Tiro pela culatra: sanção contra Rússia tem provocado desvalorização da moeda norte-americana

Imagem: Reprodução

Rafael Jasovich

Alguns países não-ocidentais têm expressado ceticismo relativamente às sanções ocidentais contra a Rússia, precedidas por outras contra a Venezuela e o Irã, minando a confiança no dólar dos Estados Unidos.

Ben Sasse, senador norte-americano, lamentou o fato de a Arábia Saudita passar a considerar a moeda chinesa (yuans) para vender petróleo à China.

“Os sauditas precificando parte de sua mercadoria [petrolífera] na moeda chinesa, ou sinalizando que é para lá que estão indo […] é uma coisa grande, má”, comentou Bem Sasse.

A Agência de Energia Internacional advertiu na quarta-feira (16) para “a maior crise de suprimento em décadas” no que toca ao petróleo em meio à possibilidade de as sanções antirrussas do Ocidente virem a sair pela culatra.

Depois que o Irã e a Venezuela foram efetivamente banidos do comércio internacional nos últimos quatro anos devido às sanções dos EUA, a tentativa de proibição ao comércio internacional com a Rússia por parte de países ocidentais, Índia, África do Sul e México ao recusarem tomar posição ao lado do Ocidente, isso pode levar à desdolarização.

As exportações petrolíferas da Rússia à Índia quadruplicaram em um mês.

O fato de o terceiro maior produtor e consumidor de petróleo do mundo buscar as suas próprias relações comerciais, sem interferência ocidental, é um sinal da vasta remodelação dos fluxos globais de energia. E isso tem ocorrido desde o início da operação militar especial russa na Ucrânia.

O tiro pode sair pela culatra.

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