Vereadores apoiam a reeleição de André Viana para o CA da Vale como representante dos trabalhadores e dos interesses de Itabira

Fotos: Carlos Cruz

Na reunião da Câmara Municipal de Itabira, nesta terça-feira (11), parlamentares itabiranos manifestaram apoio à reeleição do ex-vereador e sindicalista André Viana Madeira, presidente do Sindicato Metabase de Itabira e da Região, para a continuidade da representação dos trabalhadores no Conselho de Administração (CA) da Vale. O processo eleitoral teve início em todo o país na segunda-feira (10) e será encerrado na quinta-feira (13).

André Viana, juntamente com seu companheiro da chapa 10, o também sindicalista Wagner Xavier, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Vale no Espírito Santo e em Minas Gerais (Sindfer ES/MG), são os atuais representantes dos empregados no CA da Vale. Viana é o único candidato de Itabira na disputa com outras 13 chapas inscritas.

André Viana e Wagner , candidatos à reeleição pela chapa 10 para representar os trabalhadores no Conselho de Administração da Vale (Foto: Divulgação)

Unidade sindical

Nas eleições de fevereiro de 2023, Viana e Wagner Xavier obtiveram expressiva votação em todo o país, resultado de uma ampla negociação, obtendo 6.697 votos (48,8%) em um colégio eleitoral que contou com 13.682 votantes em todo o Brasil. Foi uma votação histórica em uma eleição que teve 19 chapas inscritas, muitas formadas por gerentes e candidatos avulsos. A chapa que ficou em segundo lugar obteve 762 votos.

É essa unidade sindical que os candidatos da chapa 10 articulam nacionalmente, para obterem a representatividade expressiva que tiveram nas últimas eleições para o CA da Vale, numa demonstração inédita de unidade sindical na disputa desde a criação do conselho, em 2005.

“Para as eleições deste ano, a nossa expectativa é manter a unidade dos trabalhadores da Vale em torno de uma chapa também próxima do consenso, para que tenhamos ao final uma representação vigorosa e combativa”, é o que espera André Viana.

Manifestações

Ronaldo “Capoeira” foi um dos vereadores que manifestaram apoio à reeleição de André Viana

As manifestações de apoio na Câmara Municipal tiveram início com o vereador Ronaldo “Capoeira” Meireles Sena (PRD), ele também sindicalista, ao afirmar que André Viana tem representado bem os interesses dos trabalhadores de todo o país.

O vereador Carlos Henrique de Oliveira (PDT), companheiro de André Viana na diretoria do Sindicato Metabase de Itabira e da Região, também manifestou seu apoio. “A reeleição de André Viana é muito importante para dar continuidade às conquistas dos trabalhadores da Vale e também para a nossa cidade, que busca alternativas econômicas à mineração que está chegando ao fim”, disse Carlos Henrique.

“Que os trabalhadores da Vale compareçam às urnas e votem conscientemente em André Viana, pela continuidade de nossas lutas no Conselho de Administração da Vale”, convocou o vereador e sindicalista, com o endosso da vereadora Jordana Madeira (PDT).

Carlos Henrique fez um apelo aos trabalhadores da Vale em Itabira para que compareçam às urnas e reelejam André Viana para o Conselho de Administração da Vale

“Você que é aposentado da Vale e que tem filho e neto trabalhando na empresa, peçam para votar em André Viana, que muito tem feito para a evolução do direito previdenciário junto à Valia”, pediu Ronaldo “Capoeira”, dirigindo-se aos ouvintes das emissoras de rádio que divulgam ao vivo a reunião da Câmara de Itabira.

O vereador Heraldo Noronha Rodrigues (PRB), que recentemente se desligou da Vale, também ressaltou a importância da reeleição de André Viana. “Ele é um representante à altura dos trabalhadores e, juntamente com Wagner, vão dar continuidade a essa representação, para ter um genuíno itabirano na alta direção da mineradora”, salientou.

Cobrança

Bernardo Rosa, ao lado de Jordana Madeira, lembrou da dívida histórica da Vale com Itabira.Ele salientou que a reeleição de André Viana é essencial para pressionar a alta direção da mineradora para que invista no município

O pronunciamento mais contundente em apoio à reeleição de Viana partiu do vereador Bernardo Rosa (PSB), que destacou a importância de sua recondução para levar a pauta de Itabira às reuniões do CA da Vale.

