Cruzeiro perde mais uma partida para o Atlético e acirra crise na Toca da Raposa
Luiz Linhares*
Com certeza, o Cruzeiro vive o seu pior momento. Quem poderia imaginar que o time celeste iria chegar nessa situação, tendo tido um início de ano perfeito, ficando praticamente três meses sem conhecer uma única derrota?
Como tudo passa – e passará – enquanto isso não acontece vai acumulando problemas em todas as esferas. É o que tem deixado o seu torcedor, razão maior de um clube de futebol, com os nervos à flor da pele.
Os acontecimentos da semana certamente são para se esquecer: eliminação dentro de casa na Libertadores das Américas para os argentinos do River Plate, fechando a semana com mais uma derrota para o rival, dessa vez pelo Campeonato Brasileiro.
Foi sem dúvida uma semana de dessabores, reflexo de uma série de situações que se alastram no clube. Quem diria que Mano Menezes, conforme afirmou em uma coletiva, que minutos antes teria deixado nas mãos da diretoria a sua continuidade no comando do time celeste?
Depois de sucessivamente vencedor, em pouco tempo deixou de ser o melhor treinador para ser questionado por tantos. A resposta a essas perguntas por si delega várias ponderações, de acordo com o entendimento, grau de paixão e conhecimento de causa.
Um time de ponta como o Cruzeiro, já com quatro partidas pelo Brasileirão sem fazer um único gol, sendo que em 13 conseguiu balançar a rede apenas nove vezes, com apenas duas únicas vitórias em toda essa atual fase do campeonato, hoje entre os quatro piores, convenhamos que isso não condiz com a força do time nascido no tradicional bairro Barro Preto, de BH.
Como se sabe, somos o que planejamos. Assim é também no futebol. Tudo depende das opções. No futebol, grandes clubes fazem suas escolhas. O Cruzeiro fez a sua ao batalhar pela Liberadores, mas não se deu bem.
Agora joga assuas fichas para tentar chegar à final da Copa do Brasil, para só depois focar e dar um jeito de sair dessa posição no Brasileirão que não combina com a sua tradição de time vencedor.
Para isso, as opções já não são tantas. É verdade que ainda tem muita bola para rolar, mas com certeza essa ideia de permanecer entre os últimos tem dado frio na barriga dos torcedores
Faltam muitos jogos e o Cruzeiro tem time para sair dessa situação. É verdade que já não briga mais pelo título de campeão brasileiro, mas ainda pode ter como meta buscar vaga entre os seis primeiros colocados.
Convenhamos que na atual situação, se isso ocorrer, já será um feito e tanto, mas nada excepcional para a grandeza do clube. Aqui neste site já escrevi sobre os caos administrativos que o clube atravessa. Isso reflete no comando do futebol, uma situação complicada que precisa ser resolvida, para que possa refletir positivamente na ponta da chuteira. Só assim dias melhores poderão vir para o time celeste.
E por fim, resta ainda a torcida para que o Cruzeiro possa conquistar uma vaga para a final na Copa do Brasil. Para isso terá que enfrentar o Internacional em casa na primeira partida, para só depois selar o seu destino na partida de volta em Porto Alegre (RS).
Para isso terá que voltar a ter força ofensiva e equilibrar o time. Não há outra saída, é vencer e vencer. É preciso ter um bom resultado em BH para depois sofrer menos em Porto Alegre. Quem sabe num lampejo de sucesso, aquele que sempre o caracterizou, o Cruzeiro volta a ser o time do início do ano. Ou, melhor ainda, aquele que conquistou as duas últimas Copas do Brasil.
De bem com a torcida, Atlético segue firme no Brasileirão e na Sul-Americana
É sempre o mesmo desenho no futebol mineiro. Se um time vai mal, o outro encontra a glória. O Atlético fez um partidão no clássico pelo Brasileirão. E conquistou na última semana, com boa vitória sobre o Botafogo, a classificação para seguir na Copa Sul-americana. E, claro, tem o apoio do torcedor.
Com uma boa campanha no Brasileiro até aqui, o time cresceu após a parada durante a Copa América. Com isso, o treinador Rodrigo Santana teve tempo e encaixou bem o time.
Hoje o Atlético mineiro está mais solto, leve e menos dependente de um ou outro atleta. O conjunto está funcionando bem, embora sem brilhantismo.
No clássico desse domingo foi o dono do jogo, embora ficasse menos tempo coma bola. Foi um time estratégico e arrumado, marcou quando necessitou e apareceu ofensivamente quando o espaço lhe foi dado.
Fez dois gols e poderia ter feito mais, criou e perdeu outras boas oportunidades. O pecado anterior de pouca criação no meio-campo foi contornado pelo treinador.
O volante Jair se assentou e ganhou confiança. Com isto seu futebol apareceu e cresceu. Outro destaque positivo foi Vinicius, que tem bom passe e visão de jogo. Ele agora domina o setor fazendo bem a interligação com o ataque. De forma geral arrumou o setor e o time cresceu e tem conquistado bons resultados.
Não me recordo qual jogador do Atlético que disse, após o clássico, que era uma preocupação do grupo por fazer um bom jogo e se sair muito mal na partida seguinte. Não foi o que se viu nas últimas partidas. Se conseguir vencer esse estigma, o grupo sai fortalecido. E, correndo por fora, algo de bom com certeza irá conquistar.
Arbitragem prejudica o América, que fica só no empate contra Paraná
O América teve toda condição de buscar nesse fim de semana a primeira sequência de duas vitorias consecutivas – e fora de casa. O único problema foi que o juiz não deixou.
O Coelho já havia vencido a Ponte Preta em Campinas e jogou contra o Paraná em Curitiba, no Estádio Dorival de Brito.
Ia empatando sem gols até que, aos 43 segundos do segundo tempo, após um avanço pela esquerda com Neto Berola, dentro da área e em velocidade, foi o atleta visivelmente calçado pelo zagueiro paranaense, que perdeu o tempo de bola.
Foi pênalti claríssimo.
Mas o juiz do Distrito Federal foi o único a não ver. Como serie B não tem o tal do Var, o América ficou no prejuízo. E continua amargando a última posição. Que o pênalti não marcado foi vergonhoso para arbitragem, isso foi.
Muito lúcido nos comentários!
O Cruzeiro necessita jogar para vencer,respeitando suas tradições.