Bloqueio à Rússia não é para valer, mostram dados da Bloomberg

Gasoduto liga a Rússia à Europa
Foto: Reprodução

Rafael Jasovich*

Nem tudo está bloqueado. E, talvez, o principal motivo seja a dependência da Europa por gás natural, petróleo e outros insumos que compra da Rússia. Principalmente Alemanha e França se negaram a bloquear a compra desses produtos provenientes da Rússia.

Mas o bloqueio tem uma exceção. E é o que torna o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), um componente decisivo na explicação da capacidade de o “mundo democrático” (leia-se Otan e Estados Unidos) criar condições de atingir as metas propostas para a melhoria do clima: todos os pagamentos estão bloqueados, salvo aqueles que se referem ao fornecimento de energia e de algumas matérias-primas, sobretudo para a Europa.

Nas 24 horas posteriores ao reconhecimento pela Rússia dos territórios de Donesk e Lynask como repúblicas populares independentes, a União Européia, Estados Unidos e Grã-Bretanha compraram do Putin 3,5 milhões de barris de petróleo e produtos refinados no valor de US$ 350 milhões.

Além disso, o Ocidente adquiriu (só nessas 24 horas) US$ 250 milhões de gás natural e dezenas de milhares de dólares em alumínio, carvão, níquel, titânio, ouro e outras commodities.

Segundo Javier Blas, da Bloomberg, agência de informação econômica/financeira com influência em todo o mundo, o total dessas compras chega a US$ 700 milhões. Isso em um só dia.

Vai daí que é um bloqueio “meia-tigela” nesse mundo globalizado e interdependente.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.

 

 

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