Cavaca

Amanda Drumond*

Eu sou a cavaca

vendo pá, enxada e faca.

Cavo sem parar,

no trem, faço o despacho.

Dia e noite, troco o turno,

feijão com arroz e alho puro.

Medíocres os punhos,

carregam defuntos.

Cavaco noite e dia,

levo tudo para o futuro.

No Japão, estou de dia,

trabalhando sempre o turno.

Nunca parei,

desde o primeiro furo.

Arte-montagem: Amanda Drumond

*Amanda Drumond é artista-plástica, escritora, poeta brasileira contemporânea, conhecida por sua escrita sensível e marcante. As suas poesias, crônicas e contos abordam temas como amor, feminilidade, empoderamento e autoconhecimento, muitas vezes explorando a dualidade entre força e vulnerabilidade.

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