Tarifa mais barata para o transporte coletivo em Itabira já vale a partir desta quinta-feira. Preço da passagem cai para R$ 3

Foto: Carlos Cruz

Setenta e oito dias depois de o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) encaminhar à Câmara Municipal de Itabira projeto de lei que subsidia em R$ 34,9 milhões, válido até 30 de dezembro de 2024, o preço da passagem do transporte coletivo urbano, finalmente o usuário já começa a usufruir da tarifa mais barata, a partir desta quinta-feira (18). Cai de R$ 4 para R$ 3 em todas as linhas da cidade.

Para os vereadores da oposição, o valor do subsídio é extremamente alto e consideramm que seria suficiente para se estabelecer a tarifa zero, ou que daria até mesmo para implantar o metrô prometido pelo prefeito em campanha eleitoral de 2020, num rasgo de entusiasmo.

Mas Marco Antônio Lage promete encaminhar projeto de lei à Câmara, estabelecendo um percentual mínimo, que em princípio ele fala em 5% do orçamento municipal, para estabelecer a tarifa zero, conforme já acontece em várias cidades do país e de Minas Gerais.

Leia entrevista com o prefeito aqui:

“Subsídio à tarifa de ônibus é para o usuário ter acesso mais barato ao trabalho, aos serviços de saúde, educação, cultura”, defende o prefeito de Itabira

Novo sistema de transporte

Trata-se de um percentual orçamentário que precisa ser bem avaliado. Pelo orçamento atual de Itabira, com mais de R$ 1 bilhão de arrecadação anual, ainda com a mineração em plena atividade, daria até para implantar um novo sistema de transporte com veículos leves sobre trilhos (VLTs) – e que seria o prometido “metrô” de Itabira.

Para isso acontecer e deixar de ser uma utopia, Itabira teria que exigir (e o termo é exatamente esse, não é negociar, mas exigir) a completa desativação das linhas férreas que passam pela cidade – e não apenas as que têm passagens de nível, conforme terá de acontecer por força de condicionante pela antecipação da concessão ferroviária pelo governo federal, com a obrigação de retirada dos trechos que passam pela Vila Paciência, Vila Amélia e Alto Pereira.

Só que nesses trechos, o prefeito quer implantar parques lineares, com áreas de lazer para a população, ao invés de abrir novas avenidas, como pretendia o governo passado.

Que sejam mantidos os trilhos, caso essa ideia se concretize. Isso para que no futuro, quem sabe, seja viável implantar o sistema de transporte coletivo com VLTs no trecho que será desativado, entre a estação João Paulo, no bairro Campestre, até o encontro com a linha férrea que vem da mina Conceição.

Com a futura completa desativação da linha férrea que passa pela cidade, e se ainda houver recursos orçamentários suficientes, esse novo sistema poderia chegar até o bairro Praia, o que poderia até mesmo ser condicionante pelo descomissionamento das minas de Itabira.

A proposta alternativa de transporte coletivo na cidade é defendida pelo servidor municipal José Luiz de Araújo.

Saiba mais aqui:

Proposta original de “metrô” para Itabira, que seria um VLT, não é do prefeito Marco Antônio Lage, mas do servidor José Luiz de Araújo

Subsídio tarifário

Com o decreto municipal que autoriza a redução da tarifa do transporte coletivo urbano, o usuário passa a contar com a segunda redução da passagem neste governo. Isso porque no ano passado a tarifa já havia sido reduzida para R$ 4. Sem o atual subsídio tarifário, saltaria para R$ 5,85.

Com o subsídio, pela primeira vez, desde que, em 1968, foi implantado o transporte coletivo por ônibus em Itabira (antes o transporte de passageiros na cidade era feito por kombis), o preço da passagem em Itabira fica menor que as tarifas variáveis de Belo Horizonte, que estão entre R$ 4,20 e R$ 6.

Contrapartidas

Como contrapartidas ao subsídio tarifário, a empresa Cisne, que detém o monopólio do transporte coletivo na cidade e que foi prorrogado por mais dez anos sem licitação, terá de fornecer à Superintendência de Transportes e Trânsito (Transita) acesso total, e em tempo real, os dados de comercialização de passagens, com o quantitativo de passageiros, quilometragens rodadas.

As mesmas informações terão de ser disponibilizadas no canal de relacionamento direto da empresa com o usuário. E com o aplicativo Cadê Bus (o nome “moderno” empregado pela Prefeitura é KD Bus), já em atividade, “o usuário terá como acompanhar em tempo real como estão as linhas de ônibus que precisa tomar”.

A Prefeitura assegura que o não cumprimento dessas cláusulas pode levar à suspensão do subsídio tarifário.

Além disso, pelo novo contrato de concessão, a Cisne terá de adquirir 21 novos ônibus (não vale trazer ônibus reformados de outras cidades). E a idade média dos ônibus em circulação em Itabira terá de ser de cinco anos, com os mais velhos não podendo ultrapassar dez anos de sua fabricação.

Novas linhas terão de ser criadas para atender as regiões do Vale do Sol e alto do bairro Água Fresca, que é para atendimento aos usuários de novos bairros, como Buritis, Belo Monte, Condomínio Belleville (Itabira não perde a mania de copiar nomes de bairros da capital mineira).

Com mais ônibus em circulação, devem ser incluídos mais de 60 novos horários nas linhas 055 (Santa Tereza), 060 (São Francisco/CDI, via Água Fresca), 130 (Fênix/Gabiroba) e 140 (Bateias).

Novos pontos de ônibus também devem ser instalados na cidade, com painéis eletrônicos que permitam aos usuários acompanhar o funcionamento das linhas em tempo real. O prazo da implantação dessa “modernidade” é de um ano. A conferir.

 

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1 Comentário

  1. Seja como for, um grande avanço para Itabira; que o exemplo seja seguido por outras cidades. O dinheiro economizado fica diretamente no bolso do trabalhador. Parabéns!!!

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