Gabeira, autor de O Que é Isso Companheiro?, participa em Itabira do Sempre Um Papo para falar sobre meio ambiente, desigualdade social e liberdade

Foto: Fábio Mota

No sábado (22), às 20h, no teatro do Centro Cultural, Itabira recebe o jornalista Fernando Gabeira para uma roda de conversa pelo Sempre um Papo, com o também jornalista Afonso Borges, idealizador e produtor do programa de entrevistas – e também do Festival Internacional Literário de Itabira (Flitabira), já preparando a sua terceira edição para o final de outubro (aniversário de nascimento de Drummond) e início de novembro. A entrada é franca.

Gabeira é também escritor ativista político/social, tendo sido uma das primeiras vozes no país a levantar a questão ambiental, hoje tão necessária na pauta de todos os países com as mudanças climáticas.

E o bate-papo em Itabira, cidade minerada que sofre impactos ambientais decorrentes da atividade como nenhuma outra no estado e no país, não poderia ter outro tema: o jornalista mineiro de Juiz de Fora vem à terra de Drummond para falar sobre o tema Meio Ambiente e Desigualdade Social.

Será uma boa oportunidade para o eminente jornalista conhecer a realidade ambiental na cidade-berço da Vale e que há mais de 80 anos sofre com a poeira, ruídos das máquinas pesadas operando nas minas, as vibrações com a detonações de rochas de minério, além a degradação paisagística.

Convidado histórico

Fernando Gabeira é também um convidado histórico do Sempre Um Papo, tendo participado do programa de entrevistas pela primeira vez há 37 anos. Ativista, além da bandeira do meio ambiente, ele tem também firme atuação em defesa dos direitos humanos e da liberdade individual.

Ele foi um dos primeiros convidados do “Sempre Um Papo”, há 37 anos. A sua fama aumentou quando retornou ao país, em 1979, depois de ter participado, dez anos antes, do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, liberto em troca da liberdade de companheiros políticos encarcerados pela ditadura militar.

No exílio, Fernando Gabeira viveu na Argélia, Itália, Suécia e no Chile. Com a anistia, retornou ao país, quando teve inicio a sua militância mais contundente em defesa do meio ambiente e crítica à moral burguesa conservadora.

Foi quando o ex-guerrilheiro escandalizou meio mundo, parte da esquerda incluída, com a sua famosa tanga de crochê, emprestada de sua prima, a também jornalista Leda Nagle, com a qual frequentou as praias da zona sul carioca.

Gabeira em sua volta do exílio no final dos anos 1970 com a sua famosa tanga de crochê (Foto: Reprodução/UOL)

De volta ao Brasil, lançou o livro O Que é Isso Companheiro? reportando o ativismo da esquerda, armada e desarmada, na luta contra a ditadura militar. Best-seller, o livro virou filme homônimo dirigido por Bruno Barreto, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1998.

Sempre um Papo – 37 anos

O programa de entrevistas Sempre um Papo é patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura. E conta com apoio da Prefeitura de Itabira, por meio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.

Iniciado em 1986 pelo jornalista Afonso Borges, o programa de entrevistas promove encontros entre escritores – nacionais e internacionais – e leitores. Além do Sempre um Papo – Itabira, o programa acontece também em mais de 30 cidades de oito estados brasileiros, já tendo ocorrido também em Madri, na Espanha.

Em sua trajetória, o Sempre Um Papo já organizou mais de 7 mil eventos, com presença de um público superior a 2 milhões de pessoas presentes em diferentes auditórios e teatros.

Contribui assim, significativamente para a promoção da literatura e a disseminação do conhecimento em Minas Gerais e no Brasil.

Serviço:

Sempre Um Papo Itabira com Fernando Gabeira
Dia 22 de julho, sábado, 20h
Local: Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade – FCCDA – (Av. Carlos Drummond de Andrade, 666, Centro, Itabira)
Entrada gratuita

Informações: http://www.sempreumpapo.com.br

 

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3 Comentários

  1. Cristina Silveira,
    Uma ativista atemporal, sempre atenta a corrigir as anormalidades históricas.
    Equívocos cronológicos do passado, que carecem de uma revisão e correção no enredo.
    A falta de revisão e imersão no enredo do passado, podem, segundo a interrogação deixada por Silveira, mudar o foco e direcionamento na condução desse glamour desnecessário e trazer novos elementos neste passeio, por falta de transparência, onde o glamour nubla, certos elementos que requerem, uma explicação.

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