Ferreiros do Mato Dentro, os primeiros artífices do ferro em Itabira, têm história resgatada
Livro da historiadora Maura Brito registra a história dos ferreiros de Itabira, escravos afrodescendentes, com lançamento, neste sábado, no Museu de Itabira (Foto: Acervo IBGE)
A professora e historiadora itabirana Maura Silveira Gonçalves de Brito lança, no sábado (27), às 18h, o seu livro Com Luz de Ferreiro – Práticas do ferro escravistas, século XIX, versão atualizada de sua pesquisa de mestrado em História, pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
O lançamento é parte da programação do Museu Histórico de Itabira, tendo como tema as Minas do Ferro, com sessões comentadas de cinema, exibição de documentários, mesa-redonda e roda de conversa. (Confira a programação abaixo).
A historiadora analisa em seu livro a prática do ofício de ferreiro entre escravizados afrodescendentes na região de Itabira do Mato Dentro entre os anos de 1808 e 1888.
Para contar essa história, a autora recorreu a fontes primárias (inventários, testamentos, documentos do Fundo da Câmara Municipal de Itabira, Mapas de População e Relação Nominal de habitantes de Itabira, de 1.840).
Com base nessa vasta documentação, procurou esclarecer aspectos do trabalho e da vivência dos artífices do ferro, pioneiros do que veio a ser a siderurgia brasileira.
As tendas, as forjas e bigornas talhando o ferro para a fabricação de utensílios domésticos e implementos agrícolas propiciaram aos artífices africanos e afrodescendentes o sustento e o seu modo de vida na Itabira do Mato Dentro.
Com elementos contundentes, a autora busca desvendar esse universo prático, com as suas características e peculiaridades em relação aos demais cativos artesãos identificados na área.
Relata também como se dava o processo de aprendizagem do ofício, as técnicas utilizadas e o mercado a que atendiam.
“Procuramos compreender as relações que esses ferreiros estabeleceram entre si, entre os escravizados e libertos, e entre os senhores brancos no âmbito dessa sociedade escravista”, explica a historiadora.
Leia mais aqui: Historiadora descreve como eram as práticas do ofício de ferreiro em Itabira e as suas relações sociais no século XIX
E também aqui: Homens de carne nas Minas do ferro
Confira a programação no Museu Histórico de Itabira
Quarta-feira (24/11)
Evento: Cine Museu – Sessões Comentadas
Horário: 9h30 às 11h
1ª Sessão – Documentário: “Dominando a arte de forjar”, com ferreiro Antônio Damas, 94 anos.
2ª Sessão – As Cidades e o Urbano – “Entre matas, águas e caminhos de tropas: a Itabira oitocentista em uma perspectiva de espaço vivido”, de Maura Britto. Público-alvo: alunos da rede pública de ensino de Itabira.
Horário: 14h às 15h30
1ª Sessão – Documentário: “Dominando a arte de forjar”, com ferreiro Antônio Damas, 94 anos.
2ª Sessão – As Cidades e o Urbano – “Entre matas, águas e caminhos de tropas: a Itabira oitocentista em uma perspectiva de espaço vivido”, de Maura Britto. Público-alvo: usuários do Centro de Convivência InterAgir (Serviço Público da Saúde Mental).
Quinta-feira (25/11)
Evento: Cine Museu – Sessões Comentadas
Horário: 9h30 às 11h
1ª Sessão – Documentário: “Dominando a arte de forjar”, com ferreiro Antônio Damas, 94 anos.
2ª Sessão – As Cidades e o Urbano – “Entre matas, águas e caminhos de tropas: a Itabira oitocentista em uma perspectiva de espaço vivido”, de Maura Britto. Público-alvo: alunos da rede pública de ensino de Itabira.
Horário: 14h às 15h30
1ª Sessão – Documentário: “Dominando a arte de forjar”, com ferreiro Antônio Damas, 94 anos.
2ª Sessão – As Cidades e o Urbano – “Entre matas, águas e caminhos de tropas: a Itabira oitocentista em uma perspectiva de espaço vivido”, de Maura Britto. Público-alvo: alunos da rede privada de ensino de Itabira.
Evento: Mesa Redonda “Pedra que Brilha/ Itabira, Século XX”. Conversa com os historiadores Joaquim Olegário Leite Júnior, Cecília Maria Viana Camilo de Oliveira. Mediação: Rafael de Sá
Horário: 18 horas
Público-alvo: professores das redes públicas (municipal e estadual) e privada de ensino, profissionais da Biblioteca Pública Municipal Luiz Camillo de Oliveira Netto.
Sexta-feira (26/11)
Evento: Roda de Conversa, com a historiadora Maura Britto. Tema: “A cidade do ferro e o retrato na parede: a construção da memória histórica de Itabira a partir da extração mineral”
Horário: 10h às 11h30
Público-alvo: alunos das redes pública e privada de ensino de Itabira.
Evento: Cine Museu – Sessões Comentadas
Horário: 14h às 15h30
1ª Sessão – Documentário: “Dominando a arte de forjar”, com ferreiro Antônio Damas, 94 anos.
2ª Sessão – As Cidades e o Urbano – “Entre matas, águas e caminhos de tropas: a Itabira oitocentista em uma perspectiva de espaço vivido”, de Maura Britto. Público-alvo: alunos da rede pública de ensino de Itabira.
Sábado (27/11)
Evento: Resenha sobre o livro “Com luz de ferreiro – Práticas de ofício nas Minas de ferro escravistas, século XIX”, com a autora Maura Britto e a professora e coordenadora da Educação Básica na Secretaria Municipal de Educação, em Itabira, Luana Alves
Horário: 17 horas
Público-alvo: professores das redes públicas (municipal e estadual) e privada de ensino, profissionais da Biblioteca Pública Municipal Luiz Camillo de Oliveira Netto.
Evento: Lançamento do livro “Com luz de ferreiro – Práticas de ofício nas Minas de ferro escravistas, século XIX”, da historiadora Maura Silveira Gonçalves de Britto
Horário: 18 horas
Público-alvo: representantes de escolas públicas e privadas, e profissionais da Biblioteca Pública Municipal Luiz Camillo de Oliveira Netto, Museu de Itabira e Arquivo Público Municipal.
Obrigada ao Vila de Utopia pelo espaço aberto para a divulgação da pesquisa! Abraços!
Parabéns pelo trabalho de resgate desta história. Em ipoema havia uma família de ferreiros, os Quelementes, eles foram embora daqui há mais de 50 anos. Moravam depois do Morro Redondo e há mais de meio século já reviclavam metal. Levavam em lombo de burros molas de caminhões e a transformavam em foices, ferraduras, colher de ferro, enxadas etc. Estes produtos eram vendidos de fazenda em fazenda e em festas religiosas
Oi, Roneijober!
Depois me conte o que achou do livro!
Vou ficar atenta a esse sobrenome na documentação.
Um abraço!
Minha Tia Raimunda foi casada com o Anselmo Brito, o Papoula. Ele tinha uma forja na casa onde moravam na rua São José. Me lembro que minha Tia o ajudava no ofício, me lembro do fole que avivava as brasas e da cantilena do ferro na bigorna.
Olá, Moisés,
como vai? A Rua dos Operários, antiga Rua de Baixo, é um lugar em que eu acredito ser um dos quarteirões com grande número de ferreiros, descritos na Lista Nominal de 1840… Vamos prosseguindo na pesquisa!
Um abraço!
Maura
Errei o nome da rua. O correto é Rua dos Operários.