Apesar das oscilações em campo, Atlético tem time para brigar pelo título de campeão brasileiro
Luiz Linhares*
Por aproveitamento, o Atlético voltou a ter a melhor campanha do Brasileirão 2020, apesar de ocupar, neste momento, a terceira colocação na tabela. É que tem o jogo contra o xará paranaense adiado, em decorrência da disputa da final do certame estadual.
Seria claro um ótimo negócio, a glória, com vistas principalmente para o que acontecerá em fevereiro do próximo ano, provavelmente quando chegaremos a rodada final, quando o Galo, enfim, pode ter mais uma vez o título nacional que persegue desde 1971.
Como nem tudo é perfeito existe ainda uma desconfiança em relação a tudo que este time pode oferecer. Embora tenha tido domínio das partidas, o Atlético não tem encantado o torcedor.
Tem criado a bom termo e as vitórias estão acontecendo. Mas o que desagrada são as oscilações que tem ao longo dos noventa minutos. É que de uma hora para outra o time tem queda vertiginosa na partida, quando passa a errar até exageradamente. Com isso, proporciona ao adversário um crescente de produção e passa a correr risco.
Os dois últimos jogos foram de vitórias, contra o São Paulo, em BH, e contra o Coritiba no Paraná. Nas duas partidas aconteceram situações complicadas. Em casa, deu tanta liberdade ao tricolor que levou duas bolas na trave. E teve, por sorte, um gol do adversário anulado pelo Var em função de um impedimento passível de erro.
E assim, por pouco não se complicou. Mas veio a reação e nos dez minutos finais do primeiro tempo marcou dois com Alan Franco. E passou a estabelecer sua melhor qualidade em jogo de muito equilíbrio com bola rolando.
Já contra o Coritiba jogou um bom primeiro tempo. Mostrou-se dominador, com boas chances e evolução criadas dentro da partida. E veio o gol de Sasha aproveitando rebote do goleiro.
No segundo tempo o time sumiu. Parou de criar, deu campo ao modesto adversário e não aproveitou a chance de até golear o seu adversário. Resultado: terminou o jogo se defendendo do abafa adversário que queria a todo custo pelo menos empatar.
Sou favorável ao Sampaoli no sentido de rodar boa parte do time, de escalar estudando o time oponente, principalmente por ter peças que conseguem manter o nível de jogo.
Certo é que a adaptação leva tempo e nem sempre ser bom significa a compreensão ao que se quer. Acho que faltam ainda peças de criação ou mesmo ter o Nathan de volta.
Mas de toda forma, o que se vê à frente mostra muita força e talento, ainda mais com a possibilidade de chegar mais bons valores a chegar, exemplo do goleiro Ederson, ex Santos que foi anunciado, e vem para agradar aos anseios do treinador.
Tudo com certeza conspira a favor, tende a melhorar e deixar o Galo forte e vingador.
Crise no Cruzeiro reflete no futebol, que tem baixo rendimento em campo e deixa torcedor apreensivo

Se o Atlético vai muito bem, não se pode dizer o mesmo do Cruzeiro. A situação para o time celeste está complicada em todos os sentidos. Até agora quando escrevo estas linhas, o treinador Enderson Moreira ainda está mantido no comando do time.
Entretanto, Moreira não conseguiu melhorar em quase nada a qualificação da equipe após uma semana de cobranças e forte pressão. Tinha o jogo contra o CRB, no Mineirão, praticamente ganho.
Mas falhou de forma incrível, bisonha até, em um lance de passe ridículo em uma distância de dez metros.
A bola tocou na canela ou joelho do companheiro e foi servir justamente ao artilheiro do campeonato, que girou com facilidade, estragando a possiblidade vitória do Cruzeiro.
É fato que o time é fraco. Mesmo os jogadores mais tarimbados têm rendido muito pouco. Eles podem render muito mais, assim como pouco efeito tem surtido da pressão em cima dos atletas mais jovens.
O problema é que não se tem tempo para lamentação e muito menos para aguardar que a resposta do elenco aconteça. A cada tropeço aumenta o distanciamento para o grupo dos quatro primeiros que, ao final, serão integrantes da divisão principal.
Não se pode aceitar a Raposa o Cruzeiro fora desta possibilidade de retorno à série A. Mas é preciso, urgentemente, descobrir a receita para que isto aconteça, antes que seja tarde.
Sinceramente tenho dó do presidente interino Sergio Rodrigues, que tem um “abacaxi” e tanto para descascar. Mas se o time conseguir superar essa má fase de forma vitoriosa, isso o tornará um Deus no mundo celeste.
Para isso, tem sim luz no fim do túnel. Mas eu mudaria o comando do time. A decisão pode até ser desesperada, mas algo precisa ser feito para fazer o time vencer com o atual elenco.
No atual momento, nem mesmo novas contratações o Cruzeiro pode fazer diante da punição em vigor. Com a batalha judicial resolvida, com certeza bons cruzeirenses irão mostrar a cara e ajudar na reconstrução do clube emergencialmente para o time superar essa fraqueza.
É preciso que todos se unam no mesmo ideal, não resta outra alternativa ao mundo azul.
Para fechar lamento o acontecido em Florianópolis, quando “torcedores” invadiram o estádio Orlando Scarpelli onde acontecia o treinamento do time no sábado.
Promoveram uma quebradeira, ameaçaram atletas e agrediram a nutricionista do clube. Torcer, contestar e protestar tudo bem, invasão e agressão não se pode aceitar de forma alguma. A que ponto chegamos.
América tropeça fora de casa
Já o América segue mais firme lutando pelo retorno à série A. Mas tem também tropeçado quando não pode, a exemplo do que ocorreu na partida contra o Sampaio Correa, ficando, com uma partida a menos, foram do G-4 da série B. frustrando jogadores, diretoria e, principalmente, a torcida americana.
O Coelho tem time para brigar pelo retorno. Mas para isso ocorrer, acertos terão de ser feitos. O treinador Lisca certamente saberá fazer o que é necessário e urgente.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM