Mineração não para na onda roxa, mas Vale diz ter dispensado empreiteiras de serviços e obras não urgentes
Por ser considerada atividade essencial, a mineração não para mesmo com Itabira tendo ingressado na onda roxa pelo programa Minas Consciente. Mas a assessoria de imprensa da Vale informa que, desde o início da pandemia, a empresa reduziu seu efetivo administrativo e operacional.
Com isso, a mineradora diz manter apenas os serviços essenciais para a extração, beneficiamento e transporte de minério no complexo de Itabira. Para isso, desde 16 de março do ano passado foi adotado o trabalho remoto para empregados e terceirizados cujas funções podem ser executadas remotamente (home-office). Trabalhadores com mais de 60 anos ou com fatores de riscos (comorbidades) estão sendo mantidos em casa.
A empresa assegura que outras medidas estão desde então sendo cumpridas para evitar o contágio entre os empregados – e que são consideradas imprescindíveis para proteger a saúde e a segurança nos locais de trabalho, de acordo com os protocolos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Dentre as medidas está a realização de teste rápido em todos os empregados próprios e terceirizados. No caso de o trabalhador testar positivo, ele deixa o local de trabalho, mesmo que esteja assintomático, para que cumpra a quarentena em isolamento domiciliar.
Esse mesmo isolamento é cumprido por todos empregados que tiveram contato com quem testou positivo, assegura a assessoria de imprensa da mineradora.
“A medida contribui para evitar o contágio pelo vírus no ambiente de trabalho e na comunidade”, acrescenta a assessoria, informando também que todos os casos positivos são comunicados aos órgãos de saúde que monitoram a pandemia.
Monitoramento
Ainda para detectar sintomas de infecção, câmeras térmicas monitoram todos que passam pelas portarias nas unidades produtivas da empresa. É feita também a triagem diária na chegada dos trabalhadores, com aferição de temperatura corporal, entre outras medidas de checagem. “Ao identificar qualquer sintoma gripal, através de check list diário, o empregado recebe a recomendação para ficar em casa por 14 dias e passa a ser monitorado.”
Outra medida de controle é a restrição de acesso nas portarias. Desde o início da pandemia só é permitida a entrada de fornecedores de itens considerados essenciais, como os de alimentação, água e transportes.
Com o avanço da pandemia, a empresa informa que reforçou o protocolo de limpeza e desinfecção em todos os ambientes das unidades, assim como também dos equipamentos operacionais. E, claro, é exigido dos trabalhadores diretos e terceirizados que façam uso permanente de máscaras em todas as unidades.
Para manter o distanciamento social no transporte de trabalhadores, foi aumentada a frota de ônibus. O distanciamento, assegura a empresa, é também mantido nos restaurantes, com alteração dos horários de entrada e saída como forma de evitar aglomerações.
Obras suspensas
A empresa assegura que foram suspensas todas as obras de construções e os serviços não essenciais. Mas perguntada, não respondeu quais são as obras consideradas essenciais.
O que se observa na cidade é o grande número de empregados terceirizados da mineradora, muitas vezes transitando em grupo e sem fazerem uso de máscaras.
São trabalhadores empregados na manutenção de barragens, nas obras de reforço e descomissionamento de diques – e que estão em atividades mesmo estando o município na onda roxa.
Pelo artigo 5º do Decreto Municipal 0523/2021, estão “suspensas as atividades de hotelaria e afins, exceto aquelas decorrentes de locação de apartamentos para hóspedes mensais”. Na prática, esse artigo do decreto pouco altera a taxa de ocupação de hotéis na cidade.
Estão todos abarrotados de trabalhadores da área de monitoramento de barragens, técnicos e geólogos, pilotos e controladores de helicópteros que estão monitorando as estruturas de contenção de rejeitos, além de outros profissionais, que pagam a hospedagem mensalmente. Assim sendo, estão dentro do que dispõe o decreto municipal
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