A garota que sobreviveu ao racismo
A autora Luana Tolentino com a também escritora Conceição Evaristo
Foto: Reprodução/ Instagram
Com prefácio de Itamar Vieira Junior, livro de cartas e memórias de Luana Tolentino é um chamado à luta contra a discriminação
Desde muito cedo, Luana Tolentino enfrentou o peso das expectativas sociais e das limitações impostas pelo racismo. Ela encontrou forças para ser uma voz da resistência e transformou isso em livro.
O relato está presente na comovente obra Sobrevivendo ao racismo: Memórias, cartas e o cotidiano da discriminação no Brasil.
A educadora desabafa sobre as difíceis batalhas diárias de ser uma mulher negra no país, ao descrever em detalhes a infância marcada pelo preconceito e a atuação como ativista comprometida com a causa antirracista.
Com prefácio do escritor Itamar Vieira Junior, a obra lançada pela Papirus 7 Mares, segundo ele, “desmente que o Brasil é uma sociedade igualitária”. Diz ainda o escritor:
“A educadora Luana Tolentino, autora deste Sobrevivendo ao racismo, narra sua experiência como mulher negra brasileira. Primeiro como criança periférica, lugar ocupado ostensivamente por pessoas pretas e pardas. Depois como professora e intelectual, dando seu testemunho pessoal de como o racismo pode ser uma máquina de destruir humanos, e com eles suas dignidades e seus sonhos. A partir de suas crônicas de grande fluidez e que falam diretamente a quem lê, a autora nos oferta um relato sensível das histórias de pessoas negras e de como suas vidas são atravessadas todos os dias por um passado que não foi devidamente enfrentado”, escreve no prefácio o aclamado escritor, autor de Torto arado, presente na abertura de ontem da quarta edição do Festival Literário Internacional de Itabira.
As cartas apresentadas, dirigidas a pessoas anônimas e famosas, foram escritas a partir do princípio de que também é possível combater o racismo por meio da sensibilização e do afeto.
Luana Tolentino endereça mensagens, entre outros, para Titi Gagliasso, Marielle Franco e ao colega Ulisses – par em uma festa junina da escola nos anos 1990.
“O que era para ser um momento de celebração, para mim, resultou em uma situação de abandono e desprezo, da qual guardo a lembrança de ter sido chamada de ‘macaca’ pela primeira vez na minha vida”, recorda.
Além de escancarar as complexidades e os impactos do racismo no cotidiano, Luana ressalta a importância de enfrentar um passado histórico ainda não devidamente confrontado.
Ao longo de 176 páginas, a autora não apenas compartilha as próprias experiências, mas também destaca questões urgentes, como o papel da escola na perpetuação do preconceito e a necessidade de uma educação antirracista eficaz.
Ficha técnica:
Título: Sobrevivendo ao racismo
Subtítulo: Memórias, cartas e o cotidiano da discriminação no Brasil
Autora: Luana Tolentino
Editora: Papirus 7 Mares
Páginas: 176
ISBN FÍSICO: 978-65-5592-038-3
ISBN E-BOOK: 978-65-5592-036-9
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 59,90 (FÍSICO) e R$ 39,90 (E-BOOK)
Onde encontrar: Amazon
Sobre a autora
Luana Tolentino é doutoranda do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares da Alteridade (Neia/UFMG).
Professora de História na educação básica entre 2008 e 2019, tem se dedicado à formação inicial e continuada de professores. É autora do livro Outra educação é possível: Feminismo, antirracismo e inclusão em sala de aula (Mazza, 2018).
Instagram: @luanatolentino_
Sobre a Papirus 7 Mares
Criada em 2008, a Papirus 7 Mares é um selo editorial da Papirus Editora que se destaca pela publicação de obras nas áreas de Filosofia, Psicologia e Educação, além de temas relacionados ao desenvolvimento pessoal e profissional.
Com um catálogo diversificado e autoral, busca promover o conhecimento e o debate sobre questões relevantes para a sociedade contemporânea.
Site: http://papirus.com.br
Instagram: @papiruseditora