Estudantes da escola Marciana Magalhães produzem vídeos-documentários abordando bullying, drogas, violência contra a mulher e poluição em Itabira
Fotos: Divulgação
Alunos do professor Júlio “Mengueles” Batista Mattos, que leciona Geografia com metodologia bem interativa e participativa, descobrem novas formas de se expressar e aprender por meio da câmera do celular.
Para isso, produzem documentários abordando temas diferentes, sempre com base na realidade e na vida cotidiana em seus bairros, na cidade e no país. Por meio do Projeto de Vida, de produção audiovisual, as aulas se tornam menos enfadonhas e o aprendizado flui com liberdade de expressão e visão ampla dos temas abordados.
“É uma forma lúdica e didática com a qual abordamos com os alunos a realidade que vivem, por meio de recursos do áudio e do vídeo que despertam o interesse dos alunos pelas matérias lecionadas”, explica o professor, que leciona Geografia na escola estadual Professora Marciana Magalhães.
Nessa pedagógica didática cultural o professor já tem expertise, com vários vídeos-documentários produzidos por seus alunos em sala de aula e nas ruas.
Os resultados serão apresentados em exibições gratuitas no teatro da Fundação Carlos Drummond de Andrade, no dia 13 de agosto, às 8h 30, na 1ª Mostra de Cinema Marciana Magalhães. “O foco é sempre o da busca da transformação dos alunos por meio da informação, capacitação e desenvolvimento de valores”, salienta o professor Mengueles.
É assim que ele consegue despertar nos alunos novos valores e uma nova visão do mundo, para que se tornem mais fraternos e solidários, aversos aos preconceitos e ao bullying, sempre tratando o próximo com respeito e empatia. Têm-se assim também uma forma inovadora e criativa de ensinar o conteúdo da matéria proposta em sala de aula.
“Métodos tradicionais e modernos acabam se fundindo em novas possibilidades de aprendizado, crescimento pessoal e coletivo, aproximando os estudantes da narrativa audiovisual e das suas possibilidades de expressão cultural e artística.
Com isso, os jovens ganham mais um instrumento para compartilhar ideias e desenvolver o pensamento crítico”, é a aposta que faz o professor, com grande sucesso.
Resultados promissores
Iago Mateus, aluno no 1° ano, como foi prazerosa a experiência cinematográfica como meio de se obter conhecimento. “O filme, realizado em conjunto com o meu grupo, abordou a poluição e o lixo na nossa cidade”, conta.
Para o documentário, o grupo entrevistou moradores do bairro Gabiroba, procurando entender a percepção que as pessoas têm da realidade em que vivem. “Perguntamos se consideram Itabira uma cidade poluída e quais são as consequências dessa poluição na vida das pessoas”, conta, explicando que a abordagem foi embasada pelo conteúdo do projeto Vida e Humanidade.
Com as diferentes abordagens expressas nos documentários, a expectativa é contribuir para que a sociedade compreenda as consequências nocivas do lixo lançado em terrenos vagos, ou menos nas ruas, o que prejudica a qualidade de vida e ambiental de todos os moradores. “Esperamos contribuir também para uma cidade limpa”, enfatiza o aluno produtor de vídeo e gerador de conhecimentos.
Já a estudante Débora Oliveira participou do grupo que abordou o tema Violência contra a Mulher, procurando reportar os diferentes tipos de abusos e a misoginia ainda presente de forma acentuada na sociedade brasileira.
“Procuramos mostrar como ocorre essa violência. A mensagem que o nosso trabalho deixa é que muitas mulheres sofrem violência e não têm coragem de se manifestar pedindo ajuda. E quando se manifestam nem sempre são ouvidas”, disse a estudante, para quem todas as formas de violência contra a mulher devem ser denunciadas.
Instrumento didático
É assim que a sétima arte se transforma em instrumento didático-pedagógico. E, por extensão, contribui para mudar a realidade, acentuando o sentimento de pertencimento e engajamento dos alunos por um mundo melhor, reconhecendo direitos e deveres em sociedade em prol da coletividade.
“Por meio do cinema/documentário os estudantes expressam as suas ideias, sensações, opiniões. É um jeito de conectarem com outras pessoas e com o mundo ao redor”, acentua Mengueles. “A ideia de fazer cinema retratando a realidade é uma forma de os alunos apropriarem da realidade para tentar transformá-la por meio do conhecimento e compartilhamento.”
Dessa forma, o projeto apesenta o cinema aos estudantes como fonte de cultura e agente transmissor de conhecimento, desenvolvendo-se o senso crítico, estético e cultural sobre o espaço geográfico, conhecendo os seus conflitos em Itabira, com ênfase na realidade que eles que vivem em seus territórios.
É pela imagem e som que se tem um debate transdisciplinar em torno de temáticas atuais que afetam a vida dos estudantes e das pessoas em sua volta, em busca da integração e do desenvolvimento pessoal, sempre com ênfase na convivência social.
Os temas abordados nos curtas-metragens são variados. Têm por base os acontecimentos reais. Com eles, os alunos produzem, discutem o roteiro e viram atores de cinema, enquanto outros se dedicam à elaboração do roteiro e das filmagens, captando os áudios e as imagens para comporem as cenas, já com a ideia na cabeça do que pretendem reportar nos curtas.
São abordados temas sociais diversos, como drogas, violência, bullying, valores de vida e o repúdio a todas as formas de preconceitos. O resultado pode ser conferido na 1ª Mostra de Cinema Marciana Magalhães, no dia 13 de agosto, às 8h 30, no teatro do Centro Cultural, aberto ao público.
Confira o documentários já editado para exibição:
https://drive.google.com/file/d/16epYi92H3JtXPQDTtyKBTyDJuMr70vb-/view
Muito orgulhoso dos meus alunos
O professor Júlio Mengueles, pelo que leio nos jornais e ouço por aí, faz muito por Itabira, mais muito mais dos os da gema.
Fica o abraço ao grande professor.
Obrigado Cristina , vamos em frente!