Com apoio unânime, Câmara destina R$ 500 mil à APAE para preservar serviço Centro Dia
Fotos: Jessica Estefani/ Ascom/CMI
A sessão da Câmara Municipal de Itabira, realizada nesta terça-feira (1º), foi marcada pela mobilização unânime dos vereadores em defesa da continuidade do serviço Centro Dia, oferecido pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) no município. Voltado ao atendimento de pessoas com deficiência fora da idade escolar, o serviço proporciona acesso a atividades de convivência e inclusão social.
Antes de ter início a “Palavra Aberta”, o presidente da Câmara, Carlos Henrique “Sacolão” Silva Filho (Solidariedade), reforçou o comprometimento da Casa com a APAE e anunciou oficialmente o repasse de R$ 500 mil à instituição.
O valor será retirado do duodécimo constitucional que a Câmara recebe mensalmente da Prefeitura para manutenção de suas atividades. Segundo o presidente, o montante será direcionado à continuidade do Centro Dia, que atualmente atende cerca de 190 ex-alunos em atividades lúdicas e recreativas.
“Se depender da Câmara, o Centro Dia continua”, afirmou Carlim “Sacolão”, destacando que a decisão representa uma atuação em favor da assistência social e da inclusão em Itabira.
Durante a “Palavra Aberta”, os parlamentares demonstraram preocupação com o risco de interrupção do convênio entre a Prefeitura e a entidade, o que gerou apreensão social e questionamentos sobre o futuro da entidade.
O presidente da Comissão de Assistência Social e Direitos Humanos, vereador Hudson “Yuyu da Pedreira” Junior Diogo Santos (PSB), esclareceu que não houve qualquer proposta de encerramento das atividades da Apae ou descontinuidade do serviço. Segundo ele, o que está em curso é um processo técnico de revalidação do convênio, exigido pelas diretrizes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
União política em torno de uma causa social
Para o vereador Reinaldo Lacerda (PSDB), a Casa agiu com agilidade, transparência e responsabilidade. Em sua avaliação, “é assim que se constrói uma política do bem, com união, propósito e respeito às entidades que cuidam das pessoas mais vulneráveis”.
O vereador Ronaldo “Capoeira” Meireles (PRD) destacou o engajamento coletivo: “Todos nesta Casa trabalharam, sem exceção, para evitar a interrupção. A crise existe, mas nossa função é ajudar a resolver. E conseguimos chegar a tempo”.
Já o líder do prefeito na Câmara, vereador Bernardo Rosa (PSB), trouxe à discussão o impacto da reestruturação fiscal que o município enfrenta. Segundo ele, a queda na arrecadação decorre da desaceleração no complexo minerador da Vale em Itabira e da redução do valor do minério de ferro no mercado internacional, fatores que afetam diretamente os cofres públicos.
Apesar do cenário, Rosa enfatizou que Executivo e Legislativo têm atuado com prioridade máxima para manter a Apae em funcionamento. Para ele, a decisão da Mesa Diretora de aprovar o repasse emergencial mostra o esforço conjunto dos vereadores para proteger instituições que prestam assistência à população mais vulnerável.
“O que ocorre não é abandono, mas uma readequação orçamentária necessária, diante de uma realidade econômica delicada. Não é fácil reorganizar o orçamento, mas estamos fazendo isso sem sacrificar aquilo que é essencial. A Apae é uma causa que nos une”, concluiu.