Três escritos de guerra
Praça Vermelha, Kremlin. Moscou
Fotos: Reprodução
Por Cristina Silveira
Como se sai de uma geopolítica e se entra noutra – A nova Ordem mundial ou a nova rota da seda e da saúde ou a derrota iminente do mundo bipolar para o multipolar, alinha-se entre artilharias. Está posto.
O quase papa, Tristão de Athayde, é autor de uma frase que diz mais ou menos assim: quando se fala em ordem, a desordem já foi estabelecida.
Exemplos de imposição da ordem: quando o jornalista R.A. inventou o termo petralha; quando a draconiana corrupção judicial – nunca antes vista no mundo – a operação lava-jato, destruiu a soberania nacional e elegeu um espantalho para a Presidência da República.
A arruaça da vez é demonizar o presidente Vladimir Vladimirovitch Putin e a Operação Militar Especial que a Federação da Rússia comanda nos países limítrofes a Ucrânia.
Como se em conflitos só houvesse de um lado, o ocidente propaga notícias falsas, que serão desmentidas, e, o inimigo do lado de lá, responderá por crimes de guerra perante o Tribunal Penal Internacional. Enquanto isso, a Rússia, sem pressa, combate o bom combate contra o neonazismo.
É preciso correr as vistas sobre a história da Rússia e da Ucrânia, saber que esses povos são nações irmãs por afinidade cultural, são mais de mil anos de história para contar. E “são superiores porque são superiores”.
Exemplo de superioridade do povo russo face aos EUA: em 1738 a rainha Catarina II, a “déspota esclarecida” incentivou a criação da Escola Imperial de Ballet, nas pontas do pé evoluiu para Ballet do Teatro Bolshoi, reconhecido como a maior corpo de ballet do mundo.
Os EUA foram declarados independentes da Inglaterra em 1776, uma distância de 38 anos quando nascia a falácia do “destino manifesto” a Rússia já dançava a consagração da vida. E, curioso que há uma única representação do Bolshoi fora da Rússia, em Joinville, Brasil.
A Federação da Rússia é a maior extensão territorial do planeta. Autossuficiente em recursos energéticos (gás, petróleo, água) e alimentos, não teme as adversidades.
O Ministério Russo da Defesa, é o único no mundo a produzir as suas armas de guerra. Também integra o Clube Nuclear com mais oito países, e, estima-se haver 13.890 ogivas nucleares no planeta. Deste total a Rússia possui 6.257 ogivas ativas, os EUA possuem 5.500 ogivas ativas.
A nação russa é um balaio de gatos étnicos convivendo há mais de mil anos nas taigas, nas estepes, em Moscou, em S. Petersburgo …. Na Rússia a pessoa nasce com o sentido de defesa cristalizado, há de proteger-se do extremo frio, das montanhas de neve que o sol não degela.
Nas taigas e estepes, quando o sol se levanta, o verão atrai enxames de gnus – várias espécies de mosquitos sugadores de sangue – que atacam em conjunto de milhares. Os russos também utilizam a palavra gnus como adjetivo, para referir-se aquilo ou aquele que é ignóbil, torpe, vil.
A cenografia do campo de guerra é um jogo de sombras. Desta vez, são as sombras da II Guerra da Europa e aliados (1941-1945), um segundo capítulo sendo transmitido em tempo real pela web.
O conflito não é Rússia x Ucrânia. A Otan, associada ao neonazista Batalhão Azov, usa o território ucraniano como campo de batalha para destruir a democracia russa. E isso só vai parar quando a Otan ordenar ao espantalho Volodymyr Olexandrovytch Zelensky a sentar-se à mesa de negociações com a Federação da Rússia.
Não tem sambalelê, a Rússia derrotou a França de Napoleão na Guerra Patriótica de 1812; em 9 de maio de 1945, o Exército Vermelho sob o comando do camarada Stalin venceu a Alemanha, derrotou Hitler na Grande Guerra Patriótica (1941-1949).
Outra sombra à espreita. No final da guerra, Hitler extenuado e transtornado por excesso de drogas suicidou; o presidente ucraniano está empanturrado de cocaína, psicotrópicos e álcool, o seu fim será trágico, é possível que seja assassinado pela Otan, e claro dirão que foi a Rússia. Mas cá pra nós, a Rússia não tem interesse em matar Zelensky, porque ele é insignificante, cretino, digno de pena.
Mas uma terceira guerra nuclear na Europa não está descartada. O vice-presidente da Rússia Dmitri Anatolievitch Medvedev, levanta a suspeita quando afirma: “Os cavaleiros do apocalipse estão chegando”. E o tenente Coronel Dmitri Lobkov, garante: “O urso vai chegar ao final, vencerá e a UE vai pagar”.
Daqui me vou. Retorno depois que a Federação Russa liberar Kiev dos Nazi\Otan. Mas deixo para reflexão o poeta Drummond, o cronista Rubem Braga e trecho escolhido do livro 54 Wu Ming (os “sem nome”, em mandarim). Hasta la victoria siempre!
Telegrama de Moscou
Carlos Drummond de Andrade
Pedra por pedra reconstruiremos a cidade.
Casa e mais casa se cobrirá o chão.
Rua e mais rua o trânsito ressurgirá.
Começaremos pela estação da estrada de ferro
e pela usina de energia elétrica.
Outros homens, em outras casas,
continuarão a mesma certeza.
Sobrarão apenas algumas árvores
com cicatrizes, como soldados.
