Ganhar títulos é fácil quando se têm os melhores craques disponíveis. É o caso do Flamengo que vence a Supercopa

Luiz Linhares*

É muito fácil conquistar um título no futebol. Montar um grande time recheado de atletas consagrados, com boa parte com passagem pela Europa, oferecer salários milionários pagando em dia, estar em um grande centro tendo uma grande casa de espetáculos, aqui denominada estádio e ser também detentor de uma grande fatia de torcedores espalhados por todo território nacional.

Isso na Espanha é Barcelona e também Real Madrid. E aqui no Brasil se faz presente no momento com o Flamengo que acabou conquistando ontem o seu primeiro título de muitos que com certeza se farão presentes no ano.

Foi a Brasília e conquistou com facilidade a Supercopa do Brasil que reúne o Campeão Brasileiro contra o Campeão da Copa do Brasil. Derrotou o Atlético Paranaense sem grande esforço por três a zero e faturou mais esse título.

Para o mês em curso tem agora o primeiro turno do Campeonato Carioca, quando irá enfrentar o humilde Boa Vista de Saquarema, no Rio, após ter passado pelo Fluminense na semifinal.

O disparate é enorme em termos de receita, grupo de profissionais e até estrutura a seu dispor. Pelo que se desenha é saber quem vai seguir o mengão no ano.

Só falta fazer o acerto indenizatório com as famílias dos atletas mortos no Ninho do Urubu, para não ficar com essa triste dívida da tragédia a manchar tantos títulos.

Sem fazer o dever de casa, Cruzeiro não tem o que reclamar, mesmo tendo time transitório

O treinador Adilson Batista disparou contra a Federação Mineira e contra a CBF. Repetiu aquele antigo discurso de calendário, totalmente exprimido e com número exagerado de jogos e competições.

Seria no momento melhor refletir pelo que vem passando o Cruzeiro e porque vem passando. Se as coisas estivessem normais dentro do clube, com uma situação financeira canalizada e faturamento abundante faria o azul, como quase todos os demais, e formaria duas frentes para percorrer os caminhos diversos.

Como no momento mal tem tido condições de formar um time com força de disputa vai ficando em situação complicada, deixando a desejar em qualidade.

A semana teve uma apresentação horrorosa em Roraima frente ao semiamador São Raimundo local pela Copa do Brasil. Passou sim, beneficiado pelo empate, mas foi duro ver a falta de qualidade e até o nervosismo da meninada frente a competição que é o xodó do time cruzeirense, já tendo conquistado títulos por diversas oportunidades.

Sei e o torcedor também espera que este seja um time transitório, que contratações ao nível de Marcelo Moreno, que vem chegando, sejam mais constantes para tornar-se competitivo na série B do Brasileirão.

O time da garotada não pode ser e não tem qualificação para ser a salvação. São, sim, atletas jovens de boa qualidade, mas em sua maioria estão longe de da qualidade que se espera para os detentores de uma camisa forte como a quase centenária azul celeste.

Sei que tudo tem sido difícil, acredito que absurdamente difícil. Mas o certo é que a vida impõe restrições. Para o momento do Cruzeiro se falar menos é o melhor a fazer. Ficar só na reclamação, repassando obrigações, isso não vai levar a lugar nenhum. A vida continua e o trabalho bate à porta.

Com a derrota no Mineirão, não está fácil a vida do técnico Dudamel no Atlético  

Está complicada mesmo a vida do treinador Rafael Dudamel no comando do Atlético. Às vésperas da primeira grande decisão do ano se usa mais uma vez um time mesclado e ainda mostra uma incapacidade absurda para superar mais um time do interior e dentro do Mineirão.

Difícil saber quem é quem no Atlético atual. As peças não têm se encaixado e os resultados precisam ser imediatos. Contra a Caldense até que se criou e perdeu muitos gols. E quando não poderia falhar, falhou e ofereceu o jogo ao adversário, mostrando muita bagunça na arrumação tática em campo e falhas individuais que comprometeram no resultado. Isso acabou por apagar, melancolicamente, a invencibilidade do ano na competição estadual.

A semana mostra a necessidade de se fazer muitos gols no time argentino dentro do antigo alçapão Independência para prosseguir na Sul-americana. Pena que o Tardelli ainda vá precisar de algum tempo para preparação. Isso porque os gols são para acontecer agora ou o fim da linha será bem mais cedo nessa competição hoje importante e lucrativa.

O torcedor acompanhou o Guilherme Arana pela primeira vez, viu um pouquinho do Savarino, meia venezuelano que chegou há pouco e teve a volta no gol do Vitor. Teve também Patrick, Zé Wellison e Ricardo Oliveira. Agora esperar o Union e seja o que Deus quiser.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-Am

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