Prefeito de Itabira propõe entendimento e diálogo com vereadores ao participar da abertura do ano legislativo

Fotos: Carlos Cruz

Presente na primeira reunião legislativa da Câmara Municipal, nessa terça-feira (1), o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) acenou com bandeira branca, em busca de uma relação harmoniosa entre os poderes executivo e legislativo para o encaminhamento e aprovação de importantes projetos para o desenvolvimento sustentável do município de Itabira.

Marco Antônio propõs um relacionamento cordial e respeitoso em prol de Itabira

A presença do prefeito abrindo o ano legislativo é inédita nos últimos anos, já que o ex-prefeito Ronaldo Magalhães não teve essa iniciativa.

“Venho aqui reiterar o meu respeito à esta Casa e dizer que devemos buscar o equilíbrio entre os poderes em prol dos interesses de Itabira. Isso é ser republicano, acima de tudo”, frisou o prefeito em seu curto pronunciamento.

Marco Antônio Lage disse reconhecer o papel da oposição. Mas reiterou o desejo de se ter um tratamento mútuo respeitoso e cordial. “A oposição ao prefeito é legítima quando ocorre em torno de ideias e projetos.”

E acrescentou: “Mas não se deve fazer oposição à cidade. Esperamos ter um debate, no campo das ideias, em prol do presente e do futuro da cidade”, propôs.

Projetos comuns

Segundo ele, executivo e legislativo itabirano têm a missão, nos próximos três anos, de entregar ao cidadão itabirano uma cidade melhor para se viver e trabalhar.

“O que fica para a história são as obras, que não são só físicas, mas também na forma de leis e projetos importantes que mudam a vida das pessoas para melhor”, salientou.

Para o chefe do executivo itabirano, essa interação e entendimento são ainda mais necessários frente à necessidade imediata de preparar o município para o futuro próximo sem a mineração.

“Que seja daqui a dez, 12 ou 15 anos (que o minério vai ter fim). É preciso que esta Casa acompanhe as nossas negociações com a Vale para o presente e o futuro que queremos construir.”

É assim que Marco Antônio espera contar também com o apoio dos edis itabiranos nas negociações para antecipar a conclusão do projeto de captação de água do rio Tanque. “Já conseguimos antecipar de 2026 para início de 2024, mas ainda não estou feliz.”

Atendimento precário

Ele espera ainda contar com o apoio dos vereadores aprovando outras pautas do governo que versam sobre outras demandas imediatas. “A saúde pública em Itabira é ruim e precisamos reestruturá-la”, reconheceu.

Em entrevista à imprensa após o pronunciamento, o prefeito disse estranhar o fato de o município investir mais no atendimento terciário, nos hospitais, e menos na atenção básica à saúde.

“Temos projeto para reestruturar a saúde pública, que hoje conta com um modelo que investe mais de 50% nos hospitais e menos de um quarto na saúde primária, quando deveria ser o inverso”, disse o prefeito, que considera a saúde primária como preventiva. “A saúde secundária recebe só 6%.”

É assim que para ele, a política municipal de saúde, historicamente, tem sido equivocada. “É por isso que tem mulher morrendo de câncer de mama por não ter tomografia, não ter exames (para o diagnóstico precoce)”, lamentou.

“Já fizemos algumas mudanças, mas a mudança radical vai acontecer nos próximos anos até o final do meu mandato, quando esperamos ter uma saúde de ponta, com as mudanças começando nos PSFs”, prometeu.

Zeladoria urbana

Outras questões imediatas, para as quais o prefeito pediu o apoio dos vereadores, diz respeito ao que ele chama de zeladoria urbana.

“A infraestrutura da cidade não aguenta a chuva, a pavimentação fica toda arrebentada. Itabira é toda remendada (o asfalto), nos bairros e no centro. Não adianta ficar fazendo remendos, precisamos mudar essa infraestrutura para não ficar jogando dinheiro fora com os remendos”, afirmou.

“No nosso plano de metas, já divulgado, temos 97 projetos que precisamos entregar para a população. E a maioria vai ter de passar necessariamente pela aprovação da Câmara”, disse o prefeito, reiterando o pedido de apoio para a aprovação dos projetos que são de interesse da coletividade.

“É esse chamamento que faço aos senhores, desejando sorte e saúde e um ano de muitas realizações para Itabira, buscando o equilíbrio e o entendimento em benefício da população itabirana”, reiterou.

Após o pronunciamento do prefeito, a palavra não foi aberta aos vereadores, para não alongar a prolixa reunião legislativa, que conta com transmissão ao vivo de emissoras de rádio e de alguns sites de notícias.

