Futebol e pandemia: a hora da parada necessária para conter o avanço do vírus que mata e deixa sequelas

Luiz Linhares*

Já dizia Cartola que o mundo é um moinho. Acrescento, com a devida licença poética, que a nossa vida é um simples girar, coisas acontecem e voltam a acontecer. Há um ano teve início esta terrível pandemia que vai acumulando quase 300 mil brasileiros que não resistiram à sua sanha assassina.

Há exato um ano, o Atlético jogava em Nova Lima contra o Vila Nova, quando teve início o ciclo do ex-treinador Jorge Sampaoli. De lá para cá tanta coisa aconteceu, tanto se mudou e nos obrigou a também mudar, desde o modo de ser, agir e até de nos relacionar com o próximo.

Tudo está agora de volta, embora a pandemia seja a mesma, só que agora com variantes mais letais. E isso não poderia de deixar de afetar o calendário esportivo, que está suspenso em Minas Gerais e vários outros estados.

O Atlético jogou na sexta feira contra o Coimbra no Mineirão. Foi a reestreia do treinador Cuca no comando, iniciando o ciclo de uma nova equipe em busca da conquista da América.

Ontem foi a vez do clássico mineiro no Independência. América e Cruzeiro mediram forças, com o Coelho levando a melhor. E aqui também retornamos a um ano atrás. Foi quando se viu o Cruzeiro sem rumo ou definição. E, agora, já com quase a metade da primeira fase do Estadual, ainda sem figurar entre os quatro melhores.

Mas não é só para o Cruzeiro que a situação está complicada. Para todos nós está tudo muito difícil, a começar pelo medo ante as inseguranças que a própria vida nos alimenta. Como está difícil pelo preço da carne, da gasolina, do gás e tanto mais.

Só temos certeza de que a vida continua e a terra gira, pois é redonda, assim como a bola. O país, Minas Gerais e a nossa cidade vivem dias de ansiedade e de muita fé, na esperança de que dias melhores virão, como um milagre, para se ter vacinas para todos que precisam ser imunizados. E a boa voltar a rolar com as torcidas enchendo os estádios.

Já no futebol, a partir de hoje volta ficar suspenso, pelo menos para os próximos 15 dias. Mas só para os torcedores televisivos. Isso porque para os atletas serão dias de muitas atividades nos Centros de Treinamento.

Para o técnico do Cruzeiro, Felipe Conceição, a tarefa será mais árdua, difícil, mas urgente que é acertar o time até que chegue a hora de disputar, novamente, a série B do Brasileirão no ano de seu Centenário.

O treinador sabe que tem um plantel limitado, que não tem dinheiro para grandes novidades e que precisa como um milagre fazer deste plantel um time competitivo, sem muita perda de tempo e assim marcar a sua carreira.

Tem a missão de fazer jogar os jogadores mais maduros, assim como todo o coletivo. E fazer dos mais novos atletas um super pulmão para dar sustentação ao grupo, um oxigênio que não pode faltar.

E, por fim, tocar na alma de seus atacantes e cativá-los a tratar a bola como uma dama, tirando o máximo em talento, criatividade e gols para o esperado final feliz.

Mas é triste observar que a cada dia algo aborrece, que não sai como esperado. São tantos os percalços que se torna difícil prever o que vai acontecer no Cruzeiro. Quem sabe a varinha mágica de condão possa aparecer e dar o brilho que a nação celeste tanto espera.

Dúvidas no América que precisa se fortalecer para o Brasileirão

Nesta coluna semanal para a Vila de Utopia, não posso deixar de externar a minha preocupação com o América que venceu o clássico contra o Cruzeiro, mas deixou dúvidas para a disputa na série A do Brasileirão.

A diretoria não fala em grandes ou boas contratações, sendo que tem possibilidade do bom zagueiro Messias e do atacante Ademir saírem negociados.

Esses dois são os principais atletas do grupo. Certo é que o América sobrou no ano passado e foi promovido ao grupo principal. Hoje é alvo fácil para a volta. Se fortalecer – e muito – tem que ser o pensamento para não mais fazer o bate- volta. É hora, portanto, de o Coelho acordar e fortalecer.

 Nacho Fernandes, atlético diferenciado, estreia com galhardia no Atlético

 Por outro lado, em um super mar tranquilo navega o Atlético, que tem time encaixado e com peças de fácil encaixe em uma pré-temporada extra para tudo acontecer.

O brilho do atleticano se fez encantar. Vi o craque argentino Nacho Fernandes estrear e mostrar em 90 minutos algo que não se via há um bom tempo no Atlético.

Trata-se de um atleta que pensa, movimenta e joga qualidade na criação. Esta parece ser a contratação do ano, um quase meio perfeito e a favor do Atlético, um exímio camisa dez para um time que vai se tornando a cada dia mais forte. Está quase pronto para brigar com favoritismo por tudo.

No campeonato estadual vai sobrando: são cinco jogos com vitórias, tão fáceis de acontecer que poderiam ser por placar bem mais elástico s assim o grupo quisesse.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM

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