Sem surpresa, América vence o Cruzeiro e disputa a final do Mineiro com o Atlético
Luiz Linhares*
Como era esperado, sobraram Atlético e América para a disputa final do campeonato Mineiro. Como se sabe, o campeonato estadual serve de laboratório ou elemento de arrumação, de acerto para as disputas que se sucederão ao longo do ano.
Atlético e América foram melhores na fase classificatória, fizeram bem o dever de resguardar a vantagem obtida. E assim vão duelar na final.
O que se viu em campo, no domingo (9), foi a superioridade do América diante do time celeste. Verdade que a arbitragem e o Var assinalaram dois pênaltis a favor do Coelho, que a meu ver não existiram.
Mas mesmo assim, pelo conjunto da obra, o mérito foi todo do América, que esteve mais equilibrado em campo, organizado e sabendo o que tinha a fazer. Segue em frente por merecimento.
Ao Cruzeiro, no campeonato Mineiro, resta o consolo de ter vencido o clássico contra o seu arquirrival, o Atlético. O foco agora se volta para o Brasileiro, com o objetivo de vencer para voltar à elite do futebol nacional. Que tenha sucesso na empreitada.
Já o Atlético sobrou contra a Tombense. Liquidou a fatura na primeira partida, abriu vantagem e manteve o time misto no segundo confronto. Tempo de análise para o treinador, que observa a crescente evolução do grupo.
Essa evolução coincide também com a melhor performance do Hulk, que primeiro obteve a titularidade por palavras, mas que depois foi confirmada nas quatro linhas, melhor dizendo, tornando o ataque atleticano mais eficaz e matador. Começa a fazer jus à fama que a sua carreira lhe proporcionou.
Louvo também o time de Tombos, da zona da Mata mineira. Equilibrado, arrumado e pronto para também encarrar uma série C do Brasileiro – e com poder para em breve ser a nova força da série B nacional. O time tem estrutura e lastro. É, sem dúvida, o melhor do interior mineiro e em breve com força nacional.
Próximas disputas
É assim que o Atlético segue firme na Libertadores e tem o confronto final pelo Mineiro, quando enfrenta o organizado time do técnico Lisca. Que siga em frente na Libertadores, de preferência ficando com a primeira colocação na fase de grupos.
Para a final do Mineiro, considero o Atlético favorito. Se entrar com força total, dificilmente perde o título de campeão mineiro pela 15ª vez consecutiva. Mas é melhor aguardar para ver se esse favoritismo se confirma em campo.
Quanto ao Cruzeiro, mesmo com tantas intempéries, vejo o time atual como infinitamente superior ao que se viu em campo no ano passado, quando não conseguiu figurar entre os quatro melhores para retornar à primeira divisão.
Ter o Cruzeiro vencido o clássico contra o Atlético, na fase preliminar, foi ótimo para os jogadores. Mas com a desclassificação pelo América, não teremos outro clássico neste ano.
A vitória sobre o Atlético elevou a autoestima e trouxe calmaria e tranquilidade aos jogadores. Que esse clima de tranquilidade e confiança possa ser consolidado para as próximas partidas pela Copa Brasil e no Brasileiro.
Paulista
No campeonato paulista também nada muito diferente do que se imaginava se fez presente no final de semana. O destaque na imprensa foi a possível queda do Santos para a segunda divisão do Paulista, o que, com a vitória, não aconteceu.
Existia ainda a possibilidade de o Palmeiras também não conseguir sua classificação para a segunda etapa da disputa.
Mas quando a bola rolou o Palmeiras fez valer a sua força e ainda contou com ajuda do Corinthians, que venceu o Novorizontino. E assim passou de forma justa e tranquila.
O Santos, em seus mais de 100 anos de existência, e mesmo com uma meninada criada por lá, só sentiu o peso e a responsabilidade do risco que corria antes de a bola rolar nos noventa minutos. Foi quando atropelou o São Bento e tudo não passou de apenas um susto.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM.