Zanon do Mosaico está com a marchinha ‘Nós da rua’, de sua autoria, pronta para estourar no carnaval. Qual bloco se habilita?

Foto: Reprodução

O sempre ativista, compositor e jornalista aposentado Luiz Antônio Zanon, ex-editor do polêmico e opinativo jornal Mosaico, está com a marchinha Nós da rua, de sua autoria, em parceria com Alexis Moreira (cavaquinho e voz), pronta para estourar neste Carnaval 2024.

Para isso, já teve a sua divulgação realizada em programa de Edilene Lopes, na Itatiaia. “Ainda nenhum um bloco manifestou interesse pela marchinha, mas segue à disposição”, oferece, mas sem se preocupar ou correr atrás para ter a sua composição cantada pela multidão.

Segundo ele, a marchinha Nós da rua quer provocar as pessoas a resgatar esse espaço público que devieria ser do público, como “um espaço de prazer, de encontro, de alegria, sem paranoia, um espaço de civilidade”, sustenta. “Infelizmente as ruas se tornaram um espaço frio, agressivo, distante dos cidadãos”, lamenta.

Luiz Zanon diz isso com o conhecimento de quem, por um tempo, foi ativista e conviveu com moradores de rua, acompanhando as suas lutas por dignidade e melhores condições de vida, principalmente na região do bairro Lagoinha e da praça da Liberdade, em Belo Horizonte, onde reside.

Ouça:

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E acompanhe a letra:

Nós da rua

Sou eu, é tu, é nós

Aqui na rua

Na rua que é minha

E sua também

Que passeia nossas vidas

Nesse vai e vem

Que um dia já formou

Bendita via

Na rua que virou

Uma terra fria

Nós da rua

Sou eu, é tu, é nós

Aqui na rua

Queremos nela estar

Com prazer de novo

E vamos resgatar

O espaço do povo

E tem político

Que não quer ver

O que acontece

Não quer saber

Nós da rua

Sou eu, é tu, é nós

Aqui na rua

Já vamos desatar

Os nós que existem

Até contagiar

Os que resistem

Pois ninguém mais sustenta

Essa estranha rua

E o grito já ‘rebenta’:

É nós na rua

Jornal polêmico e de opinião

Hoje aposentado, vivendo entre Belo Horizonte, onde mantém residência, e na paradisíaca e forrozeira Dunas de Itaunas (ES), onde a família tem casa, Luiz Zanon é Itabirano. Na cidade, ele foi polêmico e opinativo ao editar o jornal O Mosaico, que circulou em Itabira em duas ocasiões, a primeira entre 1996 até 2001, e a segunda entre 2006 a 2010.

Foi no seu último ano de circulação que o jornal, antes de deixar de circular nas bancas de revistas e as ruas de Itabira, se notabilizou na defesa do padre Márcio Soares, difamado na cidade, acusado ter abusado sexualmente de um garoto de 11 anos, denúncia inventada, como depois se comprovou, como fazem hoje os desafetos do padre Júlio Lancellotti, da Pastoral de Rua da Arquidiocese de São Paulo.

“A inocência do padre Márcio foi comprovada em inquérito da Polícia Civil, mas quem o difamou jamais respondeu a processo, não foi responsabilizado e ficou por isso mesmo”, relembra o jornalista.

Computador da Nasa

Reprodução/Mosaico

Antes desse triste episódio com o padre Márcio, o jornal causou polêmica na cidade ao acusar a administração do ex-prefeito João Isael Querino Coelho (2005-08/2009-12), de adquirir um computador superfaturado, em 2007. “O Mosaico denunciou a compra com sobrepreço, com documento comprobatório, de um único computador pela exorbitância de R$ 223.792, 10”, relembra.

“Perguntamos na reportagem do jornal se a compra era do computador da NASA. O governo gritou, disse que ia processar o jornal, mas nunca conseguiu desmentir a reportagem. Contra documentos não há argumentos”, afirma, com a convicção de quem apurou bem o caso.

Jornal fake

Outra polêmica surgiu quando circulou uma versão fake do jornal Mosaico defenestrando com todo mundo na cidade, da oposição e da situação, sem distinção. O jornal inteiro era falso, um tremendo fake-news como hoje seria chamado.

A polícia civil ficou de abrir inquérito para apurar a autoria, mas nada apurou.

Entretanto, Zanon com o seu tirocínio jornalístico, descobriu por meio de testemunhos que o jornal falsificado teria sido distribuido por um conhecido mototaxista da cidade na “calada da noite”, mas não conseguiu localizá-lo. “Foram deixados fardos do jornal falso em diversos pontos da cidade, diferentemente do jornal autêntico que era por mim distribuído de mão em mão.”

Além disso, ele conta que o suposto autor da falsificação teria divulgado pela rede social, às 3h02, que estava circulando na cidade um jornal Mosaico “batendo em todo mundo” e que exemplares poderiam ser encontrados na Prefeitura e em outros pontos da cidade.

“Como ele sabia, se a Prefeitura só abre às 8 horas e o Mosaico sempre foi distribuído à luz do dia?”, o jornalista ainda questiona.

Como não obteve provas, Zanon não apresentou o nome de quem falsificou o jornal à Polícia Civil.

Mas não deixou por menos. No mês seguinte à falsificação, na edição autêntica do Mosaico, publicou em versos o que apurou sobre o ocorrido, no Poemeto da Falsificação, que segue na íntegra:

Insana mente

Criou, de fato

Como um demente

Estranho ato

Um claro ato

De um fascista

Um terrorista criou

De fato

Insanamente

Pois é de fato

Que em sana mente

Não flui tal ato

Falsificar

Não é tão bom

É macular

O que é o tom

 

 

 

 

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