Cruzeiro desbanca o favoritismo do Atlético e vence o clássico do Centenário
Luiz Linhares*
Depois do clássico vencido pelo Flamengo na disputa da Supercopa com o Palmeiras na manhã de domingo, a expectativa de grande parte dos mineiros se voltou para a disputa do clássico, no ano do Centenário do Cruzeiro, que teve a vitória como presente.
Foi algo muito especial para o time celeste, sem dúvida. Pena que a partida não teve a qualidade do futebol de outros clássicos mineiros. O que se viu em campo ficou distante da partida que aconteceu pela manhã pela Supercopa.
Na partida mineira o favoritismo era do Atlético pelo elenco, pelo alto investimento na montagem do atual plantel alvinegro. Enfim, foi a disputa entre o rico, que esbanja caras contratações, contra o Cruzeiro empobrecido pela incúria de seus ex-dirigentes.
Só que tem o detalhe do dito popular que diz que “jogo é jogado, lambari é pescado”. Ou seja, só ganha quem joga e quem busca o gol. E o que se viu nos 90 minutos foi um Cruzeiro marrento, buscando jogar e não deixando o rival jogar. E venceu, merecidamente.
O time celeste marcou muito. Destruiu o adversário com forte marcação já na saída de bola. Não deixou a constelação de estrelas do Atlético jogar e mostrar seus talentos. Foram neutralizadas, talvez até pelo “salto alto” de um time ainda em formação, mas que esnobava o favoritismo apontado pela maioria dos cronistas esportivos mineiros.
Ao contrário do que se esperava, o Cruzeiro dominou o jogo por todo o tempo. E o que se viu em campo, do lado de adversário, ficou aquém de todas as partidas anteriores, mesmo as mais fraquinhas.
No clássico do Centenário, o Atlético foi decepcionante. Provocou uma tremenda frustração para o seu torcedor, que esperava ver o time goleando o adversário, ficando com a cereja do bolo do aniversário do rival.
Mas foi impedido pela inteligência e aplicação tática dos jogadores cruzeirenses, que equilibraram a partida e venceram. Tiraram do quase nada o tudo para se fazer vencedor.
O Cruzeiro jogou toda a partida por um lance certeiro que aconteceu já quase na metade do segundo tempo complementar, com o gol do jovem Airton, herói do time celeste na festa do Centenário. Foi como um soco certeiro, que nocauteou o oponente.
Salto alto
O time do Cruzeiro é infinitamente inferior ao Atlético. Contudo, como se diz no futebol, se armou com sangue nos olhos. Teve ciência de sua limitação e se envolveu nela.
Ao contrário, pelo que se viu em campo, o Atlético esnobou por demais seu favoritismo, não se concentrou e assim não conseguiu atuar. E é em campo que se joga – e o Galo não jogou
Méritos totais para os jogadores do Cruzeiro e para o técnico Felipe Conceição, que mostrou que sabe trabalhar com a arma que tem. Futebol é jogado nas quadro linhas. Fora delas, favoritismo é só bravata que, como se viu, deu em nada.
Com a vitória, o Cruzeiro ganha confiança e energia necessárias para a partida que tem no meio da semana pela Copa do Brasil. Entra em campo com a moral elevada.
Por outro lado, o Atlético tem a Libertadores batendo à porta, oportunidade que terá para tirar a cisma e a frustração de sua torcida, que, mais uma vez, observa estupefata que bons nomes estrelados não garantem vitória. Espera-se que a história não se repita, como farsa.
Que Cuca e os seus comandados se acertem para a longa temporada que o time tem pela frente. O primeiro obstáculo de grandeza não foi vencido. Que a lição tenha sido aprendida.
Com a pandemia, estamos vivendo um tempo difícil para todos, maluco mesmo. Quem antes da tarde de domingo imaginaria que esta segunda-feira seria de rosto de pouco amigo para o atleticano, enquanto para o cruzeirense o sorriso seria aberto e franco, como muito não se via? Coisa do futebol – e da vida.
Flamengo vence o Palmeiras na roleta russa dos pênaltis e é campeão da Supercopa
Foi um domingo especial para quem gosta de futebol, um grande chamado para se ficar em casa. Pela manhã teve a decisão pela Supercopa com Flamengo e Palmeiras, campeão do Brasileiro e da copa do Brasil, que decidiram em uma única partida em campo neutro.
E o que se viu em campo foi o que se espera um bom jogo, com um futebol jogado para frente, em busca do objetivo maior que é o gol. No tempo normal, o jogo ficou empatado, com alternância de domínio. Palmeiras saiu na frente, tomou a virada e no segundo tempo empatou novamente.
Aí entrou a roleta russa que é a disputa dos pênaltis. E o que se viu foi um índice de aproveitamento fraco pela qualidade dos atletas das duas equipes. Deu Flamengo pela segunda vez.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM.