Atlético não se intimida, convence e derrota o Flamengo num Maracanã sem torcida
Luiz Linhares*
Foi sei dúvidas uma vitória para se comemorar. Não é toda partida que se conquista um triunfo na casa de um adversário competente e fortalecido como é o Flamengo.
O velho ditado que diz que nem sempre ser o melhor significa vencer se fez presente, mas nesse caso cai por terra, mesmo tendo menor tempo de bola. Nesta abertura de campeonato Brasileiro, o Atlético que é mesmo postulante ao título.
Tem um bom grupo e um comando técnico de competência e visão. E que participa o tempo todo do jogo, como demonstrou, na partida deste domingo, o argentino marrento Jorge Sampaoli.
Corajoso e audacioso, ele mexeu na postura tática do time que vinha jogando bem – e assim dificultou as coisas para o Flamengo. Isso, óbvio, só se tornou possível por ter jogadores obedientes taticamente e treinados para exercer um papel determinante.
Foi esse o “x” da questão. O Atlético entrou em campo conhecedor das dificuldades, mas também já sabendo como neutralizar o forte ataque do adversário. Diminuiu os espaços para não deixar o time rubro-negro trocar passes, sem dá tempo para eles pensarem o que fazer e assim impedir a boa qualidade de suas ações.
Não vou dizer que foi o Atlético exemplar em campo. Mas jogou sabendo do potencial do grupo e suportou a pressão. Claro que teve ainda ao seu lado uma boa dose de sorte. E saiu vitorioso.
Isso ainda que tenha faltado ao ataque rubro-negra inspiração e decisão na hora da definição da jogada, de fazer o gol. Resultado: o Atlético teve pela frente um adversário receoso, numa tarde de pouca inspiração.
É fato que o Flamengo vinha de um longo tempo sem jogar. Foram 15 dias só treinando. Sem competição, isso tira o potencial de cada atleta, o que foi também notório pelo baixo rendimento do time carioca.
Por fim, volto a ressaltar a importância da vitória no atual momento e na preciosidade deste campeonato de pontos corridos. Uma vitória que tem um significado fantástico, pois se soma três e evita de o adversário direto na competição subir na tabela, ficando sem pontuar.
O torcedor atleticano está eufórico. Contudo, virá uma série de jogos, momentos e situações vão se desenhar em outras 37 rodadas. Ficou provado que o time é bom, vai ganhando corpo e jogadores individuais vão ganhando força e crescimento.
A tudo isso se soma a forma de atuação do Sampaoli, além de o Atlético só ter o Brasileiro para disputar neste ano. Trata-se de um ingrediente benefício para acreditar que o Galo é forte postulante ao tão sonhado segundo título nacional
Para fechar de vez a pauta deste Atlético e Flamengo, nesse domingo fiquei imaginando o que teria sido esse jogo sem a pandemia que vivemos. No estádio haveria quase 70 mil pessoas enlouquecidas pela paixão do futebol. Mas o que se viu foi um estádio vazio e um prejuízo ao rubro-negro.
Cruzeiro foi valente e isso fez diferença na vitória contra o Botafogo de Ribeirão Preto
Passada a ansiedade da estreia, comemorar a vitória é sempre bom. Não foi de muito brilhantismo, é verdade. Mas o Cruzeiro venceu e acredito foi se tornar em dentro da partida em um time de superação.
Sentiu dificuldades para impor seu ritmo, errou passes em demasia e enfrentou um adversário que procurou muito mais em segurar o adversário. Fato este que vai se tornar constante devido a ser o Cruzeiro o time a ser batido.
O time celeste não terá pela frente nenhum dos participantes da série B que virá ao Mineirão jogar de forma franca. Será sempre um embate de ataque e defesa, com o visitante jogando por uma bola para tentar fazer um resultado favorável.
Na vitória do Cruzeiro contra o Botafogo de Ribeirão Preto foi possível que faltam peças de reposição ao time mineiro. Portanto, é preciso incorporar atletas que possam chegar com experiência e qualidade, principalmente pelo meio na armação e criação.
O atual Regis mostrou timidez no rendimento e o time não luziu. Mexeu o técnico Enderson Moreira colocando o novato Claudinho e o time ganhou um pouco mais de agressividade, tendo melhorado o seu desempenho.
Foi uma boa vitória. O Cruzeiro mostrou reação imediata quando levou o gol de embate – e isso alegra o torcedor. Afinal, uma competição como a série B ser valente faz muito a diferença.
Como já citei aqui nesta coluna, duas novas contratações necessárias chegam para reforçar o time celeste: o lateral Daniel Guedes e o meio Arthur Caique. Num jogo de tabuleiro, acertar as peças é de suma importância. O treinador cruzeirense conhece e já reuniu experiência e conhecimento acumulados nesta dura batalha que é série B do nosso Brasileirão.
América também vence e mostra que tem time para brigar pelo acesso à série A
O América também conheceu a vitória na primeira partida pela série B do Brasileirão. Venceu a Ponte Preta, em São Paulo, um postulante também sempre direto na briga pelo acesso à série A.
Já escrevi aqui também que poucos participantes estão no patamar do América, time bem montado e que passou nos últimos meses por poucas mudanças.
Tem uma juventude promissora, com bom entrosamento. E tem um treinador de muita qualidade que certamente vai levar o Coelhão para brigar de forma real pelo acesso.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM