Variante Delta ainda não foi registrada em Itabira, diz secretária municipal de Saúde. Mas já é ameaça em todo o mundo
Embora esteja próxima de Itabira, a variante Delta (B.1.617.2) do novo coronavírus (Sars-Cov-2), identificada primeiramente na Índia, ainda não teve a sua presença registrada no município, assegurou a enfermeira Luciana Sampaio, secretária municipal de Saúde, em reunião com vereadores nessa terça-feira (3).
Ela compareceu à reunião da Câmara como convidada para falar sobre possíveis casos de “fura-fila” em Itabira, o que teria ocorrido no início da campanha de imunização, antes portanto de sua gestão.
Os supostos casos de “fura-fila” estão sendo investigados sob sigilo pelo Ministério Público de Minas Gerais. A Secretaria Municipal de Saúde abriu sindicância interna, assim como também investiga a comissão Covid-19 do legislativo itabirano.
Preocupação
O fato de ainda não haver registro em Itabira não significa que a variante já não esteja presente no município. Pode estar circulando inclusive entre indivíduos assintomáticos, mesmo que ainda não tenha sido identificada, é importante frisar.
Afinal o município de Itabira não está isolado em uma bolha. E a variante foi identificada em Belo Horizonte por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais – e já corresponde a 45% das amostras analisadas na capital do Rio de Janeiro e a 26% no estado.
Segundo o portal G.1, no Rio de Janeiro já há alerta para uma disseminação da cepa desde junho. E o monitoramento genômico, que é feito periodicamente pelo governo do estado, concluiu que a B.1.617.2 está em “tendência de aumento e conversão para se tornar a mais frequente no estado, substituindo a variante Gama (P.1), identificada no ano passado no Amazonas.
Em todo o mundo tem-se dado atenção especial à variante Delta. Ela está sendo apontada como uma ameaça maior à saúde pública em relação às variantes anteriores. A sua taxa de transmissão é 50% maior em comparação com a cepa original do novo coronavírus.
Foi a variante Delta que gerou uma segunda onda mortal de infecções na Índia neste ano, tornando-se também a variante dominante no Reino Unido. Já foi identificada em mais de 90 países, inclusive no Brasil, com surtos confirmados nos Estados Unidos, China, África, Escandinávia e na região do Pacífico.
Dados do Reino Unido mostram que pessoas não vacinadas infectadas com a variante Delta têm duas vezes mais probabilidade de serem hospitalizadas do que aquelas com a variante Alfa (B.1.1.7), que foi a primeira de preocupação global, identificada no Reino Unido, em setembro de 2020.
Aumento de casos
“A variante Delta é mais virulenta que a P.1 (que provavelmente foi responsável pela maioria dos óbitos ocorridos no início deste ano no município), mas ela é suscetível à vacinação”, procurou tranquilizar a secretária Luciana Sampaio na reunião com os vereadores. “A prova é que o número de casos de Covid-19 tem aumentado em Itabira, mas não a taxa de ocupação de leitos nos hospitais.”
De acordo com o boletim epidemiológico dessa terça-feira a ocupação de leitos de UTIs exclusivos para pacientes Covid-19 nos hospitais de Itabira está em 29%, com 11 pacientes hospitalizados. E oito pacientes estão internados em enfermarias para tratamento – taxa de ocupação de 16%.
Já o número de pessoas testadas positivas para a doença em Itabira é de 19.829, com 19.116 já recuperadas. Mas 359 indivíduos se encontram em isolamento domiciliar no município.
Proteção
“Quanto mais pessoas estiverem vacinadas, menor será a letalidade do vírus”, disse Luciana Sampaio ao anunciar que Itabira começa a vacinar pessoas na faixa de 36 anos nesta sexta-feira e no sábado, nos drives-thrus da Prefeitura e da Funcesi.
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, em Itabira já foram aplicadas 70.870 doses de vacinas. Dessas, 50.793 pessoas já receberam a primeira dose, o que corresponde a pouco mais de 42% da população.
E 17.897 receberam a segunda dose e mais 2.180 foram imunizadas com dose única, o que dá menos de 17% da população já praticamente tendo completado o estágio de imunização.
Com mais essa variante Delta ameaçando a saúde pública em todo o mundo, não é hora de baixar a guarda, principalmente entre os jovens que ainda não estão imunizados. É que entre as pessoas já imunizadas a variante Delta não tem acarretado casos mais graves, assegurou a secretária.
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