Preparação para o simulado, no dia 17, começa na segunda-feira com instalação de infraestrutura
Para a montagem da infraestrutura necessária para a realização do simulado de emergência de barragens, que irá acontecer em Itabira no dia 17 (sábado), entre 15h e 16h, em diversos bairros que podem ser atingidos pela lama de rejeitos, mais de 60 trechos de ruas e avenidas serão temporariamente interditadas, a partir de segunda-feira (12), informa a assessoria de imprensa da Vale.
Nesses trechos serão montadas tendas com cadeiras e banheiros químicos. As interdições ocorrerão nos bairros Centro, Praia, Juca Rosa, Santa Inês, Eldorado, Jardim das Oliveiras, Laboreaux, Campestre, Bela Vista, Nova Vista, Bethânia, Ribeira de Baixo, Palmital, Juca Batista, Água Fresca, Gabiroba, Machado, Valença, Santa Ruth, Fênix, Abóboras, Jardim Belvedere, Conceição.
No dia 17, quando ocorre o simulado, algumas rodovias de acesso à cidade também serão interditadas durante a realização do treinamento de autossalvamento. Essas vias ainda estão sendo definidas – e com antecedência serão sinalizadas, indicando a interdição e o horário.
Objetivos
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Vale, o objetivo do simulado é orientar a população e empregados sobre como proceder em caso de emergência de barragem.
Para participar do treinamento, moradores das áreas que podem ser afetadas devem se dirigir para um dos 96 pontos de encontro. Esses pontos foram montados em “áreas seguras”, fora das chamadas zonas de autossalvamento (ZAS).
São consideradas zonas de autossalvamento as regiões que ficam abaixo das barragens, a uma distância de dez quilômetros, ou que podem ser atingidas pela lama de rejeitos em 30 minutos. Há ainda, a Zona de Segurança Secundária (ZSS), que ficam além das ZAS – e que também podem ser atingidas pela lama em caso de rompimento de uma das 15 estruturas de contenção de rejeitos de minério localizadas ao redor da cidade.
O simulado é parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) e do Plano de Contingência e Evacuação de Itabira. O plano de evacuação, segundo a Vale, foi elaborado por uma equipe multidisciplinar formada por representantes das defesas civis Estadual e Municipal, Prefeitura de Itabira, Vale, polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros Militar e Ministério Público.
Divulgação
A divulgação do PAEBM e desse plano de contingência precisa ser mais ampla, como reivindicam moradores e o Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração em Itabira e Região. Eles pedem que essas informações sejam postadas, por meio eletrônico, nos portais da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, como também nos sites da mineradora Vale.
Perguntado pela reportagem se é possível divulgar esses planos pela internet, o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, disse que isso é possível, embora não seja o usual.
“A publicação on line dos PABMs nunca foi feita. A legislação exige que cópias impressas fiquem disponibilizadas para consulta na Defesa Civil e na Prefeitura. Mas podemos pensar nessa possibilidade. Não é porta fechada, o documento é público”, admite Godinho.
“O que salva vidas em caso de rompimento de alguma estrutura é a evacuação com tempo hábil e segurança”, acrescenta o militar. “Por isso o treinamento é importante, para que as pessoas sigam em segurança pelas rotas de fuga até os pontos de encontro.”
Está, portanto, na hora de disponibilizar os PABMs para consulta on line, antes mesmo da ocorrência do simulado. Afinal é direito de todos conhecerem os riscos que correm por conviverem próximos dessas estruturas de confinamento de rejeitos de minério de ferro.
Isso mesmo que a divulgação ampla desses planos venha causar mais medo e impactos emocionais entre os moradores, além da desvalorização de imóveis, o que já ocorreu em proporção elevada na cidade após o trágico acidente de Brumadinho – e a “descoberta” de que a cidade está “sitiada” por grandes barragens.
Segurança
Segundo sustenta o tenente-coronel Godinho, com base em informações da gerência de Geotécnia da Vale, as barragens de Itabira estão com as declarações de estabilidade em ordem.
“Não houve alteração do nível de segurança, não há que se falar em evacuação de moradores. As barragens permanecem com a mesma situação de normalidade”, assegura.
Será que tem o plano B? E SE UM ACIDENTE VIER ACONTECER???