Vila de Utopia
    Facebook Twitter Instagram
    Vila de Utopia
    • Home
    • Últimas Notícias
    • Política
    • Economia
    • Educação
    • Drummond
    • Meio Ambiente
    • Cidade
    • Contato
    • Mais Notícias
      • Cultura
      • Charge
      • Editorial
      • Esportes
      • Expediente
      • Fatos diversos
      • Gilete-press
      • Informe
      • Memória
      • Mundo
      • Saúde
    Vila de Utopia

    Show de Johnny Hooker é cancelado em Itabira por incompatibilidade de agenda, mas conservadores homofóbicos festejam

    viladeutopiaBy viladeutopia20 de junho de 20221 comentário
    WhatsApp Facebook Twitter LinkedIn
    Foto: Reprodução

    Não foi por pressão de conhecidos políticos e grupos de pessoas reacionárias, conservadoras, homofóbicas e bolsonaristas, que o show do cantor pernambucano Johnny Hooker foi cancelado no 48º Festival de Inverno de Itabira, o que seria censura à sua voz que canta a diversidade e o direito de cada um ser o que quer, levantando-se contra todas as formas de preconceito e discriminação, além de ser um grande artista.

    Por meio da assessoria de imprensa da Prefeitura, a Fundação Carlos Drummond de Andrade (FCCDA) esclarece que o cancelamento ocorreu por incompatibilidade de agenda. É que o artista, em turnê pela Europa, com o sucesso alcançado, decidiu ficar por mais um tempo no velho continente, cansado da estupidez e da intolerância em seu país.

    “O distrato (cancelamento) se deu em comum acordo com a produção do artista. E foi motivada por um problema de agenda do cantor, que precisou estender a turnê que faz atualmente na Europa”, assegurou a FCCDA.

    A justificativa pelo cancelamento é confirmada pelo artista. “O show em Itabira foi cancelado em comum acordo porque terei que estender minha estadia na Europa por outros compromissos. A produção do Festival de Inverno foi maravilhosa e fez de tudo para que o show acontecesse.”

    Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, após a produção ter informado que o cantor só voltaria da Europa no dia 16 de julho, a FCCDA teria sugerido reagendar o show no dia 17, data de encerramento do festival. “O entendimento, porém, foi de que ficaria inviável para o artista cumprir a agenda em Itabira.”

    Reação conservadora

    Grupos e políticos bolsonaristas partiram para cima da Prefeitura, “exigindo” (sic) do prefeito o cancelamento do show do cantor que, em um show em 2018, teria dito que Jesus seria travesti se voltasse hoje à Terra para salvar a humanidade. A declaração do artista foi uma forma de protesto contra aos ataques homofóbicos à peça O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Rainha do Céu, cuja protagonista era uma atriz travesti no papel do filho de Deus.

    Para esses fundamentalistas conservadores, a afirmação de Johnny Hooker soou como blasfêmia, uma ofensa à moral e à tradição judaico-cristã, que prega um Jesus Cristo casto, virgem, sem pecado original.

    Para pressionar o prefeito a cancelar o show, lançaram pela rede social um abaixo-assinado em que afirmam que a presença do cantor “fere todos os princípios da família cristã itabirana”.

    Um conhecido político postou na rede social, pressionando o prefeito. “Cancela, prefeito. Jesus não é travesti. A sua máscara já caiu: Johnny Hooker não é bem-vindo a Itabira. Chega de depravação”, escreveu o bolsonarista, que festejou o cancelamento, como se fosse resultado da “pressão popular”, mentindo como é de seu costume. “Glórias a Deus. Quando o povo posiciona, as coisas mudam. Johnny Hooker cancelado!”

    Contrapartida

    Como contrapondo aos fundamentalistas conservadores itabiranos, fãs do cantor promoveram um abaixo-assinado digital “contra o boicote e a intolerância ao show de Johnny Hooker.”

    “O cantor, com as suas músicas e performances voltadas para a liberdade de expressão e resistência cultural, viria pela primeira vez na cidade. Infelizmente seu show foi cancelado diante de posicionamentos homofóbicos, intolerantes e preconceituosos oriundos de fanatismo religioso e um moralismo tóxico que censura”, classificaram os promotores do abaixo-assinado, que até o fechamento desta matéria já contava com mais de 1,9 mil assinaturas.

    “Itabira resiste à minoria que não nos representa, que dissemina discurso de ódio e preconceito em nossa cidade. Somos uma cidade progressista e não nos calaremos. A arte é livre! Com o cancelamento de seu show, queremos um novo artista LGBTQIA+ para se apresentar no Festival de Inverno”, reivindicam os signatários do abaixo-assinado pró Johnny Hooker.

    A reivindicação procede, já que o Festival de Inverno de Itabira, nesta edição, tem-se pautado pela diversidade. Isso ao ponto de, pela primeira vez, constar de sua agenda a apresentação de uma banda gospel Ao Cubo, grande atração nas Marchas para Jesus, tradicional evento evangélico realizado em São Paulo.

    Mais controvérsia

    A inclusão da banda gospel na agenda também gerou controvérsia. “Música Gospel? Melhor ser surdo”,escreveu o médico Carlos Roberto Souza na rede social. Para ele, música gospel é material de proselitismo religioso.

    “Portanto, não poderia ser patrocinada pelo Poder Público, pois o Estado brasileiro é laico e lhe é defeso tal prática, como determina a CRFB/1988, em seu artigo 19: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, “subvencioná-los” , embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.”

    Conselho LGBTQI+

    Já passa da hora de a Câmara Municipal de Itabira pautar a discussão e votação do projeto de lei nº 10/2022, de autoria do prefeito Marco Antônio Lage (PSB),  que trata da promoção do respeito, dos direitos e da dignidade das pessoas LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros, queer, intersexuais, assexuais e mais o que se quiser ser).

    O mesmo projeto, que está parado na Câmara  desde o dia 18 de fevereiro por pressão de pastores e bolsonaristas, cria o Conselho Municipal de Promoção da Diversidade (COMLBTQIA+). O seu objetivo é implantar ações governamentais “que visem o acolhimento, a proteção, a saúde, o trabalho e a participação da sociedade civil na definição da política municipal de promoção da cidadania e da diversidade LGBTQIA+ no município de Itabira”.

    Ouça Johnny Hooker

    Para quem não conhece, ou quer recordar, ouça uma das canções de Johnny Hooker, enquanto ele não vem a Itabira:

     

    Compartilhe WhatsApp Facebook Twitter LinkedIn

    Notícias relacionadas

    Vale apresenta a ANM estudo com as alternativas para garantir a segurança de quem vive nas ZAS, mas falta informar a Itabira

    30 de junho de 2022

    Conselhos de aliados não atendidos por Bolsonaro gera desânimo na campanha

    30 de junho de 2022

    Melhoria da qualidade da água exige soluções baseadas na Natureza (SbN)

    30 de junho de 2022

    1 comentário

    1. Cristina Silveira on 20 de junho de 2022 19:15

      Não importa mais a razão do cancelamento do concerto, agora importa a censura. A vereadora Rose Freitas já censurou, mas não tem uma fala sequer contra os abusos de décadas no Centro Cultural. O que deveria ser o dever da senhora excelência. É vereadora pra enfeitar a Câmara, é apenas uma gata de trincar veneza. Gente hipócrita. E o pior está por vir na Itabira, dado que o Legislativo tá de zueira. Pobre do prefeito Marco Antonio, ter de lidar com o atraso, a mediocridade.

      Reply

    Deixe um comentário Cancel Reply

    © 2022 Todos os direitos reservados

    Digite acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione Esc para cancelar.