Corrida sucessória ao Palácio do Planalto segue com Lula à frente, Bolsonaro em segundo e a terceira via embaralhada  

Rafael Jasovich*

Estava aqui pensando sobre a probabilidade de uma terceira via eleitoral para a disputa presidencial em 2022, mas a situação está indefinida por enquanto.

Segundo diversas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PT, Luiz Inácio “Lula” da Silva continua crescendo. Se a eleição fosse hoje, em uma disputa com o presidente Bolsonaro (PL), que mantém a votação de seus fiéis seguidores, Lula teria chance de liquidar a fatura ainda no primeiro turno.

O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), candidato da Globo e do capital financeiro, não consegue tirar votos de sua criação, o capitão-presidente. Mas já se encontra, por enquanto, em terceiro lugar praticamente empatado com o eterno candidato Ciro Gomes (PDT).

Os demais candidatos a ocupar a terceira via patinam nas pesquisas. As suas pré-candidaturas têm prazo de validade curta. É certo que se não crescerem para a casa de no mínimo 15% se retirarão da disputa. E haverá rodada de novos alinhamentos.

Moro também depende de um crescimento consistente para poder continuar na disputa. Se não alcançar o mínimo de 20% das intenções de voto até fevereiro é outro que deverá abandonar a disputa eleitoral.

Ciro já é carta fora do baralho. Não tira votos do PT nem da direita e sua candidatura já faz água há algum tempo. Seu destino é Paris.

Sérgio Moro é ameaça à candidatura de Bolsonaro e tem apoio da rede Globo (Foto: Reprodução/Instagram)

Lula tenta a criação de uma federação com o PSB e outros partidos da chamada esquerda, levando Alkmin como vice. Por enquanto não parece ter muito sucesso por enfrentar resistências dos socialistas em alguns estados.

Num eventual segundo turno as pesquisas indicam que Lula bateria todos os oponentes com uma ampla margem de votos.

Ciro Gomes é eterno candidato a passear em Paris (Reprodução)

Conversei com uma fonte estreitamente ligada ao Lula. Ele me disse que o ex-presidente acha que a disputa será muito difícil e que o quadro atual pode mudar muito até março de 2022.

Minha opinião não vale muito, mas a pouca e relativa experiência que tenho na política brasileira me fazem apostar numa federação com o PT na cabeça de chapa e o enfrentamento eleitoral com o capitão.

Mas isso vai depender dos diversos alinhamentos posteriores para a definição do resultado da eleição.

A conferir.

Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional.

 

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