Sem futebol-arte prevalece a força defensiva  na Copa América, que frustra com poucos gols

Luiz Linhares*

Estou até me enjoando de escrever aqui neste site Vila de Utopia sobre o mesmo assunto. Acontece que toda semana temos a prova de que o futebol já não é mais o mesmo. Mudou muito – e pouco resta do bom e velho futebol-arte de outrora.

Estamos vivendo em solo brasileiro a disputa da Copa América de Futebol, reunindo as seleções sul-americanas. Em decorrência, estamos com o Campeonato Brasileiro, em suas duas principais divisões, em recesso.

Aqui sustento o que tem sido mostrado e os números não mentem, é o que diz ditado antigo. Nos quatro jogos das quartas de final, três ficaram com o placar zerado, com a decisão se dando em cobrança de penalidades máximas. Gols no tempo regulamentar foram apenas dois marcados pela seleção da Argentina. E só.

Creio que a escassez de gols seja reflexo do chamado futebol competição, em que prevalece a supremacia defensiva, que se tornou imprescindível para a quase totalidade dos clubes e seleções do planeta.

Isso, infelizmente, é válido também para a Seleção Brasileira que, ao longo dos anos, se fez forte pelo talento e força ofensiva. E que tinha no ditado de que “a melhor defesa é o ataque” a chave de seu sucesso. Era assim que se postava forte, imbatível em nosso continente e com cinco títulos mundiais.

A seleção colombiana sobrou na primeira fase, mas sucumbiu na hora da verdade: não teve forças para fazer os gols que lhe dariam sequência na disputa. Isso serve também para os uruguaios que, para alguns, têm dois dos melhores atacantes do planeta. Mas que ficaram apagados na hora da decisão.

O Brasil na fase primeira desta disputa goleou Bolívia e Peru, demonstrando bom desempenho na fase complementar em ambos os jogos.

Entretanto, fracassou em não marcar contra Venezuela ainda na primeira fase e nas quartas contra o Paraguai. Sorte nossa que tivemos melhor eficiência em cobrança de tiros livres diretos, o que culminou com a nossa chegada a semifinais.

Nosso momento não inspira uma real confiança. Não temos Neymar que tem muito talento e pouca cabeça. Falta-nos, assim, um nome para referência. A defesa tem sido sólida pelo menos ao que se apresentou até agora. Criamos possibilidade de gols até com certa constância, mas tem faltado tranquilidade na hora da definição. E os gols, essência máxima do futebol, não acontecem.

O Mineirão vai receber Brasil e Argentina, valendo vaga para a final. São duas seleções buscando afirmação. A chance da seleção Brasileira é grande. Mas todos, brasileiros e argentinos, crescem em partidas dessa envergadura. Todo cuidado com o Messi é pouco, mas devemos caminhar para mais essa conquista.

A disputa entre Brasil e Argentina deve quebrar o recorde financeiro em jogos no estádio, não de público, mas de renda. Com ingressos exageradamente caros e que só são acessíveis a uma faixa pequena de público, resta ao povão assistir o jogo pela TV.

Por sinal, esta Copa América peca em valorizar a presença geral do torcedor em todos os jogos, quando vemos casa cheia e um mundo de dinheiro apenas em jogos de grande relevância.

Brasileirão, Copa Brasil e Libertadores

Chega julho e cresce a ansiedade para o que vem pela frente com a volta do campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Teremos uma partida decisiva entre Cruzeiro e Atlético pela Copa do Brasil.

E, para o Cruzeiro também virão as partidas decisivas pela Libertadores. Tudo isso, além da retomada do Campeonato Brasileiro.

Será um mês que promete muitas emoções para os que curtem o esporte bretão. Os clubes completaram os trabalhos na pré-temporada e vamos ver qual melhor se preparou. Muitas definições serão colocadas em prática nesta semana.

Para os clubes mineiros, veremos poucas mudanças em ambos os clubes da primeira divisão. Reforços de força praticamente não chegaram. Porém, fica como meta fazer os acertos necessários, para que os bons resultados possam acontecer.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM

 

 

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *