Futebol, Natal e pandemia: a vida segue também no mundo da bola

Luiz Linhares*

Tivemos neste ano um Natal totalmente diferente, com poucas luzes e muita apreensão, com os cuidados necessários e com a certeza de uma vida pela frente.

Estamos vivenciando esse turbilhão de dúvidas e situações que tem impactado o globo terrestre como um todo. Isso enquanto esperamos pela bendita vacina que pode nos trazer o alento de ser novamente donos de nossas vidas.

No mundo do futebol, como não poderia deixar de ser, está também tudo diferente. Quem diria que um dia teríamos a bola rolando para valer, em competições oficiais, com jogos decisivos em plena véspera de Natal? E sem torcidas. Ou ainda, que a bola rolasse novamente no dia posterior ao nascimento do menino Jesus, em decorrência de um calendário apertadíssimo?

São marcas de um novo tempo, de novas situações e momentos que vão nos levar boas e péssimas lembranças para o resto de nossas vidas.

Mesmo jogando em casa contra adversário limitado, Atlético encontra dificuldades para vencer o Coritiba

Galo vence com dificuldade o Coritiba e busca maior entrosamento se quer alçar voos mais altos (Foto: Bruno Cantini/Divulgação). 

Pois foi assim que o Atlético entrou em campo no Mineirão após o Natal, obrigado a vencer e tento como adversário um dos piores times na disputa, que, que por sinal, acabou na lanterna ao fim da rodada.

Como era esperado, foi um embate entre ataque e defesa. O Galo foi para cima do Coritiba, cheio de atacantes e com a missão de metralhar o oponente. Esse, por sua vez, buscava o momento exato para explorar o avanço inimigo e se infiltrar em um lance ou ocasião e encaixar um golpe certeiro no contra-ataque.

Pelo que se viu na partida, e analisando sem paixão, deu para notar que o futebol apresentado pelo Atlético já é bem conhecido dos adversários e que os estoques de opções são limitados.

É assim que os adversários vão se focando na distribuição em campo, buscando neutralizar as jogadas de flancos, dando liberdade no avanço dos alas e por ali se infiltrando para achar o espaço para o contra-ataque.

Além disso, há ainda a falta de mobilidade ofensiva, que tem apresentado pouca movimentação de espaço entre atacantes e mesmo uma maior velocidade na aproximação de meio e ataque. Tudo isso tem-se traduzido em mais facilidade para o adversário neutralizar os lances de ataque.

Foi o que se viu no jogo contra o Coritiba. O Atlético atacou muito, mas sem criar chances reais de gol. Foi assim que custou a achar o caminho do gol, que só aconteceu em jogadas individuais, com o arremate de meia distância de Hyoran.

É hora de Sampaoli mostrar seu repertório. Para isso, ele dispõe de elenco para mudar, não somente atletas, um por outro, mas a qualidade do que é feito, buscando a eficiência coletiva para um bem geral.

Que seja assim para um rendimento melhor de Keno, Vargas, Savarino, Zaracho e outros que sabem jogar, tem muita qualidade. Mas falta ainda um espirito coletivo para que o Atlético não passe por tanta dificuldade em jogos de favoritismo absoluto.

No ano do Centenário, Cruzeiro terá adversários mais qualificados na disputa pelo retorno à  série A

Cruzeiro está praticamente fora da disputa pelo retorno à elite do futebol brasileiro, mas terá de reforçar no ano do Centenário para se tornar competitivo na série B (Foto: Gustavo Aleixo/Divulgação)

O Cruzeiro teve um período natalino mais tranquilo, mas dias antes do Natal fracassou em Campinas, em derrota que desmotiva qualquer torcedor mais entusiasta a pensar em algo de positivo para o presente.

Resta ao time celeste honrar os jogos que ainda restam. Nesta semana enfrenta o Cuiabá, em Belo Horizonte, e vencer significa missão cumprida para não vir o pior – e assim seguir até o fim de janeiro.

E buscar, para o próximo ano, montar um time mais harmônico, competitivo e com cara de série B no ano do centenário. Pelo andar da carruagem, terá pela frente uma batalha ainda maior para retornar à série A. Isso porque terá que enfrentar adversários de maior grandeza, quando apenas quatro terão a honra de retornar à elite do futebol brasileiro.

Na segunda partida contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil, a maior torcida é do América

Na liderança da série B, América joga na quarta-feira contra o Palmeiras pela Copa do Brasil (Foto: Mourão Panda/Divulgação)

Esta semana é decisiva para o América, que certamente terá a maior torcida favorável ao time mineiro, excluídas as torcidas de Palmeiras, São Paulo e Grêmio na disputa pela Copa do Brasil.

O Coelho, que tem honrado o futebol mineiro, mesmo ainda disputando a série B e na liderança, ainda que provisória, mas que tem tudo para se tornar definitiva, joga contra o Palmeiras no Independência, em Belo Horizonte, depois de empatar por um a um na partida em São Paulo.

Precisa, portanto, vencer por qualquer placar para chegar à final da Copa do Brasil. É certo que terá pela frente um forte e vencedor Palmeiras. Mas o time treinado pelo competente Lisca “Doido” está em alta no rendimento e, definitivamente, não será “zebra” se vencer. É certo que o momento está ótimo para o América.

Rendimento e confiança não faltam ao Coelho, que deve ser mais um representante mineiro no Brasileirão 2021. Como bem disse o seu técnico, o “América tem time para enfrentar qualquer adversário no país”. Exagero? A conferir na quarta-feira.

Fica aqui o registro de nossa torcida e aplausos pelo que o Coelho está jogando.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da Rádio Itabira-AM.          

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