Sem descanso, vírus não escolhe idade: jovens morrem por infecção nos hospitais de Itabira

Já é dolorosamente sabido que o novo coronavírus (Sars-Cov2), que desde o início da pandemia se mostrou letal, têm-se revelado mais contagiante e mortal com as novas variantes.

O vírus agora atinge mortalmente não só idosos, e pessoas com comorbidades (doenças anteriores), mas também jovens, inclusive entre os que não apresentam doenças prévias.

A velocidade e a gravidade da evolução da covid-19 em pacientes jovens causa espanto. Mas pesquisadores já vêm indicando essa tendência desde o início do ano. Portanto, não é por falta de alerta.

E é o que tem constatado os profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à doença, que não se cura com falso tratamento precoce à base de medicamentos sem comprovação de eficácia para tratar desses enfermos.

Além de disseminar mais rapidamente, as novas variantes têm provocado infecções mais graves – e que se espalham em menor espaço de tempo em relação ao que era observado na primeira onda, que no país teve início em março do ano passado.

Mortes prematuras

Fonte: Secretaria Municipal de Saúde/Prefeitura Municipal de Itabira

Em Itabira, entre os 12 óbitos ocorridos nos três primeiros dias desta semana, três eram pacientes com menos de 60 anos, com 50, 34 e 29 anos. É fato que todos tinham comorbidades, mas sem o vírus atacar os seus organismos, com certeza poderiam vencer as doenças prévias e continuarem vivendo.

O município já registra 115 óbitos, com um percentual maior de mortes ocorrido neste ano. Só nesta semana, que ainda tem quatro dias pela frente, o trágico registro é de 27 óbitos, que se somam aos 53 da semana passada e 10 na semana anterior.

E 109 pacientes estão internados nos hospitais da cidade, que permanecem com taxa de ocupação de 100% dos leitos de UTIs e de 69,1% nas enfermarias.

Toda essa situação de calamidade em saúde pública é também resultado da baixa adesão da população ao isolamento social. Mesmo com a onda roxa, estacionou em 40% em Itabira, quando o ideal é que estivesse acima de 60%.

Em decorrência, o índice de transmissão do vírus se manteve na média de 1,27 nos últimos sete dias, oscilando entre 0.83 e em 1.59. Isso significa, no limite, que uma pessoa infectada, sem isolamento social, no prazo de sete dias pode infectar até outras seis pessoas.

A maioria dos infectados pelo vírus em Itabira são homens (4.996 em um total de 12.265 casos positivos) – e jovens, com idade entre 20 anos e 59 anos.

Sem isolamento social, e com muitos assintomáticos, essas pessoas podem infectar parentes em casa – e também amigos da mesma faixa etária se continuarem saindo às ruas.

Com isso, o número de óbitos de jovens, nas condições atuais de disseminação do vírus, tende a aumentar exponencialmente. Saiba mais no portal Itabira no monitoramento da Covid-19.

Campanha

Não é à toa que o hospital Nossa Senhora das Dores lançou campanha agressiva dirigida, sobretudo, aos jovens, quase implorando para que não façam festas e não se aglomerem em quaisquer circunstâncias.

O vírus não é convidado, mas está presente em todos os cantos. E se espalha muito rapidamente com as conversas e proximidade das pessoas.

É fato que a Covid-19 é ainda uma doença mais letal para idosos e pessoas com as ditas comorbidades, doenças preexistentes que facilitam a devastação causada pelo novo coronavírus. Mas os jovens agora não estão mais incólumes, como inicialmente se pensava.

Daí que a campanha do HNSD precisa surtir efeito. A mensagem é direta e agressiva, como a realidade está a exigir: “quase 200 infectados por dia e tem gente fazendo festa”; “o vírus não foi convidado mas estava lá”; “não gosta da máscara? e da vida, gosta?”

Que todos se protejam. A vida não será como antes, mesmo com a chegada de vacinas para todos. Até lá o melhor é ficar em casa. É para se proteger e também ao próximo, antes que o vírus impeça novos encontros marcados, em decorrência de mortes prematuras.

 

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1 Comentário

  1. VIDA ACIMA DE TUDO!
    Achei bom que o Hospital N.S. das Dores faça peças publicitária na defesa da vida, manda na lata.
    Mas o Brasil é engraçado, sem autocrítica.
    Primeiro usam a palavra loquidal, que não é brasileira, ao invés de Tranca-Rua, que está em nós.
    Em uma das peças publicitária aparece mãos segurando copos com, bebidas, joias e todas as pessoas são brancas.
    Até na morte o Brasil discrimina a sua população.

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