Assista Assassino da Lua das flores, de Martin Scorcese, no streaming da maçã, o meu filme favorito de 2023. Nota 10

Foto: Divulgação

Daniel Cruz Fonseca*

O filme Assassino da lua das flores, dirigido pelo sempre incrível Martin Scorsese, está disponível na AppleTV e recebeu 10 indicações ao Oscar deste ano.

Confesso que estava ansioso para assistir há algum tempo já que perdi a oportunidade do cinema. Por isso, resolvi fazer a assinatura do streaming da maçã mesmo com as poucas opções interessantes por lá.

Além desse filme, somente Macbeth com Denzel Washington realmente compensam. Pelo menos há um período de teste grátis por sete dias, recomendo somente nessa condição.

Assassinos da Lua das Flores é inspirado no best-seller homônimo do escritor David Grann e também baseado em uma história real.

A película conta a história do ano de 1920 na região norte-americana de Oklahoma em que misteriosos assassinatos começam a acontecer na tribo indígena de Osage, uma terra rica em petróleo.

É interessantíssimo observar como o ‘homem branco’ se espalha tal qual epidemia naquela cidade, levando consigo o fim de várias pessoas de Osage.

As relações de amizade entre brancos e indígenas se estremece, revelando a ganância colonizadora, e até mesmo os relacionamentos são impactados por isso como vemos entre Ernest (di Caprio) e Mollie (Lily Gladstone, que está maravilhosa no papel).

O viés colonizador também é retratado na supressão da cidadania de vários indígenas, bem como, no alcoolismo de um deles.

Tudo é feito com muita delicadeza em um ritmo que não chega a ser lento, embora esteja longe de ser acelerado. Esse controle da narrativa hiper detalhada e não expositiva é algo que somente gênios como Scorsese podem fazer.

Uma cena em um templo maçônico indica que há uma fraternidade controlada entre os brancos na cidade que atuam além da lei.

O crescimento da asquerosa Klu Klux Klan é mostrado em uma breve fala e no fundo de uma passeata, indicando o lado branco mais opressor.

Sou suspeito para falar de De Niro, meu ator favorito, então serei sucinto dizendo que ele está perfeito. E a cena dele puxando a orelha do personagem do Di Caprio foi de fato icônica.

O desfecho final retrata a sobriedade do filme, que se mostra não como o detentor da verdade da narrativa e sim como um contador de uma parte daquela tragédia.

Sim, foi meu filme favorito de 2023. Nota 10

*Daniel Cruz Fonseca é advogado, mestre em Direito nas relações econômicas e sociais, crítico de arte e cinéfilo, escritor e poeta, autor dos livros “Nuvens Reais” e “Alma Riscada”.

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