José Maciel, secretário de Obras, diz que reajuste dos prédios da Unifei segue o previsto em contratos e espera fazer acordo com as construtoras
A convite do presidente da Câmara, vereador Weverton “Vetão” Andrade (PSB), o secretário municipal de Obras, Trânsito e Transportes, José Maciel Duarte Paiva, compareceu à reunião ordinária, dessa terça-feira (6), para explicar os motivos que atrasam a execução das obras dos três novos prédios do campus da Unifei em Itabira.
Segundo Vetão, o prazo para execução das obras, que teve início em julho do ano passado, é de 24 meses.
“Já se passaram 14 meses e só temos 14% de avanço nas obras”, afirmou o vereador, que pede uma repactuação com as empreiteiras para que não ocorram mais atrasos e até mesmo o comprometimento do projeto universitário de Itabira.
O vereador Reinaldo Lacerda (PSDB) também bateu na mesma tecla. “Os preços dos materiais de construção, sobretudo do aço, subiram muito com a pandemia”, disse ele, também insistindo para que a Prefeitura atenda às reivindicações, das empreiteiras.
Enquanto não são atendidas, as empresas HR Domínio, Construtora Guia e Conata Engenharia promovem lockout, reduzindo o quadro de empregados nos canteiros de obras, desacelerando o ritmo das obras para pressionar o governo municipal a conceder o “realinhamento de preços”.
Contratos
Para José Maciel não se trata de se fazer uma repactuação, mas de cumprir o que está no contrato.
“Em relação ao aumento do preço do aço, o argumento não procede, pois já colocaram 100% do que é necessário nas obras. O que mais impacta é a mão de obra, que representa 40% dos custos desses prédios”, disse o secretário de Obras, salientando que o salário mínimo teve reajuste neste ano de 5,26%, abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, que foi de 5,96%.
“As empresas pleitearam um repactuação que chega a R$ 146 milhões. Pelo que está previsto em contratos, com os reajustes esse valor global pode chegar a R$ 156 milhões”, projetou. Portanto, segundo José Maciel, não há que se falar em repactuação de preços, mas de seguir o que está previsto nos contratos firmados entre a Prefeitura de Itabira e as construtoras.
Os três novos prédios foram licitados pelo valor global de R$ 120 milhões, sendo que R$ 100 milhões serão repassados pela mineradora Vale de acordo com o avanço das obras – e R$ 20 milhões alocados pela Prefeitura. “O executivo não pode fazer nada que não esteja de acordo com a lei.”
Mas se antes a Prefeitura não apresentou os valores que podem ser reajustados, foi por aguardar o índice do preço da construção civil que saiu agora em julho, admitiu o secretário de Obras.
“Esse índice é superior ao que as empresas pedem”, sustentou José Maciel, que acredita no bom senso das construtoras, que, aceitando os reajustes contratuais, devem retornar com o ritmo acelerado das obras nos próximos dias.
“Se não houver acordo, os contratos podem ser cancelados”, avisou o secretário de Obras. Ele, entretanto, mantem-se otimista e não acredita na descontinuidade, levando-se à judicialização no caso de haver rescisão contratual, o que poderia atrasar ainda mais a execução das obras
Narrativas
O líder do prefeito na Câmara, vereador Júber Madeira (PSDB), criticou a narrativa de alguns vereadores, na verdade um lobby, para que a prefeitura faça uma repactuação de preços com as construtoras.
“Depois de todas as explicações, ainda há quem insista na narrativa de que Itabira pode perder o projeto universitário. Não devemos levar essa narrativa para a população, pois não é verdadeira. O assunto é sério e a Unifei é um projeto consolidado em Itabira”, sustentou.
“A Unifei iríamos perder se não houvesse fiscalização nas obras, ou teríamos uma obra sem qualidade, como é o caso da avenida Machado de Assis que, em menos de um ano, já apresenta graves problemas”, comparou, remetendo-se à “grande obra” realizada pela administração passada.
Protocolo
No início de seu pronunciamento na tribuna da Câmara, um vereador solicitou ao secretário de Obras, José Maciel, que retirasse a máscara para facilitar o seu pronunciamento. Mas o pedido não foi acatado.
“Vou respeitar o protocolo e não vou tirar a máscara. Tenho 63 anos de idade e ainda não estou imunizado”, respondeu polidamente. O secretário expôs os seus argumentos sem que a máscara prejudicasse o seu pronunciamento na tribuna da Câmara.
Em sessão anterior, o vereador Júlio “do Combem” Rodrigues (PP) criticou os seus pares na Câmara por retirarem a máscara quando fazem uso da palavra. “É um grande risco que corremos aqui nesse plenário”, acentuou.
Os vereadores ficam ao lado um do outro, distribuídos em fileiras bem próximas. A prática de retirar a máscara ao falar é comum a quase todos os vereadores, a exceção fica com o vereador Rodrigues, que faz uso permanente da máscara. Ele foi quase execrado pelos seus pares na Câmara Municipal ao pedir para que todos façam uso permanente da máscara.
Enquanto os vereadores falam sem máscara, o novo coronavírus pode se espalhar em gotículas pelo ar no ambiente da Câmara, contaminando inclusive quem está no plenário. Pela idade média dos vereadores itabiranos, a maioria não deve ter sido ainda imunizada.
Veja como o grupão está alinhado em retirar dinheiro da prefeitura e dar para empreiteiras, que não cumpre o contrato. E pior ameaçam com mentiras. Nunca vi alguns vereadores quererem forçar a prefeitura a pactuar com empreiteiros. À pergunta que fica: Qual o interesse desses vereadores que votam contra o financiamento e agora querem que a prefeitura abra as pernas.
“No início de seu pronunciamento na tribuna da Câmara, um vereador solicitou ao secretário de Obras, José Maciel, que retirasse a máscara para facilitar o seu pronunciamento. Mas o pedido não foi acatado”.
Qual a justificativa para não citar o nome do vereador que fez a solicitação ?