Commebol menospreza embates na Colômbia, mantém a partida entre América de Cali e Atlético com o gás de pimenta ameaçando a saúde dos jogadores
Luiz Linhares*
Que estamos vivendo um momento muito louco, todos concordam. No futebol as associações detentoras de direitos e administradoras de competições fazem de tudo para não perder a força e as fabulosas receitas que cercam a tudo.
A Conmebol, que representa o futebol sul-americano, deu mostras na última semana de sua truculência que já se arrasta há um bom tempo. Indigesta a negociações, se impõe à sua maneira e a seu jeito, sem dar voz a quem quer que seja, é o tipo do assim será feito e ponto final.
Por outro lado, associações nacionais não se metem no assunto e aceitam tudo como está. Já os clubes não demostram o seu desagrado, receosos que estão de perda de força e receita – e se calam. E, por último os atletas e treinadores que pouca figuração ou nenhuma acontece, também ficam receosos de retaliações que por ventura possa acontecer.
Foi um absurdo o que se passou na partida do Atlético contra o América de Cali, na quinta-feira (13). Em volta do estádio de Barranquilla, na Colômbia, se transformou uma praça de guerra com o confronto entre manifestantes que protestam contra o governo local e por medidas econômicas por lá anunciadas e a Polícia local.
Bombas de efeito moral foram lançadas, o famoso gás de pimenta que o vento se incumbiu de lançar ao gramado, fazendo com que jogadores a todo momento tendo a necessidade de se hidratar.
Foram mais de sete paralisações ao longo de um jogo que de tudo teve menos uma pratica serene de futebol. O Atlético venceu no campo, no deixar o estádio e no se mandar do país vizinho.
Graças a Deus nada de pior aconteceu. Mas convenhamos, lá não deveria jamais, nesta situação, ocorrer um jogo oficial pela mais importante competição de futebol sul-americano.
Definição do campeão Mineiro fica para sábado no confronto final entre Atlético e América
A final do campeonato Mineiro teve início no domingo (16) – e como era até esperado, nada aconteceu em termos de definição.
América e Atlético fizeram um jogo bem morno, pobre de ofensividade de ambos os lados. No primeiro tempo o time alvinegro esteve melhor, mas no tempo complementar a equipe alviverde se animou e partiu para o ataque.
Pressionou sem, entretanto, incomodar bruscamente o goleiro atleticano. A pressão intensificou mais quando ocorreu a expulsão do Allan, do Atlético.
Como não poderia deixar de acontecer, contestações de arbitragem ocorreram de ambos os lados. Pela minha experiência quando dois reclamam certamente o alvo principal não foi bem.
Confuso posso dizer, cada um reclama de um pênalti não marcado, inversões ou interpretações de falta foram a tônica. Por fim não foi uma partida brilhante, mas longe de ter sido o responsável pela fraqueza de produção dos dois times nos 90 primeiros minutos da decisão.
No sábado a decisão será no Mineirão. O Atlético manteve a vantagem pequena do empate e uma simples vitória assegura a festa do título para qualquer lado.
A decisão ficou aberta e para o torcedor a expectativa de um jogo franco. O Atlético tem equipe de qualidade que cansou após o confronto na Colômbia. Pelo América tem-se a gana de vencer a competição mineira. A partida tem tudo para mostrar o futebol minério como um dos melhores do país.
O América tem a tranquilidade de pensar apenas na decisão. Já o Atlético tem mais uma partida pela Libertadores das Américas na quarta-feira, no Paraguai, mas em uma posição mais tranquila mesmo jogando fora, por já estar classificado para a próxima fase.
Tem mais grupo e time cascudo, com jogadores acostumados a decidirem por onde passaram. Mas como se sabe, tudo se decide em campo e resta esperar.
Cruzeiro faz jogo treino e se prepara para os confrontos no Brasileiro na série B
Tenho pouco a dizer sobre o Cruzeiro, que está fora da decisão estadual. Mas como bom time mineiro segue trabalhando quietinho na Toca da Raposa, esperando se acertar e fortificar até a estreia no Campeonato Brasileiro da série B.
Faz nesta semana jogo treino para não perder o ritmo de jogo da moçada. E estreia em Aracaju no dia 29 deste mês esperando que seja com muita confiança para enfrentar o oponente Confiança.
Que a batalha será árdua todos sabemos, pelo que tem mostrado até o momento. Mas o time celeste foi lapidado no Estadual. No mais é esperar que rodada por rodada possa demonstrar o seu valor em campo, fazendo valer os planos de retorno à elite do futebol brasileiro, conforme está planejado.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira – AM