Marco Antônio pede para a Câmara voltar a apreciar projeto de empréstimo para melhorias gerais em Itabira. Neidson Freitas admite o retorno com prévia audiência pública
Pacote de obras rejeitado pela Câmara é para a Prefeitura investir em pequenas obras de melhorias e saneamento básico em bairros e nos distritos de Senhora do Carmo e Ipoema, onde ainda não há o mínimo em infraestrutura urbana
O apelo do prefeito Marco Antônio Lage (PSB) para que os vereadores de Itabira, com base no regimento da Casa, voltem a apreciar e votar a autorização de empréstimo de R$ 70,1 milhões nas próximas reuniões da Câmara, ainda aguarda um posicionamento do presidente da Câmara, vereador Weverton “Vetão” Andrade (PSB).
Procurado pela reportagem desde a manhã desta sexta-feira (11) para se posicionar a respeito, o presidente da Câmara não foi encontrado e nem retornou à ligação.
Porém, o vereador Neidson Freitas (MDB), que liderou a rejeição ao projeto na reunião de terça-feira (8), admite que o pedido de empréstimo pode voltar à pauta. Ele, porém, condiciona esse retorno à uma realização de uma audiência pública com a participação dos vereadores e da sociedade itabirana.
“Com o encaminhamento de uma discussão mais democrática, é possível que esse projeto volte à Casa para uma nova discussão e votação”, afirmou o vereador oposicionista, ainda no encaminhamento de seu voto contrário à aprovação do projeto. “A Prefeitura dispõe de R$ 200 milhões em caixa e neste momento não vejo necessidade do empréstimo”, argumentou.
Na legislatura passada, quando o ex-prefeito Ronaldo Magalhães (2017-20) solicitou e obteve autorização do legislativo itabirano para contrair empréstimo de R$ 45 milhões para a abertura da avenida Machado de Assis, que interliga os bairros Gabiroba e João XXIII, Freitas foi quem liderou a bancada situacionista na sua aprovação.
“São situações diferentes. Ronaldo pegou a Prefeitura endividada, Marco Antônio assumiu com dinheiro em caixa”, justificou. Leia mais aqui.
Visita à Câmara
“Em nome do povo de Itabira, faço esse apelo para que os vereadores voltem com o projeto para a pauta de discussão e votação. Se eu for convidado, irei à Câmara para esclarecer dúvidas, mostrar a importância que esse projeto tem para a melhoria das condições de vida de muitos itabiranos e para o próprio desenvolvimento sustentável de Itabira”, disse o prefeito em seu encontro semanal, nessa quinta-feira (10), com os seus seguidores pela rede social.
O projeto de lei 48/2021, rejeitado pela maioria dos vereadores, autorizaria a Prefeitura contrair empréstimo de R$ 70,1 mil, podendo a chegar a R$ 150 mil, junto à Caixa Econômica Federal (CEF), por meio do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa).
Foi rejeitado pelos vereadores por dez votos a seis favoráveis. O presidente Weverton “Vetão”, que só vota em caso de empate, absteve de votar, uma forma de demonstrar descontentamento com o governo que ajudou eleger.
Empréstimo subsidiado
O empréstimo requerido pelo prefeito seria subsidiado, com juros de 3,4% ao ano, carência de dois anos para começar a pagar – e prazo de dez anos para ser quitado.
O recurso adicional, uma forma de antecipação de receita, seria alocado em investimentos diversos, entre obras de saneamento básico nos bairros e nos distritos de Senhora do Carmo e Ipoema, onde ainda não se tem a infraestrutura urbana digna do nome, elevando a qualidade de vida de muitos itabiranos –e também em iluminação pública e reforma de quadras esportivas.
Incluiria ainda o asfaltamento da estrada de Senhora do Carmo para Ipoema, além do término da avenida Machado de Assis, que interliga os bairros Gabiroba e João XXIII.
Crediário
A antecipação de receita para investimentos nessas obras, segundo o prefeito, é como o cidadão comprar um carro novo à prestação, ao invés de juntar dinheiro por muito tempo para pagar à vista. “Só que, no caso do empréstimo da Prefeitura, a juros super barato”, argumentou o prefeito.
“É uma maneira de dar dignidade desde já a muitos moradores com pequenas obras que seriam executadas ainda neste ano, ao invés de concentrar os investimentos da Prefeitura em grandes avenidas, como ocorreu no passado recente em Itabira”, alfinetou.
“Nessa analogia, queremos dar um carro zero à população sofrida de Itabira, que ainda não tem condições dignas de vida em muitas localidades na cidade e nos distritos, sem comprometer as finanças da Prefeitura, fazendo as obras agora, ao invés de esperar por mais dois, três anos para virarem obras eleitoreiras”, explicou.
“Tivemos um extenso diálogo com os vereadores, com participação dos secretários de Governo, Obras e da Fazenda. Infelizmente, muitos vereadores ainda não entenderam a grandeza e a dimensão desses investimentos na vida de muitos itabiranos e para o futuro sustentável de Itabira. Mas eles ainda vão entender e aprovar esse empréstimo”, confia o prefeito itabirano.
Parabéns