Geólogo explica a degradação do planeta e alerta para os desafios que vêm pela frente

Rios amazônicos devem atingir piores níveis da história nas próximas semanas, com intensificação da seca; número de incêndios em agosto foi o maior desde 2005

Foto: Alexandre Noronha/
Sema/Reprodução/
ClimaInfo

Pesquisador de mudanças climáticas, Marco Moraes revela que inundações, secas e queimadas tendem a se tornar ainda mais frequentes

Nesta quinta-feira (5), celebra-se o Dia da Amazônia. A data é uma oportunidade para fazer um alerta: a maior floresta tropical do mundo vem sofrendo ataques que comprometem seu presente e futuro.

Os incêndios dos últimos dias cobrem o Sul da Amazônia e transforma “rios voadores” em corredores de fumaça.

Para abordar temas relacionados à degradação e conservação da floresta, bem como sobre as políticas públicas necessárias, o geólogo Marco Moraes, pesquisador de mudanças climáticas, acaba de publicar o livro Planeta Hostil, com uma abordagem realista das motivações, intenções e prejuízo causadas pelas queimadas na Amazônia.

Aborda também as perspectivas nada otimistas para a região, considerando que o período de seca normalmente se prolonga até outubro, assim como as consequências que a devastação dos biomas representa para o país e o mundo, apresentando também sugestões de como combater a poluição, queimadas e desmatamento na Amazônia.

Mas o autor não se apega somente a esse imenso território cuja preservação é vital para a continuidade da vida no planeta. Aquecimento global, efeito estufa, degelo das calotas polares, ondas de calor extremo, secas, morte dos oceanos e destruição dos ecossistemas são também avaliados.

São algumas das ocorrências de eventos climáticos que muitos acreditam se tratar de problemas do futuro, mas que estão diretamente ligadas aos desastres ambientais, como as inundações no Rio Grande do Sul e a epidemia de dengue no Brasil.

Segundo o geólogo Marco Moraes, essas catástrofes são indicadores claros da degradação ambiental. Em Planeta Hostil, publicado pela Matrix Editora, o pesquisador em mudanças climáticas descreve como a humanidade tem transformado a Terra em um lugar inóspito e revela o que vem pela frente.

Sem eufemismos e tentativas de minimizar a situação, Moraes mostra de maneira arrepiante como estamos à beira de um colapso por conta de ações do homem que geraram mudanças irreversíveis.

Cada capítulo revela de que forma o uso de combustíveis fósseis, as atividades das indústrias do cimento e do plástico, a pesca predatória e a criação indiscriminada de pastos destroem ecossistemas e, por consequência, toda a cadeia de vida do planeta.

A obra chama atenção para os efeitos visíveis do aquecimento global como as tempestades cada vez mais destruidoras, os recordes seguidos de altas temperaturas, a avanço acelerado do mar nas cidades litorâneas e a falta de água em locais onde ela sempre foi abundante.

Também traz luz para os sinais que passam desapercebidos, como a ingestão de microplásticos por meio da alimentação, o desaparecimento de espécies inteiras de insetos e da progressiva intoxicação química da população mundial.

Apesar do tom de alerta, o autor não incentiva o cinismo e nem alimenta a desesperança.

As exposições de Planeta Hostil deixam claro que as consequências do que fizemos à Terra são amplas e graves, a ponto de ameaçar a própria existência humana, mas servem também como um apelo à ação e convidam o leitor a se unir a um movimento urgente para evitar mais devastação.

“Tempos difíceis virão. No entanto, com boa informação, realismo e pragmatismo, podemos vencer o nosso maior inimigo, que, você já sabe, somos nós mesmos”, declara o geólogo Marco Moraes.

Ficha técnica

Livro: Planeta Hostil
Autoria:
 Marco Moraes
Editora:
 Matrix Editora
ISBN:
 978-65-5616-421-2
Páginas:
 336
Preço: 
R$ 79,00
Onde encontrar: Matrix Editora e Amazon

Sobre o autor

Marco Moraes é geólogo formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA/UFRGS) e Ph.D. pela Universidade de Wyoming (EUA).

Atuou durante maior parte de sua carreira profissional, de mais de 37 anos, como pesquisador do Centro de Pesquisa da Petrobras (CENPES).

Desde 2017, quando deixou a vida corporativa, dedica-se a estudar os problemas do planeta.

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