Santa Maria ainda não tem dimensão exata da tragédia, principalmente na zona rural. E pede vacinas contra a Covid-19 para os desabrigados
Uma equipe de geólogos e engenheiros já se encontra desde terça-feira (23) em Santa Maria de Itabira para, juntamente com equipe nomeada pela Prefeitura, fazer levantamento das condições das estruturas e residências atingidas pela grande enchente que inundou a cidade – e também a zona rural – na madrugada de domingo (21).
Segundo o chefe de Gabinete, Eduardo Martins dos Santos, coordenador da Defesa Civil em Santa Maria, o levantamento contará também com participação da empresa Aecom Engenharia, que assessora o Ministério Público de Minas Gerais.
Serão avaliados novos riscos e as condições de estabilidade das estruturas (pontes, aterros, taludes, encostas), como também das residências atingidas. Dessa avaliação, participa também o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
O levantamento será feito inicialmente no perímetro urbano, mas deve ser estendido também à extensa zona rural do município. As vistorias devem priorizar as residências, que é para se avaliar a possibilidade de retorno das famílias – ou mesmo de interdição permanente dos imóveis mais afetados.
Ainda não se tem uma avaliação precisa dos danos materiais e de infraestrutura provocados pela enchente no município. A dificuldade maior está sendo levantar a situação na zona rural.
Para isso, a Prefeitura conta com apoio de uma equipe de voluntários de jipeiros que está percorrendo as comunidades rurais. Já se sabe que os estragos também foram imensos nessas áreas, mas ainda não se tem um diagnóstico completo da situação.
“São inúmeros pontos de obstruções nas estradas e temos também informações de famílias desalojadas”, disse o chefe de Gabinete, que aguarda mais informações para se ter uma avaliação mais mais precisa dos danos, assim como das demandas dessas áreas rurais. “Vamos fazer a avaliação de riscos nessas comunidades.”
Balanço parcial
Equipes da assistência social de Santa Maria, em parceria com a assistência social de Itabira e Cruz Vermelha, fazem o cadastramento das famílias desalojadas. Somente nessa terça-feira foram cadastradas mais 78 famílias que estão nessas condições.
Nas escolas Trajano Procópio e Agenor Guerra estão alojadas 79 pessoas. Mas a coordenação desses abrigos improvisados decidiu fazer o remanejamento para outros locais, que é para diminuir a aglomeração e o risco de contágio pelo novo coronavírus.
A Prefeitura de Santa Maria já encaminhou reivindicação ao governo de Minas Gerais para sejam disponibilizadas doses de vacinas para imunizar as pessoas desabrigadas – e também as equipes de apoio.
É que o risco de contágio é maior entre essas pessoas, que além do contato permanente com os desabrigados, fazem a triagem de donativos. O receio maior é que com o manuseio de vestuários, que podem reter o vírus por mais tempo.
Com relação às doações de donativos, a Prefeitura da vizinha cidade informa que está suspensa a doação de roupas para o momento. “Nossas áreas de armazenamento já estão saturadas, assim como também em Itabira, o que dificulta a triagem das peças recebidas para encaminhamento aos atingidos”, relata o chefe de Gabinete Eduardo Martins.
Segundo ele, no momento a demanda maior é por itens de higiene pessoal, fraldas descartáveis infantis e geriátricas, além de material de limpeza e colchoes. Em Itabira, as doações estão sendo recebidas na sede do Corpo de Bombeiros, no bairro Amazonas (rua São Paulo, 377).
Abastecimento
A boa notícia é que já retornou o serviço de suprimento de água na vizinha cidade. Porém, como as pessoas estão fazendo a limpeza de suas residências, não foi possível fazer estocagem nos reservatórios, o que deve ocorrer a partir de hoje.
A Prefeitura continua com o serviço de limpeza das ruas, juntamente com a retirada de móveis e equipamentos eletrônicos danificados pela água que invadiu as residências.
Foto: Reprodução