Oposição cumpre o seu papel

É bem possível que o prefeito consiga maioria na Câmara para aprovar os projetos de seu plano de metas. Mas com certeza, não será por unanimidade, que é burra, conforme bem frisou o célebre dramaturgo brasileiro.

Rosilene Félix relacionou problemas que nao foram resolvidos pela Prefeitura no ano passado

Opositora desde o início da presente legislatura, a vereadora Rosilene Félix (MDB) disse ter aproveitado as férias legislativas para percorrer o município e verificar pessoalmente os graves problemas que a população vem enfrentando, “sem que a Prefeitura dê solução”.

“Serviços básicos de limpeza urbana, varrição, capina e coleta de lixo não estão sendo prestados com eficiência”, criticou.

“O que vimos foi aumento de IPTU, desova de testes de Covid vencidos pela secretaria de Saúde”, enumerou, citando algumas de suas críticas ao governo municipal, já no fim da reunião, sem a presença do prefeito.

Segundo ela, o discurso de conciliação do chefe do executivo itabirano tem por objetivo buscar apoio da maioria dos vereadores para o projeto de empréstimo, que foi derrotado no ano passado.

O pedido de empréstimo era para investimento em infraestrutura, por meio de empréstimo “subsidiado” junto à Caixa Econômica Federal, com aporte adicional ao orçamento municipal da ordem de R$ 70 milhões.

“É a política de implantar o caos para depois vir com solução por meio do endividamento do município. Não será aceito, pelo menos terá a minha oposição”, adiantou a vereadora oposicionista.

Neidson diz nada ter contra o prefeito, mas fez críticas pesadas à sua administracao

O líder da oposição na Câmara, vereador Neidson Freitas (MDB) concordou com a sua correligionária.

“Toda essa narrativa do prefeito é para voltar com o projeto do empréstimo, a sua vinda aqui não foi à toa”, salientou.

“Itabira não precisa de empréstimo para o próximo prefeito pagar. A Prefeitura dispõe de mais de R$ 200 milhões em caixa livres para investimentos. Que o prefeito inicie as obras de recuperação (das ruas da cidade) amanhã”, cobrou.

Segundo ele, a crítica não é ao cidadão Marco Antônio, “que é uma pessoa boa, mas que tem sido um mau prefeito”, avaliou.

“As obras da Unifei estão paralisadas, talvez pela crença de que tudo que veio do governo passado está errado. Mas fico feliz ao ver que o prefeito está mais humilde, reconhecendo a importância desta Casa legislativa. Que Itabira tenha um ano mais promissor, com mais resultados.”

Outro oposicionista, o vereador Sidney “do Salão” Guimarães (PTB) foi também duro nas críticas. Disse, por exemplo, não ver eficiência na Secretaria de Obras, que é também responsável pelo trânsito na cidade. “A pasta está descontrolada. Os buracos nas ruas e nas avenidas estão por toda a cidade”, o parlamentar endossou as críticas da bancada oposicionista.

Líder rebate críticas

Júber Madeira, líder do prefeito, rebate as críticas e também pede mais diálogo para o entendimento

Para o líder do prefeito, vereador Júber Madeira (PSDB), o prefeito busca o entendimento com a Câmara por acreditar na conciliação com diálogo e entendimento.

Mas ele não aceita a crítica de que o governo é ineficaz na solução dos problemas iminentes, a exemplo do verdadeiro queijo suíço que virou a cidade com tantos buracos nas ruas e avenidas.

“Dinheiro público não pode derreter com as chuvas”, disse ele, que não vê como resolver paliativamente, com operação tapa-buraco, esse eterno problema que aparece sempre que chove.

“Marco Antônio trouxe aqui a sua preocupação com a péssima infraestrutura da cidade, que é histórica, e está com prazo de validade vencido. Não adianta ficar fazendo remendos, é jogar dinheiro fora. Os investimentos devem ocorrer de forma definitiva, com recapeamento, refazendo a base que está deteriorada”, defendeu.

“O prefeito reconhece todos esses problemas, que são históricos, inclusive nas áreas rurais. Não tem faltado trabalho e empenho, mas não dá para tampar o sol com peneira, fazendo remendos, sem que se tenha uma infraestrutura adequada”, salientou o líder do prefeito.

“A Câmara pode contribuir com esse processo”, reforçou o que disse o prefeito, mas sem se referir a um possível novo projeto de empréstimo a ser encaminhado ao legislativo itabirano para aprovação da agora reestruturada bancada situacionista.

 

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2 Comentários

  1. O vereador Neidson, é o maior caô, é vereador faz anos e o que de fato legislou?… é o clássico oportunista, e, cabeça de santa ignorância. Imagino que o patrimônio dele, depois de eleito foi às alturas pra glória de sua família.

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