Juliana Souza, advogada do caso Titi Gagliasso, recebe prêmio MIPAD/ONU em Nova York, por sua atuação antirracista
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Juliana Souza, advogada reconhecida por seu papel na maior condenação por racismo e injúria racial no Brasil, será homenageada no Harvard Club, em Nova York. Ela receberá o prêmio de “Pessoas Mais Influentes de Descendência Africana com Menos de 40 Anos” em uma cerimônia organizada pela MIPAD (Pessoas Mais Influentes de Descendência Africana).
A cerimônia de entrega da homenagem será realizada nesta sexta-feira (27), no Harvard Club, em Nova York. O evento fecha a primeira década dos afrodescendentes definida pela Organização das Nações Unidas. “A alegria é imensa, pois ao recebê-la, carrego comigo toda a minha história, minha ancestralidade e a caminhada de muita gente. Obrigada pelo carinho de sempre!”, declarou a advogada nas redes sociais.
Juliana será homenageada ao lado de grandes personalidades como Jay-Z, Beyoncé, Rihanna, Lupita Nyong’o, LeBron James, Adriana Barbosa, Lázaro Ramos e Taís Araújo. Todo ano, a MIPAD reconhece pessoas de descendência africana que fizeram contribuições significativas para suas comunidades e para o mundo.
Natural de Feira de Santana, no sertão baiano, Juliana Souza atuou no caso da filha mais velha do ator Bruno Gagliasso e da apresentadora Giovanna Ewbank. O episódio de racismo ocorreu em 2017, quando Chissomo, conhecida como Titi, tinha apenas 4 anos de idade e foi alvo de ofensas racistas nas redes sociais proferidas pela socialite, influenciadora e escritora, Dayane Alcântara Couto de Andrade.
Juliana é uma palestrante e consultora nas temáticas de raça e gênero, reconhecida na Power List, da Bantumen, como uma das 100 Personalidades Negras Mais Influentes da Lusofonia em 2022.
Advogada formada pela PUC-SP, ela tem uma sólida trajetória acadêmica e profissional: é pós-graduada em Direitos Fundamentais e Processo Constitucional pela Universidade de Coimbra, e mestra em Humanidades e Direitos pela USP, com uma dissertação recomendada à publicação pela relevância do tema.
Ela é também a primeira colunista negra do Conjur, o maior portal jurídico do Brasil, além de fundadora do Instituto Desvelando Oris. Recentemente, palestrou no TEDxSP 2023 e é autora do livro “Torrente Ancestral, Vidas Negras Importam?”.
Juliana tem uma atuação forte em advocacia, direitos humanos e direito à cidade, além de ser uma figura importante na implementação de cotas raciais no IBCCRIM.