turistas morreram pelo crime da Vale. O jogo foi muito bem jogado pelo governo e o que temos no aniversário de Belo Horizonte é a certeza de que a Serra do Curral está desprotegida”, afirmou a parlamentar mineira.

“A mineradora ganhou e a Fiemg (Federação das Indústrias do Estado) também. O que tem prioridade no estado hoje é a mineração. O turismo só vai durar até quando a mineração destruir tudo”, observou a parlamentar. “Vocês acham que turistas vão onde há mineração?”, completou a parlamentar.

A Secretaria de Estado de Cultura e Turismo também foi criticada pela demora no tombamento da Serra do Curral, o que favorece as mineradoras no Estado

Minas não é só mineração

Rompimento de barragem na mina Córrego do Feijão, da Vale, em Brumadinho, matou trabalhadores, moradores e turistas, deixando um rastro de destruição ambiental: crime continuado, com prejuízos ao turismo (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Outro questionamento ao governo de Minas foi quanto à aplicação da Lei 23.761, de 2021, que institui o Selo Verde Vida, a ser concedido às empresas privadas que anunciam adotar práticas de sustentabilidade ambiental, que não se comprovam na prática.

Foi também questionado a elaboração do Plano Mineiro de Turismo, assim como a capacidade operacional do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) de realizar o tombamento de festas tradicionais por todo o estado.

“Minas Gerais precisa sair da dependência da mineração e investir na manutenção da nossa riqueza cultural e diversidade natural. Precisamos discutir desenvolvimento sustentável”, afirmou a deputada Marilene “Leninha” Alves de Souza (PT).

*Com informações da assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

 

 

 

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