Um cromossomo a mais não faz diferença em sociedade
Catarina Maria Souza Cruz*
A síndrome de Down não é doença, é uma alteração genética no cromossomo 21, que comumente é formado por um par. Já nas pessoas com a síndrome, são três pares, o que caracteriza a trissomia do cromossomo 21.
A ciência ainda não explica porque essa alteração ocorre. Sabe-se, no entanto, que isso acontece em todas as raças, e que pode acontecer com filhos de qualquer casal, independentemente da idade.
Foi em 1862 que o médico John London Down descobriu e caracterizou a síndrome, daí o nome dado a ela. As pessoas com a síndrome possuem características comuns, mas possuem tantas outras características quanto os outros seres humanos. Como já escreveu Drummond, “Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar.”
Assim são também as pessoas com síndrome de Down. São “estranhos ímpares”. Como todos nós, considerados “normais”, são únicas, diferentes umas das outras. Possuem personalidades próprias e individuais, habilidades, vocações e gostos específicos.
É muito comum criarem rótulos para essas pessoas, como anjos, pessoas carinhosas e eternas crianças. Devemos evitar essas generalizações, respeitando as individualidades.
Em 2006, a Down Síndrome Internaticonal criou o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data escolhida faz alusão aos três cromossomos no par 21. Nesta quarta-feira (21/3), portanto, em todo mundo é um dia de reflexão, de respeito às diferenças e de inclusão. Como deve ser também nos outros 364 dias.
A instituição deste dia tem como objetivo dar mais visibilidade a essas pessoas, reduzindo o preconceito que muitas vezes é fruto da falta de informação. É, portanto, um dia especial para combater mitos e conscientizar as pessoas sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, para que sejam criadas as condições para o bem-estar e a inclusão social das pessoas com síndrome de Down.
A comemoração deste dia (21/3), em quase todo o mundo, passou a fazer parte do calendário oficial da Organização das Nações Unidas (ONU), sendo comemorado pelos 193 países membros, incluindo o Brasil.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), no Brasil são mais ou menos 300 mil pessoas com a síndrome de Down.
A inclusão dessas pessoas na sociedade brasileira é muito recente e pouco efetiva. Nos mais de 150 anos da descoberta da síndrome tivemos avanços significativos na ciência e na sociedade. No entanto, muito ainda temos que evoluir, principalmente na inclusão escolar.
Uma das características comuns às pessoas com síndrome de Down é a deficiência intelectual, que pode ser maior ou menor em cada indivíduo. Esse é o maior entrave que as escolas encontram para a inclusão dessas pessoas.
No Brasil, a legislação prevê o direito a inclusão escolar das pessoas com a síndrome, assim como de qualquer outra pessoa com dificuldade de aprendizagem.
Nenhuma instituição escolar comum, privada ou pública pode negar a matrícula a essas pessoas, alegando a deficiência. No entanto, grande parte das escolas brasileiras ainda se diz despreparada para receber esses alunos.
A convivência de pessoas comuns com pessoas com síndrome de Down, ou qualquer outra deficiência, seja cognitiva ou física, é extremamente saudável e positiva para todos.
Muitas vezes se pensa que a inclusão escolar beneficia somente os alunos com deficiência, o que não é verdade. Todos os alunos e toda a sociedade ganham com a inclusão ao aprender a respeitar as diferenças, livrando-se do preconceito.
É importante que as escolas comuns – e seus professores – saibam que os alunos com síndrome de Down podem aprender, ainda que por caminhos e ritmos diferentes dos outros alunos.
É verdade que houve um grande avanço na legislação brasileira, mas a sua efetivação ainda é muito difícil. Embora o direito de se matricular em qualquer escola comum seja garantido por lei, essa prática ainda não ocorre de fato. Cabe a escola dar um novo significado ao seu papel social para entender o valor de se fazer uma escola para todos.
Um cromossomo a mais não pode definir a pessoa. Devemos olhar a pessoa com a síndrome de Down como indivíduos únicos e capazes, livrando-nos definitivamente de rótulos e preconceitos Esse novo olhar é um início da construção de uma nova sociedade, mais justa, inclusiva e igualitária.
Eu tenho a honra de conhecer mãe e filhas, são ótimas pessoas e carregam e honrram esta importante bandeira!
Parabéns para Luiza e para todas as pessoas com Síndrome de Down. Obrigada por nos ensinarem a sermos pessoas melhores e mais felizes!!!!
O respeito é a base para o sucesso em todas as relações, inclusive nos processos de inclusão. Parabéns à Catarina pelo texto, pelos esclarecimentos sempre q solicitada e por conduzir com sabedoria as questões sobre a síndrome de down. Bjinhos para Luzia!
Texto lindo e verdadeiro.Como o tempo passa ,outro dia mesmo Luiza era um Bebe lindo,hoje está essa mulher Linda! Parabéns a Luiza e familia
Ótimos esclarecimentos!! 👏🏽👏🏽👏🏽
Parabéns Catarina pelos ensinamentos e por incentivar e orientar tão bem a Luiza!!
Luiza, parabéns por ser essa moça tão guerreira, determinada e de um coração enorme, que nos ensina a cada dia como ser melhores seres humanos.
Torço para que a Luiza alcance com esforço e capacidade para se tornar uma professora.