Faturamento dos times mineiros no Estadual pode emagrecer com a crise da Rede Globo
Luiz Linhares*
Numa economia fragilizada como a nossa, é difícil imaginar que o futebol não sofra com as interferências negativas da falta de recursos para investimentos. Tenho batido nessa tecla em especial quando me relaciono aos campeonatos estaduais – e certamente com maior ênfase no que acontece aqui em nosso estado.
Com o afastamento já antigo do Valério no grupo dos times de primeira, fiquei um pouco por fora do que os clubes recebem através da Rede Globo, que compra os direitos de transmissão da disputa já há anos. Na atualidade, Cruzeiro e Atlético recebem na faixa de R$ 12 milhões, o América um pouco mais de R$ 2 milhões e cada clube do interior R$ 1 milhão. Descontando-se impostos chega a ter uns R$ 800 mil reais como receita garantida.
Falando nisto falam por aí que, com as torneiras fechadas para si, a emissora deixará de comprar esta competição a partir de 2022, o que deixa feliz todos os que são contra essa disputa caseira.
São outras situações que vão ser desenhadas com o passar do tempo. Volto ao pensamento inicial de que é o do enfraquecimento dos times do interior. Dinheiro se tem para fazer bons times com esta grana da tv e mais todo o arsenal publicitário que se posicionam nas camisas e que geram uma receita entendo boa. Falta a gestão na montagem, execução e introdução de um bom trabalho.
Digamos que o simples, bom e barato melhor estruturado pode fazer a diferença para o que vem pela frente. Hoje pelo que tenho visto os times do interior tem muito mais sido um retrato de boa parte da população brasileira: o que se apura vai para a quitação do que já é devido. Por fim, volto ao que sempre falo, gestão produz eficiência que por sua vez gera lucro.
Chegamos ao estadual mineiro na oitava rodada, restando três para o final. Incrível que dois times não conseguiram vencer uma partida sequer. Outros dois obtiveram uma única vitória e ainda buscam reforços que possam chegar e serem salva vidas em três jogos. Por outro lado, um regulamento em que doze equipes jogam entre si em turno único e ao fim oito se classificam é também duro de aguentar.
Mais uma semana decisiva para o Galo na Libertadores
Mais uma semana que coloca o Atlético em uma decisão na Libertadores. No Estadual a situação segue bem, embora o time alvinegro não tenha nada de espetáculos jogando com seu time alternativo, mesmo com as vitórias alcançadas, umas com uma certa excelência e outras nem tanto.
O certo é que está muito perto de alcançar a primeira posição no campeonato, o que garante vantagens nas fases próximas. E repito, jogando a maioria das partidas com o time B, alternativo, montado no ano e que se não tem sido brilhante, pelo menos tem-se mostrado eficiente e vitorioso.
O confronto decisivo pela fase preliminar da Libertadores tende a ser mais tranquilo pela própria vitória alcançada no Uruguai no jogo de ida. O adversário tem que sair para o jogo pois somente a vitória lhe interessa e pelo que lá mostrou não tem esta qualidade. Vem de classificação obtida no tapetão e não mostrou um bom futebol para poder incomodar o Galo jogando em casa, e muito menos deve mostrar jogando no Independência.
É óbvio que o Atlético tem de jogar muito, imprimir um ritmo de decisão, neutralizando assim as dificuldades que o time mineiro tem tido em outros jogos considerados importantes.
Pena que esteja prevalecendo o que lastimavelmente afirmou o prefeito de BH, ex-presidente do Galo Alexandre Kalil, para quem pobre tem que ver jogo é na televisão e não em estádio.
Jogar uma partida de decisão para 22 mil fanáticos é melhor que para 50 mil no Mineirão, é o que os dirigentes pensam e assim tem sido. Antigamente premiar o torcedor era a meta, hoje somente o de carteirinha tem vez. Ou estou errado?
Cruzeiro está devendo um bom futebol aos seus torcedores
O time celeste não tem rendido aquilo que se espera. Contestar o momento do Cruzeiro se faz pela perda da primeira colocação para o rival no estadual, mesmo mantendo a base do ano passado, que foi vencedora, mas que não consegue segurar a ponta, tendo sido desbancado pelo rival mesmo jogando com time de reservas.
Com certeza parâmetro para tal não existe. Mas que gera desconfiança isto sim, tem gerado e muita. Será que o time tem jogado a bola que a competição sugere e o torcedor cobra? Será que forças têm sido reservadas para quando a Libertadores chegar?
Contusões, entrosamento e uma calma natural que já passamos a conhecer, é o jeito Mano Menezes de ser. Está chegando o Carnaval e quando o mesmo sair de cena chega o primeiro confronto pela competição sul-americana. E será contra os argentinos nesta sonhada Libertadores. Vamos ver o que nos reserva o time celeste.
Por falar em Carnaval, neste ano não tem rodada. Tempos atrás, há anos a fio, o sábado de folia era também de bola rolando. Enfim chegaram à conclusão que não se combinam. Uma pausa para redobramento de energias. Quem está bem, descansa. E quem quer se salvar que busque alternativas.