Há caipiras diferentes no modo de falar e se portar
Almeida Jr., O Caipira
Por Vellozia everaldoi*
A origem do termo é indigena, cai pira, corta mato, pelas derrubadas que acabaram com a mata atlântica.
A fala caipira que simplifica a concordância verbal, com nóis vai e nóis fica, arrasta o r da porta e troca o L por R, é mistura do português arcaico, italiano e dos dialetos afros.
Tipo aquele barbeiro de Piracicaba que ao final da barba perguntou ao freguês se queria arco, tarco, verva?
Nada mais se o cliente preferia passar na pele álcool, talco ou água-velva, um perfume da época.
Já o caipira desmatador continua na figura do Bolsonaro, que do Vale do Ribeira, quando menino tirava palmito escondido da reserva florestal e vendia na cidade gritando igual o cara da pamonha, “parmito, parmito, mito, mito”
Daí veio o apelido do mito ao menino do palmito.
Então, Lula não errou em dizer mal do caipira ou capiao que se aplica bem ao capitão-do-mato expulso do exército.
Sou caipira de pés-vermelho, nascido em cidade de solo vermelho, terra-rossa dos italianos que virou roxa.
Até hoje quem não conhece o dialeto caipira se assusta e não entende.
*Geólogo caipira do interior paulista e pé-vermelho igual itabirano.
Num custa nada cunversar assim meio diferente não, sô!
Faz parte do jeitim só de nois caipira mermo, uai.
Pé rachado ou pé vermeio é com nois mermo, viu.