“Itabira precisa de alguém para dar voz às suas demandas históricas, para fazer valer os seus direitos”, disse ele, enfatizando que a mineradora explora o minério de Itabira há mais de 82 anos, cujo horizonte de exploração, segundo a própria empresa, encerra-se em 2041. “A Vale sequer deu início à discussão do plano de fechamento das minas de Itabira”, protestou.

“Itabira foi fundamental para o crescimento da Vale. É fundamental que invista na cidade e discuta o descomissionamento das minas de Itabira. Por isso é importante a reeleição de André Viana para o Conselho de Administração da Vale, não só em defesa dos trabalhadores, mas também dos interesses de Itabira. A Vale precisa retribuir tudo o que tira da nossa cidade.”

Fábrica de cimento

Rosa lamentou o anúncio da Vale informando que vai investir na maior planta do mundo de argila ativada para produção de cimento a partir de rejeitos na mina de minério Carajás, no Pará. “Porque construir lá onde a mineração está tendo início e não em Itabira, onde temos o maior volume de rejeitos de minério em barragens que precisam ser desativadas?”, questionou o vereador.

Segundo a Vale, o projeto da fábrica de cimento no Pará está em fase avançada, com a contratação da Thyssenkrupp Polysius para a engenharia do empreendimento de valor não revelado. O contrato foi firmado por meio da Circlua, subsidiária criada pela Vale em 2022 para a produção de cimento de baixo carbono.

“A Vale está deixando barragens-bomba em estado crítico, como a de Itabiruçu, que é dez vezes maior que a rompeu em Brumadinho”, criticou o presidente da Câmara, Carlinhos “Sacolão”

O presidente da Câmara Municipal de Itabira, vereador Carlos Henrique “Sacolão” Silva Filho (Solidariedade), também reforçou a importância da representação de Itabira no conselho de administração da mineradora.

“Gostaria de ressaltar a importância de termos um conselheiro da cidade para discutir essas pautas. A Vale está deixando barragens-bomba em estado crítico, como a de Itabiruçu, que é dez vezes maior que a rompeu em Brumadinho”, criticou.

“Precisamos de um representante que assegure que a empresa cumpra com suas responsabilidades e retribua à comunidade de Itabira, deixando um legado duradouro para as gerações atuais e futuras”, reivindicou o parlamentar itabirano.

Pedindo a parte ao presidente da Câmara, Bernardo Rosa lembrou que a dívida da Vale com Itabira é imensa, inclusive por ter desmantelado a sua economia diversificada, assim que se instalou na cidade, em 1942.

“Quando a Vale começou em Itabira, a cidade já tinha indústrias têxteis e potencial para se desenvolver”, disse ele, lembrando que tudo isso acabou com o monopólio da mão de obra e dos recursos hídricos pela mineração.

“Hoje, 40 anos depois do início da mineração em Carajás, a Vale está privilegiando outras regiões. A reeleição de André Viana é crucial para garantir que a mineradora respeite e invista em Itabira, valorizando nossa história e assegurando um futuro sustentável sem a mineração.”

O que diz a Vale

Procurada pela redação deste site, que a questionou sobre o motivo de instalar a fábrica de cimento no Norte do país, e não em Itabira, a empresa respondeu evasivamente, como sempre faz quando questionada sobre temas de interesse do município e sobre a própria atividade em seu território.

Confira a resposta:

A Vale investiu em 2022 na Circlua, empresa voltada ao desenvolvimento e à criação de soluções para a indústria de cimento utilizando como insumo os resíduos de mineração (rejeitos e estéril).”

“ Entre as frentes de desenvolvimento, destaca-se uma adição cimentícia para ser incorporada à composição do cimento, melhorando sua performance e reduzindo as emissões de CO2 do seu processo de fabricação.”

“Há um estudo de viabilidade em andamento para avaliar a instalação de uma unidade de produção da Circlua no sudeste do Pará, que utilize como matéria-prima os resíduos oriundos do Complexo de Carajás”, assim finalizou a nota da empresa à redação deste site.

A mineradora também nada respodenu sobre a possibilidade de implantar uma fábrica semelhante em Itabira e ou uma fábrica de briquetes, um produto produzido a partir da aglomeração em baixa temperatura de minério de ferro.

Para isso, utiliza-se uma solução tecnológica de aglomerantes de baixo carbono que conferem ao produto final alta resistência mecânica. A primeira planta do mundo de briquete foi inaugurada pela Vale em 2023, em Vitória (ES).

Leia mais também aqui:

André Viana reivindica planta de “minério verde” para Itabira e Marco Antônio pede urgência nas obras do rio Tanque em reunião com Gustavo Pimenta, presidente da Vale

 

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