Sistema Nacional prevê formação de professores para prevenção de violência nas escolas

Foto: Carlos Cruz

Organizações da sociedade civil como Instituto Aurora e Instituto Palavra Aberta já têm projetos que contribuem para ações previstas no Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas – SNAVE

O Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (SNAVE) foi instituído por decreto em 24 de abril de 2024. Seu objetivo é “ampliar a capacidade de as escolas promoverem ações de prevenção e resposta à violência em ambiente educacional”.

Dentre as ações previstas pelo SNAVE está a capacitação de profissionais de educação, tanto para atuar na prevenção e na resposta a emergências no ambiente escolar, quanto para implementar práticas de reconhecimento e de valorização da diversidade, de acolhimento e de cultura de paz nas escolas.

Essas ações podem ser realizadas por outras entidades, como organizações da sociedade civil. Há, inclusive, aquelas que já estão prontas para esse tipo de demanda, como o Instituto Aurora para Educação em Direitos Humanos, por meio do projeto “(Re)conectar”.

A organização lançou recentemente três materiais: o e-book “Violência contra Escolas no Brasil – Perspectivas sobre o extremismo entre jovens e estratégias de prevenção”, que reúne artigos produzidos com organizações parceiras e publicados originalmente no portal Latinoamérica21.

Outra publicação é o “Glossário educativo para a identificação e prevenção de discursos de ódio e extremismos na escola”, produzido em parceria com o grupo de pesquisa De Mãos Dadas por Amplos Caminhos, da UNILA.

Há ainda o “Conversando sobre temas difíceis – Um material de apoio ao Glossário educativo para identificação e prevenção de discursos de ódio e de extremismos na escola”, que traz roteiros de rodas de conversa para serem realizadas entre professores.

A próxima etapa do projeto é justamente a realização de formações de profissionais de educação e da comunidade escolar, além de organizar momentos de escuta nas escolas sobre experiências com o tema.

“A violência nas escolas não é um problema de solução individual. Não vai ser uma professora, um professor, uma escola ou uma secretaria de educação sozinha que vai dar conta de lidar com isso”, afirma diretor de pesquisa e projetos do Instituto Aurora, André Bakker.

.”A gente não sabe se os ataques vão continuar, quando vão continuar, onde vão acontecer. Então, é um problema que tem que ser enfrentado de maneira conjunta”, recomenda.

Outra organização também atenta ao tema é o Instituto Palavra Aberta. Por meio do programa Educamídia, a organização conta com várias publicações sobre educação midiática, uma importante aliada na prevenção e enfrentamento às violências

“A gente percebe que numa crise de ameaças às escolas, os boatos são em si uma forma de violência contra o coletivo, desestabilizando a comunidade, promovendo pânico e dificultando as ações mais ponderadas”, comenta a coordenadora do programa Educamídia, do Instituto Palavra Aberta, Mariana Ochs.

Os ministérios competentes para o desenvolvimento das ações do SNAVE são o Ministério da Educação (MEC) e Ministério da Justiça e Segurança Pública, com apoio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania na articulação com as políticas de promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Educação em direitos humanos para superar a violência nas escolas

Em consonância com o tema, o Instituto Aurora realizou o evento “Educação em direitos humanos em movimento: superando extremismos violentos”, no qual dialogou com a sociedade civil a partir do projeto “(Re)conectar: aproximando pessoas para superar a violência às escolas”.

Além de Michele Bravos e André Bakker, do Instituto Aurora, participaram do debate a professora Letícia Cesarino, assessora especial de Educação e Cultura em Direitos Humanos do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), María Villarreal, editora e membro da diretoria do Portal LatinoAmérica 21, Paula Alves, do Instituto Auschwitz, Mariana Ochs, do Instituto Palavra Aberta, Gabriele Garcia, do Think Twice Brasil, Danielle Tsuchida, do Instituto Sou da Paz, e Cléo Garcia, da Faculdade de Educação da Unicamp.

A gravação do evento está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bAWMk5Q3z7g&t=19s. Acesse.

 

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