A neve baixou, cobrindo as feridas.
O vento varreu a dura lembrança.
Mas o assombro, a fábula
gravam no ar o fantasma da antiga cidade
que penetrará o corpo da nova.
Aqui se chamava
e se chamará sempre Stalingrado.
– Stalingrado, o tempo responde.
Paz, arroz, pombas
Rubem Braga
Existe em Turim um alfaiate esperto, que fez fama por ter oferecido ao papa, há dois nos, um manto simbólico, a que chamou de “a capa da paz”. Vai agora aos Estados Unidos oferecer ao general Eisenhower, que o recebera na casa branca, a “pelerine da paz”.
Diz que na volta oferecerá outras capas de modelos diferentes, mas todas “da paz” a outros líderes políticos europeus. É provável (isto não vem nos telegramas, mas vem na lógica da publicidade) que ele presenteie o marechal Stalin com um “blusão da paz”.
É coisa tão querida a paz que todos querem estar de seu lado e ser tidos como seus filhos, ou pais, ou pelo menos amantes. O alfaiate Santomauro faz nome e fortuna à custa disso.
Quando esgotar o número dos grandes chefes, ele se voltará, com certeza, para o homem comum, e nos oferecera o pijama da paz, que há de ser azul, e sem listras nem bolinhas. Talvez entre em entendimentos com alguma empresa metalúrgica para lançar em Caxias, por exemplo, – o “colete de aço da paz”.
Desde os tempos do Diluvio a paz tem um símbolo que assusta pela fragilidade. A pomba é, afinal, um bicho como os outros, que ama a sua paz, mas luta por comida ou por amor.
Ainda outro dia, num desses momentos de doce vagabundagem que a gente tem necessidade de roubar ao vaivém utilitário e insensato do Rio, quedei-me dez minutos junto à estátua de Floriano vendo as pombas, rolinhas e pardais que algum amante dos passarinhos costuma atrair para ali com punhados de fubá. Assisti a mais de uma luta rápida, de bicadas, e cheguei à conclusão melancólica de que não há paz, nem mesmo no mundo das pombas.
Conta um amigo ter ouvido de sua tia, senhora muito boazinha, que um dia ela estava na sala de jantar, em uma casa do interior de Minas, quando uma linda pomba pousou em sua janela. A boa senhora foi se aproximando devagar, e conseguiu pegar a pomba.
Viu então que em uma das patas ela tinha um anel metálico, onde estavam escritas umas coisas. Meu amigo esclareceu que devia se tratar de um pombo-correio, e a tia disse: “Era muito bonitinho, e mansinho mesmo: eu gosto muito de pombo”.
– E que foi que a senhora fez? A santa senhora olhou o sobrinho com um ar de surpresa, como se a pergunta lhe parecesse pueril: “Comi, uai, comi com arroz…”
Assim há no mundo o alfaiate Santomauro, muito amante da paz. Com arroz.
[Revista Manchete, 1/1/1955. BN-Rio]
Trecho do livro, 54, da Wu Ming Foundation, Ed. Conrad, 2005
“Não existe essa história de pós-guerra. Os tolos chamam de PAZ o simples distanciamento do front. Os tolos defendiam a PAZ apoiando o braço armado do dinheiro. Atrás da primeira duna, os embates prosseguiam. Presas de animais imaginários cravadas nas carnes, o céu repleto de aço e fumaça, culturas inteiras extirpadas da Terra.
Os tolos combatiam os inimigos de hoje alimentando os de amanhã. Os tolos estufavam o peito, falavam em Liberdade, Democracia, em nosso meio, comendo os frutos de invasões e saques.
Defendiam a civilização contra sombras chinesas de dinossauros. Defendiam o planeta contra simulacros de asteroides. Defendiam a sombra chinesa de uma civilização. Defendiam um simulacro de planeta”.
“VIVA A LUTA CONJUNTA DE TODOS OS POVOS CONTRA AS BARBÁRIES FASCISTAS! VIVA A URSS E SEU INVENCÍVEL EXÉRCITO VERMELHO, DEFENSOR PODEROSÍSSIMO DA LIBERDADE E DO PROGRESSO! VIVA OS PARTIDOS COMUNISTAS DE TODOS OS PAÍSES! MORTE AO FASCISMO – LIBERDADE PARA O POVO!”
E agora? A ONU, nao serve pra mais nada. A UE, decaida e poderá amargar a fome. A Alemanha, desde 1945 esta ocupada com mais de 100 bases da Otan em seu territorio. A turquia é dona de 50% das armas da criminosa OTAN, e ameaça sair sair do Tratado. A otan esfarela na Ucrânia.
Ja a Federação da Russia vai muito bem, assim será…. Hurrá, Rússia! Viva o povo forte, destimido da Russia.
Os comandantes da OTAN, aproveitando os cochilos do Biden, saíram-se a estimular o Zé Lensque a colocar a Ucrânia participando dela.
Putin avisou a todos e depois liberou o exército russo a fazer o que sabe fazer muito bem.
Nesta história toda estamos pagando todos nós e a Alemanha pela terceira vez sofre com as amarras impostas pelos demais países europeus.
E por conta disto, a Europa segue de pires nas mãos sob o jugo dos gringos dos EUA.
Ontem, lideres da UE foram a Ucrânia, falaram com o presidente Ze Lensque, a botar ponto final no genocidio ou perdem o emprego de presidenpprde republicas.