Não vai ter lockdown, mas Itabira deve aderir à onda roxa na segunda-feira, por decisão do prefeito Marco Antônio Lage
Com o avanço do novo coronavírus em Itabira e na região, Itabira deve adotar, por inciativa do prefeito Marco Antônio Lage (PSB), a nova onda roxa do programa Minas Consciente, no que deve ser seguido pela maioria dos municípios do Médio Piracicaba.
A adesão deve ocorrer a partir de segunda-feira, mas as medidas mais restritivas deveriam valer já a partir deste sábado, pela gravidade do avanço da pandemia em Itabira e no município. Mas não será assim, mantendo-se esse compasso de espera que pode ser fatal para muitos pacientes com sintomas mais graves da doença.
“Todos os municípios da região irão aderir à onda roxa, menos João Monlevade”, diz uma fonte ouvida pela reportagem, que participou da reunião do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 no Médio Piracicaba.
Segundo ele, algumas prefeituras da região defenderam o lockdown, que seria um fechamento mais severo das atividades econômicas, inclusive com a proibição de livre trânsito de pessoas pelas cidades. Mas foram votos vencidos.
Segundo essa mesma fonte, João Monlevade foi o município que se posicionou mais veemente contra o lockdown. “O prefeito de João Monlevade, médico, do PT, defendeu com unhas e dentes a não adoção de medidas mais restritivas para a prevenção da propagação da covid-19.”
Decreto municipal
O prefeito Marco Antônio Lage deve baixar decreto ainda neste sábado (6), com as medidas da onda roxa. As restrições são consideradas o mínimo necessário para conter a evolução da pandemia no município e na região.
O sistema de saúde de Itabira vive situação de pré-colapso. Os leitos de UTIs para pacientes de convênio, segundo informação obtida pela reportagem, estão com 100% de ocupação no hospital Nossa Senhora das Dores. E é de 96% a taxa de ocupação de leitos de UTI/SUS.
A situação epidemiológica em Itabira é extremamente preocupante com o avanço célere da pandemia no município e também na região, o que acaba o sistema de saúde, principalmente nos hospitais.
O que é a onda roxa
A onda roxa foi criada na quarta-feira (3) como alternativa encontrada pelo governador Romeu Zema (sem partido) para não ter de decretar lockdown nas regiões onde a situação se encontra mais crítica.
A decisão foi aprovada pelo Comitê Extraordinário Covid-19, grupo que se reúne semanalmente para avaliar os indicadores da doença no estado.
De acordo com o programa Minas Consciente, o objetivo da onda roxa é reduzir drasticamente a velocidade de propagação do vírus. E nessa onda deve permanecer até que as regiões mais afetadas recuperem a capacidade de atendimento de seus sistemas de saúde.
Ao ingressar na onda roxa, entre as medidas mais restritivas, o município terá de proibir a circulação de pessoas sem o uso de máscara de proteção, válido em todo espaço público ou de uso coletivo, ainda que privado.
Outra proibição é de circulação de pessoas com sintomas gripais, exceto para a realização ou acompanhamento de consultas ou realização de exames médico-hospitalares.
Também fica proibida a realização de reuniões presenciais, o inclui, inclusive, pessoas da mesma família que não residem na mesma casa. Eventos públicos e privados ficam proibidos, mesmo que respeitem as regras de distanciamento social.
Na fase roxa somente será permitido o funcionamento de serviços essenciais e a circulação de pessoas fica limitada aos funcionários e usuários desses estabelecimentos. O deslocamento por qualquer outra razão deverá ser justificado e a fiscalização será feita com o apoio da Polícia Militar.
São considerados serviços essenciais:
- Setor de alimentos (excluídos bares e restaurantes, que só podem servir via delivery);
- Serviços de Saúde (atendimento, indústrias, veterinárias etc.);
- Bancos;
- Transporte Público (deslocamento para atividades essenciais);
- Energia, Gás, Petróleo, Combustíveis e derivados;
- Manutenção de equipamentos e veículos;
- Construção civil;
- Indústrias (apenas da cadeia de Atividades Essenciais);
- Lavanderias;
- Serviços de Tecnologia da Informação, dados, imprensa e comunicação;
- Serviços de interesse público (água, esgoto, funerário, correios etc.)