Beatriz Alvarenga, santa-mariense e professora de Física, é a homenageada, nesta terça-feira, em programa da Faculdade de Educação da UFMG
Fotos: Foca Lisboa/ Diversa/UFMG
A santa-mariense Beatriz Alvarenga, 100 anos, notável professora de Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), autora de livros didáticos que marcaram gerações, filha do farmacêutico Trajano Procópio de Alvarenga Silva Monteiro, fundador do histórico Gynásio Sul-Americano, de Itabira, será homenageada, nesta terça-feira (30), às 19, em transmissão pelo canal do YouTube, da Faculdade de Educação da UFMG.
O reconhecimento pelo conjunto de sua obra ocorrerá pelo programa Bibliografia Viva – Ensino de Física na obra de Beatriz Alvarenga. O programa é desenvolvido pela UFMG e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), por meio das seguintes organizações: Grupo de Pesquisa História e Historiografia da Educação (GERAES-UFOP), Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil, Portal de Livros Abertos da FaE/UFMG, Grupo Didaktikè (UFMG), Programa Ações Afirmativas na UFMG e Setor Audio Visual da FaE/UFMG.
Engenheira civil, aos 17 anos prestou vestibular para o curso, ingressando na Escola Livre de Engenharia, que depois virou a UFMG, Beatriz foi a única mulher de sua turma.
Anos mais tarde, nos anos 1940, foi a primeira professora de Física do Colégio Estadual Central de Belo Horizonte. Em 1968, fez parte do grupo de professores que criou o Departamento de Física, no Instituto de Ciências Exatas da UFMG. Até aquele momento, o curso funcionava na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Foi quando o professor Antônio Máximo lhe sugeriu que escrevessem, em parceria, uma série de três livros didáticos de Física – contextos e aplicações, que foram adotados a partir de 1970, por longos anos, pelas escolas públicas – e também particulares – para o ensino fundamental e médio.
Beatriz Alvarenga aposentou-se em 1987.
Após a publicação da série de livros didáticos de Física, Beatriz Alvarenga recebeu inúmeros prêmios. Em 1989 recebeu o título de Professora emérita do Departamento de Física da UFMG. Em 21 de abril de 2006 foi condecorada com a Medalha da Inconfidência pelo então Governador do Estado de Minas Gerais Aécio Neves.
Em 24 de maio de 2014, recebeu a Medalha Conselheiro Christiano Ottoni, por ocasião das comemorações dos 103 anos da Escola de Engenharia da UFMG. Em 2014, foi homenageada pela UFMG por sua contribuição à divulgação da ciência.
Foi vencedora do prêmio Bom Exemplo em 2016, uma iniciativa da TV Globo Minas, da Fundação Dom Cabral, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e do Jornal O Tempo.
Didatismo
O sucesso de seus livros foi pelo seu caráter descomplicado e didático de ensinar Física, um contraponto à maneira como a disciplina era ensinada em sala de aula, “sem aplicação no dia a dia e experimentos – e com baixa qualidade dos livros até então existentes para ensinar essa importante disciplina”.
Sucesso entre estudantes e professores, as obras foram traduzidas para o espanhol pela Editora da Universidade de Oxford. E após avaliação da comissão editorial dessa universidade, os livros foram lançados e distribuídos para toda a América Latina.
O segredo do sucesso de seus livros, segundo Beatriz Alvarenga, era a aplicação da física no dia a dia, com exemplos práticos e experimentos em sala de aula.
“A maioria dos professores ainda ensina física de forma muito matemática, com fórmulas e pouca aplicação prática. Mas essa é uma disciplina que está presente em cada momento da nossa vida, que explica tudo que fazemos”, disse ela, em entrevista, em abril de 2013, à revista Diversa, da Ufmg.
Na reportagem, ela conta que quando recebeu o pedido de casamento do marido, o professor aposentado de português Celso Álvares, tinha 39 anos. Antes de dizer se aceitava ou não, a professora deixou bem claro que não teria tempo para filhos, pois queria se dedicar à profissão. “Beatriz hoje vive cercada de sobrinhos e diz que não se arrepende da escolha.”
Leia reportagem completa aqui:
https://www.ufmg.br/diversa/20/perfil-beatriz.html
E mais informações sobre essa notável santa-mariense também aqui:
Procopada de Garrucheira. Viva a doutora Beatriz, tia do grande Marcelo Procópio
Adorava estudar Física.
Os livros de Maria Beatriz são muito didáticos e fáceis de assimilar.