Vale confirma acordo para reparação de parte dos danos socioeconômicos e ambientais em Brumadinho
A mineradora Vale, em nota distribuída à imprensa, nesta quarta-feira (3), confirma que está para fechar acordo com o governo de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Defensoria Pública de Minas Gerais, visando a reparação de parte dos danos socioeconômicos e ambientais causados pelo rompimento da barragem 1, na mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
O rompimento dessa estrutura de contenção de rejeitos, na tarde de 25 de janeiro de 2019, interrompeu a vida de 281 vítimas, a maioria trabalhadores, mas também de turistas e moradores. Foi classificado como o maior crime ambiental e acidente de trabalho coletivo já ocorrido no país.
Deixou um rastro de destruição no ribeirão Ferro-Carvão, também conhecido como córrego do Feijão, despejando 12 milhões de toneladas de rejeitos nas margens e no leito do rio Paraopeba, afluente do São Francisco.
Danos incomparáveis
A mineradora foi acusada de negligência relacionada à operação da barragem, que apresentava falhas estruturais, ocasionando o rompimento, que poderia ter sido evitado. Seu ex-presidente, diretores e gerentes respondem a processos criminais, ainda pendentes de julgamentos.
Na nota distribuída à imprensa, a Vale informa que a audiência para assinatura do acordo está agendada para amanhã, quinta-feira (4). Com o acordo homologado, será assinado o Termo de Reparação, que prevê investimentos e ações de reabilitação das áreas atingidas e ressarcimentos de danos aos moradores atingidos.
A empresa não divulgou o valor desse acordo, mas estima-se que seja da ordem de R$ 37 bilhões. O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, confirma a audiência, mas salienta que no acordo não estão incluídas as ações penais, o pagamento dos direitos individuais dos familiares e dos demais atingidos, assim como eventuais “danos desconhecidos”, cujas ações ainda estão pendentes de julgamento.
Segundo ele, o acordo abrange apenas as duas ações do Ministério Público de Minas Gerais e uma outra de ressarcimento ao estado de Minas Gerais pelos danos causados e gastos com a mobilização e resgates das vítimas.
37 bi não paga as vidas tiradas, não paga o rastro de doenças, não paga nada. Minas Gerais nunca teve lucro com a riqueza mineral expropriada. Viva a Sociedade Inimiga do progresso!