“Drummond e o Cinema” é tema da mostra que aborda também a sua relação com a mineração, no cine Humberto Mauro, Palácio das Artes, BH
Imagem: Divulgação
Carlos Cruz*
Se em Itabira pouco se discute Drummond e a mineração, o tema estará em debate e exibição na mostra e seminário Drummond e o cinema, que acontece entre os dias 7 e 17 deste mês, no Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, Belo Horizonte.
Na quarta-feira (13), a mostra se dedica ao tema que em sua cidade natal tem sido pouco debatido: Drummond e a Mineração, a partir de 17h, com exibições de Lavra (BRA, 90’), de Lucas Bambozzi, e Rejeito (2023, BRA, 75’) de Pedro de Feilippis, seguidos de debates com André Brasil e Alessandra Brito, ambos professores de Comunicação da UFMG, com mediação de Pedro Rena, Letras, UFM.
Itabira estará presente na mostra também no sábado (11), quando entra em cartaz o tema Drummond e a Maquinação do Mundo, com debate sobre o livro homônimo de José Miguel Wisnik, professor de Letras da USP, que estará presente às 19h na mesa, ao lado da artista plástica Laura Vinci, com mediação de César Guimarães, professor de Comunicação, UFMG.
Nesse mesmo sábado, às 18h, na sessão dos curtas será exibido o documentário Camaco (2022, BRA, 14’), do itabirano Breno Alvarenga. Na mesma sessão, destaque também para o documentário O maior trem do mundo (2019, BRA, 6’), de Julia Pontes.
Vida, obra e cinema
Segundo os organizadores, a mostra e o seminário se propõem a pensar as múltiplas relações entre vida e obra do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade e o Cinema, brasileiro e estrangeiro, ao longo do século XX, reverberando no século XXI.
“José Maria Cançado, biógrafo de Drummond, afirma que a sensibilidade e o sentimento do mundo do poeta foram colhidos pelas projeções de cinema nas salas de rua da capital mineira, nas décadas de 1920 e 1930.
Frequentador assíduo dos lançamentos cinematográficos da época, Drummond se posicionava, desde jovem, nos debates candentes sobre a moral e a modernidade na sociedade.”
Vale lembrar que a primeira crônica que ele publicou em jornal é dedicada ao cinema, em 1920. O poeta itabirano escreveu poemas e crônicas apaixonados, ao longo de toda a sua obra, sobre figuras célebres do cinema como Charlie Chaplin e Greta Garbo.
A mostra, aberta a diferentes perfis do público, revela-se relevante socialmente ao apresentar e discutir de modo detalhado a relação de um escritor mineiro, com sua visão cosmopolita do mundo, com o cinema, arte que é fundamental para a compreensão do mundo do século XX e XXI.
A obra poética de Drummond constitui, conforme avaliação de críticos, artistas e escritores, um dos eixos centrais da literatura brasileira. Não bastasse a excelência estética, a diversidade temática, a densidade reflexiva e o engenho rítmico encontrados em sua longeva produção, seus versos parecem cifrar a história da modernidade cultural brasileira no curso do século XX.
Em sua escrita avolumam-se e implicam-se, sem ordenação aparente, mas em viés analítico, signos e imagens, discursos e personagens, paradoxos e rupturas decorrentes da consolidação do mundo moderno no cenário nacional.
A mostra conta com a curadoria do professor da FALE Roberto Said e de Pedro Rena, do Poslit/UFMG.”
*Com informações da Fale/UFMG e Mostra Drummond e o Cinema
Serviço
Mostra “Drummond e o Cinema”
Período: De 07 a 17 de novembro de 2024
Horário: Tarde e noite (confira a programação)
Local: Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes)
Evento gratuito
Mais informações em https://mostradrummondeocinema.cartografia.org/
Confira a programação completa aqui: