Decreto mantém comércio de Itabira aberto com rodízio por final de CPF nos supermercados
Sem lockdown, ainda que parcial, como tem ocorrido na maioria das cidades da macrorregião Centro, da qual Itabira faz parte, mas que, por ser líder de uma microrregião que ainda está na onda amarela pelo programa Minas Consciente, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) baixou decreto, nesta terça-feira (12), com medidas que ele a sua equipe de saúde julgam necessárias e suficientes para conter o avanço da pandemia no município.
Marco Antônio Lage, porém, reconheceu em coletiva de imprensa, convocada para divulgar as medidas contidas no decreto municipal 0115, que o avanço da pandemia é preocupante.
Entretanto, considerou também que a situação em Itabira não chega ser crítica quando comparada com a realidade de municípios vizinhos de igual porte – e que tiveram que adotar medidas mais restritivas ao comércio e à locomoção de pessoas.
Mas nem por isso, disse, a prevenção pode ser descuidada tanto pelos empresários como também pelos cidadãos. Para ele, o comportamento individual e coletivo, com as medidas preventivas, é imprescindível para impedir que a pandemia fuja do controle ao ponto de comprometer os serviços de saúde e ter de fechar novamente o comércio na cidade.
Se isso ocorrer, ele alertou, fatalmente o município e a microrregião entram para a onda vermelha. “Vamos seguir o que está no Minas Consciente. Se Itabira regredir, fechamos tudo o que não é essencial”, já avisou o prefeito, que ainda acredita no poder da persuasão e conscientização das pessoas, visando a autoproteção e coletiva.
Segundo Marco Antônio, o decreto não é policialesco, embora contemple o aumento da fiscalização. “São medidas que visam a conscientização de nossa população e que contam com a participação de todos para conter a escalada da pandemia”, é a fé que o prefeito tem no engajamento das pessoas, acreditando na mudança de condutas de desleixo e muitas vezes negacionistas para um comportamento preventivo e protetivo, individual e coletivo.
Campanha
Para isso a Prefeitura vai lançar ampla campanha com o objetivo de salvar vidas e o avanço da pandemia, como meio para reduzir o ritmo de propagação do vírus. A maioria das novas medidas passa a valer a partir de segunda-feira (18), outras antes.
Mas essas medidas somente serão aplicáveis no caso de Itabira não ingressar na onda vermelha, caso assim avalie, na quinta-feira (14), o Comitê Extraordinário Covid-19 de Minas Gerais. “Estamos fazendo um apelo à consciência das pessoas para evitar o retrocesso com o avanço da pandemia. Juntos podemos progredir para a onda verde antes mesmo de se ter vacinas para imunizar todo mundo.”
O desafio, afirma o prefeito, é reduzir o ritmo de propagação da pandemia, mantendo o serviço de saúde e também a economia da cidade funcionando com poucas alterações.
Se esse objetivo será alcançado com essas poucas restrições – e contando mais com a adesão e o empenho da população – contendo a pandemia, só o tempo dirá.
O panorama na cidade é diferente da macrorregião de Belo Horizonte, diz prefeito
Pelo boletim dessa segunda-feira (11), Itabira registrou 6.147 pessoas infectadas, com 49 óbitos – e com taxa de transmissão (RT) de 1.03 no período de 5 a 11 de janeiro.
“Isso significa que a transmissão do vírus está em alta no mês de janeiro. As pessoas viajaram e a propagação está acontecendo no pais inteiro. Já estivemos com taxa de 0.84. Índice acima de 1 indica que, para cada grupo de 100 pessoas, outras 100 ou mais podem ser contaminadas”, explicou Marco Antônio Lage.
Já a taxa de ocupação de leitos UTI está em 48% e de enfermaria em 43%, sendo que antes estava em 36% em leitos UTI e 22% em enfermaria no início de janeiro.
Entretanto, mesmo com esse aumento significativo, o prefeito não considera a situação alarmista. “Mas isso não significa que vamos esperar a onda vermelha chegar para agir.”
Região
O prefeito lamentou o elevado número de mortes por Covid-19 em cidades vizinhas. É o caso de João Monlevade, que já registrou 51 óbitos nesta segunda-feira e tem outros sete em investigação. Com isso, o prefeito Laércio Ribeiro (PT) decretou medidas mais restritivas para conter esse avanço.
Belo Horizonte e cidades conurbadas já estão vivendo restrições próximas ao lockdown, com fechamento do comércio não essencial e restrição de transito de pessoas nas ruas. A taxa de ocupação de leitos de UTI na capital mineira está em 85% e o número de mortes já se aproxima de 2 mil.
Por Itabira liderar a microrregião que está na onda amarela, o prefeito e a sua equipe de saúde não consideram ser necessário adotar as mesmas medidas restritivas para o momento.
Mas não foram descartadas medidas mais duras, para o caso de o cenário mudar e a pandemia continuar avançando em ritmo mais acelerado nos próximos dias.
Medidas preventivas
Entre as medidas contidas no decreto, já a partir de quinta-feira (14) fica proibida a circulação de ônibus com passageiros em pé. Além disso, todas as janelas devem permanecer abertas e a higienização dos veículos terá que ser diária.
Os pontos de ônibus também serão higienizados diariamente. O embarque de passageiros só será permitido com uso de máscara. E a concessionária do transporte coletivo terá que disponibilizar álcool em gel em todos os veículos.
Além disso, serão ampliados os horários das linhas, de forma que permitam, diariamente, incrementar a disponibilidade do transporte coletivo na cidade em mais 1,2 mil novos passageiros sentados.
Haverá funcionamento escalonado no comércio da cidade, sendo que bares e restaurantes podem funcionar de 9h às 22h. Diferentemente de outras cidades, não foi proibido o consumo de bebidas alcoólicas nesses estabelecimentos.
Para as compras nos supermercados, a partir de segunda-feira (18), haverá rodízio pelo número do CPF. As pessoas só poderão ir às compras nesses estabelecimentos de acordo com o final do documento: portadores de CPFs com número pares só terão acesso nos dias pares. E os finais ímpares em dias ímpares.
Confira abaixo as medidas de prevenção e restrição do decreto 0115, de 13 de janeiro