Brasil cria comissão especial para mapear minerais estratégicos diante de tensão comercial com os EUA

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo brasileiro anunciou nessa segunda-feira (28) a criação de uma comissão “ultraespecial” dedicada ao mapeamento das riquezas minerais do país.

A iniciativa foi apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em meio ao crescente interesse dos Estados Unidos por materiais críticos brasileiros e à iminência da tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre todas as importações oriundas do Brasil.

Entre os minerais considerados críticos estão o lítio, nióbio, níquel e as chamadas terras raras, que são essenciais na fabricação de baterias, equipamentos eletrônicos e tecnologias verdes.

O Brasil possui um dos maiores potenciais mundiais para esses recursos, e o mapeamento surge como resposta às pressões geopolíticas e econômicas que ganham força no cenário internacional.

Composição e objetivos 

A nova comissão será formada por representantes do Ministério de Minas e Energia, da Agência Nacional de Mineração (ANM), de universidades públicas e de setores ligados à defesa nacional.

A proposta é Identificar depósitos de minerais estratégicos, estudar formas sustentáveis de exploração, criar diretrizes para proteger a soberania mineral brasileira e estabelecer políticas públicas para o uso consciente desses recursos

Soberania em pauta

Durante o anúncio, Lula reforçou que “as riquezas do Brasil devem beneficiar o povo brasileiro, e não atender exclusivamente aos interesses externos.”

A sua manifestação ocorre em um momento delicado, marcado por tensões comerciais e discussões sobre dependência tecnológica entre nações.

Segundo o governo, o grupo terá até 90 dias para apresentar seu primeiro relatório técnico, que deve indicar áreas prioritárias e medidas estratégicas.

Paralelamente, Brasília avalia ajustar acordos comerciais e políticas tarifárias para proteger setores nacionais, especialmente frente à medida imposta por Washington.

O movimento do governo brasileiro sinaliza uma inflexão na política mineral e comercial, num momento em que o equilíbrio entre desenvolvimento, sustentabilidade e soberania se torna cada vez mais crucial.

 

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