Adolescente ensina soluções e como combater os males do clima
Veladimir Romano*
Com a emergência climática, com tantos problemas esperando soluções, todos apelam e preocupação não falta. E já não há mais tempo disponível: venceu o intervalo prometido pelos homens de tantas ou quantas conferências realizadas, assumindo melhorar propósitos reduzindo fundamentos e a velha visão paternalista até aos excessos que o sistema econômico obriga perante todo o histérico modelo consumista que o capitalismo ensinou.
Vinda dos Estados Unidos, passando por Lisboa, a pequena garota sueca de aparência tão frágil quanto o nosso sistema climático, passou depois para Madri onde a reunião das Nações Unidas juntou milhares de membros.
Entre os ativistas climáticos em cúpula paralela era grande a expectativa de sua chegada dessa jovem impulsionadora do composto social em preciso instante quando toda a juventude mundial se manifesta sem paralelo na história do planeta. Assunto sério demais para nesse momento alguns fanáticos anti-clima negarem evidências claras do que vai se passando no planeta.
Governos, políticos, industriais, economistas, dirigentes, banqueiros; são uma frota relevante e com peso no panorama social subestimando o valor, a coragem e a bruta energia dos adolescentes.
O acontecimento do final deste ano com a conferência COP-25, de certa forma, trouxe maior sensibilidade ao assunto, porém ocupado novamente com velhos discursos inflamados de quem promete tanta coisa mas logo que chega em casa, já esqueceu.
A intervenção de Greta Thunberg com seu ativismo, palavras simples, diretas, sem lobis, sincera e até idealista, espantou quando partiu da fria Suécia para o mundo trocando sua vida descansada, segura, produtiva [boa aluna], transparente, resistente, colocando a diversão numa adolescência acima da média, contudo indignada.
Entretanto, não estão faltando bocas, intrigas e teoristas da moral querendo saber donde vem o dinheiro que suporta toda esta ação motivadora de rebeldia geral. Ao invés de alguns certos puristas do oportunismo noticioso se perderem no meio da espionagem reduzida sem preocupações nas quais as mais de dez mil pessoas se movimentaram pelo grande centro de congressos, procurando acertar agulhas sobre o clima, críticas e extremistas se barricaram em torno de algo natural.
Inicialmente suportada pelos pais aplicando suas economias no que entenderam uma cruzada contra a destruição do planeta, logo o governo sueco providenciou apoios, inclusive diplomáticos.
Bom seria que mais países tivessem no crescimento político, entendimento das causas, praticando capacidades em combater ciclos de corrupção por onde escoa o dinheiro necessário nas soluções sociais e ambientais, pudessem seguir exemplos de toda a Escandinávia.
Na primeira semana, para quem esperava cem mil pessoas na longa manifestação debaixo de zero graus [o inverno ainda não começou mas vai dando sinais], viu mais de meio milhão vindos de todos os cantos da Espanha e do mundo.
Com mais de oito mil delegados marcando presença e uma comunidade jornalística com mais de dois mil representantes, descobrimos pouca coisa acontecendo no pavilhão brasileiro ao contrário de outras ocasiões…
Talvez em outras nações nem faltem exemplos similares aos de Greta Thunberg. Mas faltarão sim, nações com gente séria, dedicada, humana. E onde a corrupção ocupe lugar de eleição roubando financiamento que o planeta precisa para regeneração porque o clima, se está mudando, isso ninguém tenha a menor dúvida…
A corrupção é um dos maiores entraves na busca necessária e urgente do dinheiro alimentador da reforma favorecendo o planeta para que a sua população tenha melhores e mais saudáveis dias, pois são nossos netos que vão ficar com a herança.
*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-caboverdiano