Itabira volta para a onda amarela, com mais medidas de controle para reduzir o ritmo de propagação da pandemia
Com o povo nas ruas, sem fazer uso de máscaras, aglomerações em locais públicos, praças, bares, praias e cachoeiras, o retrocesso de Itabira para a onda amarela era só uma questão de tempo.
E esse tempo chegou: pelo programa Minas Consciente, a partir de sábado (3), Itabira retorna para a onda amarela, com todas as restrições previstas. E não foi por falta de advertência. Leia aqui, aqui e aqui.
“Estamos no limite, devido ao relaxamento do isolamento social e das medidas de prevenção”, advertiu a secretária municipal de Saúde, Rosana Linhares, na semana passada, alertando para o avanço da pandemia no município após o relaxamento ocorrido com o ingresso na onda verde.
Segundo ela explicou, as aglomerações verificadas em Itabira nos últimos dias fez com que o município saltasse de 10 para 12 pontos pelas regras estabelecidas pelo governo de Minas Gerais para manter ou não a distensão das medidas restritivas.
Foi o que acabou acontecendo, o que ocasionou o retorno do município à onda amarela, conforme divulgou o governo mineiro na manhã desta quinta-feira (1).
Para sair da onda amarela, só após 28 dias de estabilidade e queda dos indicadores, contados a partir deste sábado, quando as medidas restritivas voltam a valer.
Indicadores
De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, os principais fatores para que ocorresse o retrocesso foram o aumento de casos positivos do novo coronavírus (covid-19) e a taxa de ocupação nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), que elevaram a pontuação para 14.
Pesou também a taxa de isolamento social que continua baixa, com média de 37% nos últimos sete dias, quando deveria ficar em mais de 50%, segundo o boletim epidemiológico divulgado na quarta-feira (30).
O ritmo de transmissão (RT) do novo coronavírus (Sars-Cov-2), que provoca a doença Covid-19, é outro indicador levado em conta. No mesmo período oscilou entre 0.64 e 1.38, que é considerado de risco alto.
O ideal é o RT permanecer abaixo de 0.9 (moderado), de preferência para que caia para menos de 0.5, que é uma situação de risco muito baixo.
Festas particulares, com jovens que podem estar contaminados pelo vírus, mas sem os sintomas, realizadas no município, foram outros fatores que agravaram a propagação do vírus.
A taxa de ocupação de leitos de UTI em Itabira está em 34%, com quatro pacientes internados de Itabira e seis de outros municípios. E a taxa de ocupação das enfermarias está em 15%, com cinco pacientes internados de Itabira e três de outras cidades da região.
Restrições
Com a volta para a onda amarela, estão novamente proibidos de funcionar cinema, teatro, casas de shows, e atividades de entretenimento, com música ao vivo.
Entre as atividades que continuam abertas, mas com restrições, estão os salões de beleza, autoescolas, comércio de variedades, eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo, vestuários, brinquedos, bijuterias, livrarias, papelarias, imobiliárias.
Bares e academias continuam funcionando, porém com mais restrições e medidas de controle.
Acesso a rios e cachoeiras será controlado nos feriados da Semana da Comunidade
Para que não se repitam na Semana da Comunidade as grandes aglomerações ocorridas na véspera do 7 de setembro, com a ocupação de rios, cachoeiras e praças, antes mesmo de Itabira regressar para onda amarela a Prefeitura decidiu que irá montar barreiras sanitárias nas entradas dos distritos de Ipoema e Senhora do Carmo, incluindo no acesso para o povoado de Serra dos Alves.
As medidas de controle serão implementadas entre o dia 9 (aniversário de Itabira) e 12 de outubro. De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, não haverá propriamente uma proibição de acesso, mas serão adotadas medidas de controle para que não se repitam as aglomerações.
Entretanto, não foi explicado como será feito esse controle, ficando sem informar como será limitado o número de pessoas que poderá usufruir de um providencial refresco no canyon do Marques, na cachoeira Boa Vista, que geralmente é a que fica mais cheia, como também na cachoeira Alta (Macuco).
Para o quadro não se agravar ainda mais, inclusive com o risco de retrocesso para a onda vermelha, situação considerada grave em que ocorre o fechamento de todo o comércio e atividades não essenciais, as autoridades sanitárias insistem na recomendação para que sejam evitadas as aglomerações.
E que as pessoas mantenham a distância uma das outras, sempre fazendo uso de máscaras. E que lavem as mãos com frequência, evitando levá-las ao rosto.