Futebol brasileiro aprofunda a má fase e Minas Gerais não foge dessa situação que se agrava com dívidas impagáveis de seus clubes

Luiz Linhares*

Tivemos uma semana bem complexa no mundo do futebol. Não sei se a pandemia ou o próprio modo de pensar que tem nos causado ansiedade e incertezas.

O que é o mundo do futebol: quem diria que o Atlético, respaldado por grandes torcedores e investidores, estaria montando um time para trilhar o caminho de melhor da América e dia após dia se aproximando de ter sua própria Arena, ou casa de espetáculo?

Mas eis que aparece um dos maiores agentes de futebol e cobra uma dívida de mais de R$ 40 milhões em despesas e comissões não pagas por intermediação na contratação ou venda de um grande número de atletas que pelo Galo passaram ou ainda se encontram.

Trata-se de um mundo à parte sem dúvida. Isso porque o futebol tem tanta facilidade de negociar, não pagar e a vida continua seu rumo quase que de forma tranquila.

Um pobre mortal se dá mal muitas vezes até por uma dívida simples de reais. Já no futebol, não. É tudo meio escuso. Os clubes são grandes caloteiros e carregam dívidas absurdas, quase impagáveis, sempre encontrando amparo na justiça e mesmo nos credores, alongando, perdoando e valorizando a má gestão.

Minas Gerais tem sido a toada para reflexão de atos e paga um preço absurdo com o Cruzeiro por tudo que já passou e pelo hoje sem horizontes a curto prazo.

Tenta como pode se salvar nesse oceano de problemas. O tempo será razão de tudo, se salvar da falência é questão de ordem. O certo é que o tempo passa e ninguém é responsabilizado pelo que o time está passando, ninguém paga e vida que segue.

É hora de dar um basta nessa situação no mundo do futebol, que precisa ter mais transparência. É o que falta também à diretoria do Atlético, que tem muito a explicar aos seus torcedores. Torço para que tenha alguma razão e que não venha com mais problemas batendo à porta.

Uma frase que é quase unânime no mundo do futebol e que se ouve como se fosse natural, é o “mais quem não deve?”. Se achar que está bem assim, é concordar com malfeitos que não são explicados ou que são mal explicados.

Fato é que a semana mostrou, mais uma vez, o momento ruim do futebol brasileiro. O Grêmio deu adeus à disputa da Libertadores ao ser eliminado antes de ter início a fase de grupo. Tirou o emprego do Renato Gaúcho e faz muita gente repensar seu caminho.

Atlético ainda está longe de mostrar o bom futebol que a torcida espera de contratações milionárias

Pelo campeonato Mineiro, o que se viu foi uma rodada bem morna em campo, com a penúltima da fase classificatória, com os grandes times sem mostrar interesse pela disputa.

Para o Atlético é chegada o momento de estreia na competição continental. Sonha de novo com a conquista da América e com experimentos por parte de seu treinador.

Rebaixou para o módulo II do Mineiro o fraco Boa, de Varginha. Mas o que se viu em campo foi um futebol pobre e preocupante para o que vem na primeira escala da Libertadores.

O exemplo do Grêmio não é só um fantasma, mas realidade para o time gaúcho que, espera-se, não se repita com um fracasso retumbante. O Atlético tem demonstrado ser um time ambicioso pelas contratações, mas isso não tem demonstrado em campo.

Com razão o torcedor anda desconfiado. Afinal, o time com as suas principais peças, à exceção do argentino Nacho Fernandes, não rende o que se espera. Um ataque que tem Hulk, Keno, Savarino, Vargas e outros contratados não pode deixar para liquidar seu adversário no último minuto de jogo e em um pênalti maroto, para não dizer inexistente.

Sei que muda a disputa e muda-se também a conduta e a vontade, pelo menos é o que a torcida espera. Fico a imaginar o que pode ser mostrado em Caracas nesta semana. Mas fica ainda a confiança no treinador, no trabalho e no grupo formado A conferir.

Cruzeiro avança na Copa do Brasil, projeta disputar a final do Mineiro, mas derrapa contra  o Pouso Alegre

O Cruzeiro foi também para o jogo de domingo pela manhã meio sonolento, cheio de testes, o que até considero necessário para um time em formação.

Encontrou um obstáculo que não esperava, gramado ruim alto, sucumbindo o que de bom poderia ser esperado da partida. O time azul mostrou pouquíssimo talento, perdeu o jogo, sem que o treinador pudesse tirar proveito de seus objetos.

Vi apenas, em parte do jogo, alguns atletas promissores perderem sequência de crescimento por força de contusão. São profissionais que têm potencial e que devem ser trabalhados, mas não na necessidade iminente de acerto que o clube requer.

Para o time celeste a semana valeu pela conquista, em Natal, de vaga para a terceira fase da Copa do Brasil, uma situação melhor do que a do ano passado. Mas há muito que melhorar, mas com objetivos que estão mais bem traçados, com contratações que chegam com apoio externo.

Se antes se tinha só notícias negativas, há agora esperanças para que tudo possa melhorar.

No estadual com certeza o Cruzeiro vai brigar para ser finalista, enquanto fatura uma grana extra na Copa do Brasil, em um ano em se comemora o centenário desse grande time mineiro.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM

 

 

 

 

 

 

 

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